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Capítulo 6

- Eu não vou a esse lugar. - ela acompanhou sua declaração com uma careta de desgosto.

- Vamos lá, não é tão ruim assim. É só para tomar um drinque com os amigos. - ela interveio, sorrindo. - E então seria um favor para você me fazer. - O que era verdade. - A Violet quer que eu seja a terceira pessoa em seu encontro. -

O humor de Matthew mudou um pouco, talvez por causa da simpatia que ele sempre demonstrou por Rosmery. Eles eram amigos de coração, embora ele geralmente mantivesse todos a uma certa distância segura, ele também tinha começado a se sentar à mesa dela para almoçar, mas somente nas últimas semanas, quando Eric tinha começado a evitá-la. Ele nunca havia gostado dela.

- Sim, mas agora que você sabe, não está mais convidado. - Violet rosnou, colocando a língua para fora diante do olhar incrédulo dele.

- Eu não teria vindo de qualquer forma, tenho que terminar esse projeto para a aula de amanhã. - disse ele, em um tom incolor.

- Bem, se você terminar a tempo, pode sempre vir mais tarde, se quiser. -

- Certo. - ele deu um sorriso forçado, e Rosmery o dispensou com um rápido aceno de mão.

* * *

O Seven Apples estava bem cheio naquela noite.

Michael estava sentado em uma mesa, esperando por Violet, e estava maravilhosamente solitário. Quando ele a viu, sinalizou sua presença com um aceno de mão, mas quando notou Rosmery, pareceu franzir um pouco a testa.

- Lá está ela! - disse a garota, prendendo a respiração. Ela estava muito animada e parecia feliz. E ele também, antes de notá-la, parecia especialmente feliz ao ver Violet. - Olá, Miguel. - ele sorriu quando chegou à mesa com Rosmery, que se sentia como a terceira roda.

- OLÁ. - ele sorriu e se aproximou para beijar a bochecha dela, agora totalmente roxa. Depois ele se virou para Rosmery e fez um gesto milimétrico com o queixo. - Lily. -

- Miguel. - respondeu ele, entre dentes. Ela teve de admitir que era difícil para ela não demonstrar seu descontentamento, e notou com prazer que o mesmo acontecia com ele.

- O Eric não está aqui? - perguntou ela, quebrando o gelo.

- Ele teve que trabalhar. - respondeu ela com frieza. Então ele estava na batida. Bem, saber que eu não tinha que falar com ele tornou as coisas um pouco mais fáceis. - Então, como foi a tarefa de programação? - perguntou ela a Violet, decidindo ignorá-la. Rosmery verificou o celular e se afastou em direção ao bar, pois Alex não havia ligado para ela. Ela já deveria estar lá.

Ela se aproximou do piano bar, pediu um Long Island e se sentou no banco cor de vinho. Não queria estragar o encontro de Violet com seu mau humor. Ele a observou de longe rir e aproveitar a noite com o rapaz de quem ela gostava, era tão natural, tão espontâneo.

Por que não podia ser tão fácil para ela? Ela não achava que sentiria falta da normalidade agora que a havia perdido. E não estava totalmente certa de que voltaria atrás, pois cada dia era mais um passo em direção à sua natureza. Uma natureza que Eric havia definido como traiçoeira, parasitária, que ela não deveria ter explorado. Ele havia dito que ela poderia evitar a transição, que o professor poderia ajudá-la, que esse era o caminho certo para ela? Permanecer humana? Talvez esse não fosse o lugar dele, talvez ele estivesse simplesmente se iludindo ao pensar que poderia fazer parte de alguma coisa.

-Langdon? - perguntou uma voz familiar enquanto ele brincava com o canudo de sua bebida.

- Alex! - Rosmery se levantou de repente, abraçando o garoto à sua frente. Ele a abraçou de volta, lisonjeado com a recepção.

- Você está linda. - disse ele, virando a cabeça apenas o suficiente para olhar para ela.

- Eu também. - E isso era verdade. Alex sempre fora um cara legal, sempre tivera uma certa influência sobre ela. Ele até se vestia muito bem, uma camisa azul-clara com calças bege e mocassins marrons.

- Então, que tal nos sentarmos e falarmos de negócios? -

Calvin:

- Calvin, está me ouvindo? -

Ele estava lá. Seus sentidos ficaram subitamente alertas, afastando-o completamente da conversa que estava tendo com Samantha, da qual ele agora não se lembrava de uma palavra.

Nos dias que se seguiram ao encontro, ele havia se esforçado ainda mais para apagar todos os vestígios do sangue da garota de seu corpo, mas, como ele havia aprendido agora, apenas sentir o cheiro dela era suficiente para desperdiçar todos os seus esforços.

- Mas vamos lá, Calvin! -

- Desculpe, Sam. Você estava dizendo? - ele esfregou os olhos, virou-se para o balcão e, levantando o braço, olhou em volta.

E lá estava ela, de todas as pessoas que ele podia ver, como se tivesse uma maldita placa brilhante acima de sua doce cabecinha.

Muito bonita, sentada em uma mesa, conversando sorridente com um humano de aparência viscosa. O vestido azul favorecia sua pele pálida e Calvin podia sentir seu perfume celestial à distância, em meio a todas aquelas pessoas. Ele quase podia ver as artérias do pescoço dela latejando enquanto ela, distraidamente, passava o cabelo por cima do ombro de uma forma terrivelmente sensual, expondo o decote profundo e a curva suave dos seios.

E aqui estava esse humano tocando o braço dela e acariciando-a, com um sorriso de dente estampado naquele maxilar exageradamente quadrado. Não era aquele caçador, mas um humano que ela nunca tinha visto assombrando Rosmery antes. Pela cor âmbar de sua pele e pelos cabelos loiros descoloridos pelo sol, ele não era daquela região. Um desejo louco de arrancar a cabeça dele do pescoço começou a cantar em seus ouvidos.

Calvin começou a fritar. Ele podia ouvir os pensamentos dela como uma criança pomposa e arrogante que só queria enfiar as mãos na saia dela. Naquele exato momento, sua mente perdeu a clareza e tudo ao seu redor ficou abafado.

Ela é minha. Tudo o que ele podia fazer era pensar.

Eliminar. Isso. Mão. De. Dela. Foi o único pensamento que ele conseguiu formular ao entrar na mente daquele humano mais baixo. E ele obedientemente moveu seu antebraço tatuado. Calvin tirou seu frasco de verbena do bolso interno da jaqueta e, sem pensar, tomou um longo gole com nojo, mas sem tirar os olhos dela.

Era fogo puro em sua garganta, mas a reviravolta em seu estômago não era nada comparada à raiva que ele sentia crescendo dentro dele. Ele estava tão perto de perder o controle que, se não se acalmasse, o Seven Apples se transformaria naquele pequeno clube em Nova Orleans, e não, ele não queria reviver a experiência.

- Então, você quer que eu tire a cabeça dele do pescoço? - perguntou Samantha, interrompendo seus pensamentos turbulentos.

- O quê? gaguejou Calvin.

- Aquele humano, você quer que eu o mate? - Ele sorriu, como se soubesse o suficiente.

- Não sei do que está falando. - Negue, sempre negue, mesmo quando for pego. Primeira regra.

Fingindo indiferença, ele acenou com a garrafa vazia na frente do barman, que imediatamente lhe entregou uma recém-arrolhada. Ele encheu a boca e engoliu, ciente de que isso não matava sua sede, enquanto mantinha os olhos em Rosmery, que ria baixinho.

- Mas você é um péssimo mentiroso, quero dizer, aquele que está flertando com sua pupila. - e ficou ao lado dele, apontando o dedo para sua mesa. Calvin, perplexo, baixou o braço como se tivesse tocado fogo. A última coisa que ele queria era que ela o visse.

- Rosmery é uma mulher adulta, Sam. Ele pode fazer o que quiser. - Ele realmente não acreditava nisso e nem ela, para ser honesto.

- Obviamente. - respondeu ela, mal conseguindo conter uma risada.

Calvin bufou, encontrando o olhar questionador de Samantha. - Só estou me certificando de que nada de ruim aconteça com ela. - ele deu de ombros.

- Isso é muito atencioso de sua parte. - ele riu. Bem, discussão encerrada. Ele poderia continuar a observá-la sem ser incomodado.

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