Passo 2: Conheça a garota (de verdade!)
Eu estava pulando por dentro. Dando aquelas cambalhotas que, por fora, eu não conseguiria, já que sedentarismo é meu segundo nome.
Eu não só tinha um admirador secreto, como poderia ter dois. E um deles, (pasmem!) pode ser o Zac.
Zac, o lindo, cheiroso, gostoso... tá parei!
Estava caminhando, lindamente, até meu carro quando Peter (sim, o melhor amigo que não tem feito o seu papel muito bem ultimamente) veio pedir carona.
— E onde é que está o seu carro?
— Na oficina. Tive que pegar carona com minha irmã e seu namorado. Sabe como odeio ser vela.
— Acho é bom. Assim você sabe como eu me sinto. - Falo, indicando com a cabeça que ele entre.
— Porque quer. - Ele diz, já colocando o cinto de segurança. — Nunca vi garota mais difícil.
— Por que todos vocês dizem isso? - Penso alto.
— Todos nós? - Ele ergue as sobrancelhas.
— Eu não sou difícil. - Respiro fundo. — Não sou fácil, mas não sou difícil. É só que- Dou de ombros com um sorriso de lado, sem conseguir terminar a frase.
— É só que você é uma garota foda demais pra um cara qualquer.
— Obrigada por levar minha autoestima. - Ligo o carro. — Quer que eu te deixe na sua casa?
— Pode ser. Você quer ver um filme comigo?
— Quero! Mas na minha casa.
— Na minha! O seu pai é assustador.
— Ele só finge. - Reviro os olhos. — E eu tenho a melhor sala de cinema que você já foi na vida.
Ele teve que concordar. Então fomos para minha casa.
Pra nossa sorte o capitão não estava.
Passei na cozinha e pedi a Marta, a secretaria da casa, que, por favor, nos levasse pipoca, refrigerante e chocolates, muitos chocolates.
— Já sei que filme vamos ver. - Ele diz.
— Nós nem discutimos isso ainda. - Protesto assim que entramos na sala.
— Eu sou visita. Óbvio que eu escolho.
— Eu sou a garota, onde foi parar o cavalheirismo? - Seus olhos se arregalam por um milésimo de segundo.
— Não vou discutir gênero com você. Trato todas as mulheres com igualdade e espero a mesma coisa. Então eu já escolhi.
— Pois eu vou deixar você sozinho assistindo, então. Você é um péssimo cavalheiro.
— E você é uma péssima anfitriã.
Travamos uma batalha pelo olhar. Até que eu desisto e caminho até a porta.
— Espera, Mad. Não quer nem saber que filme eu escolhi? - Paro com a mão na maçaneta e espero. — Prepara que lá vem clichê!
Me virei, lentamente, com os olhos espremidos.
— Você fez de propósito.
— Eu? - Ele segura o riso. — Você que é precipitada.
— Você me enganou.
— Eu amo esse filme, fazer o quê?! - Ele dá de ombros.
Vou pra cima dele e acabamos os dois em uma guerra de almofadas. Marta chega e começamos a assistir o filme, pela milésima vez na minha vida.
Nunca canso!
— Olhando assim seu pai nem parece tão assustador.
— Tudo pose!
— Qual a parte que você mais gosta do filme?
— Do início. Eu adoro quando a nerd dá aquelas tiradas no capitão e ele, ainda sim, leva tudo com humor.
— Eu gosto dessa também. - Ele diz após algum tempo em silêncio, só assistindo. — Obrigado por perguntar.
— Estou tentando assistir um filme e você não para de falar.
— Você sabe todas as falas de trás pra frente e de frente pra trás.
Dou pause no filme e olho pro meu melhor amigo.
— Vamos, pequeno gafanhoto, o que quer conversar?
— O quê?
— Você vem com essa história de filme, escolhe o mais clichê de todos e depois não para de falar. Vamos, me diga o que te aflige?
— Desculpe se eu estou tentando manter um diálogo com minha melhor amiga.
— Durante o filme? - Arqueio as sobrancelhas.
— Então tá. - Ele dá de ombros. - Coloca o filme de novo.
— Não. Para. Fala comigo.
Ele respira fundo.
— Você tá bem, Madson?
— Por que não estaria?
— Responde.
— Estou, Peter, e você?
— Uhum. - Ele respira fundo de novo. — Você gosta de sorvete de frutas vermelhas com chocolate, né?!
— Aham.
— E sua cor favorita é... Azul turquesa?
— Ahaaaaam.
— E você adora pelúcias e objetos fofinhos de sapos, apesar de não gostar deles porque são nojentos, certo?
— Sim, assim como seu sorvete favorito é o de menta porque tem a sua cor favorita, verde. E você gosta de tatus porque não são clichês. Mas o que isso significa?
— Só estou checando pra ver se ainda nos conhecemos bem.
— Somos melhores amigos pra sempre. - Levanto a barra da minha calça e mostro a tornozeleira de ouro branco que ele me deu no meu último aniversário. - Lembra?
Ele sorri e anui.
— Ninguém me conhece melhor do que você. - Ele diz.
— E é por isso que sei que você está me escondendo algo.
Ele bagunça o cabelo da nuca e ajeita os óculos, que dão aquele ar geek.
— Você me conhece, mas é muito paranóica as vezes.
— Espero que seja só paranoia mesmo. - Sorrio e abro os braços. — Vem cá. Você já passou muito tempo longe de um abraço.
E o Capitão das horas improprias resolveu entrar na sala bem no meio do meu momento Best-Friends-Forever.
— Ah, não! Mais um. - Ele esfrega o olho e, depois, as têmporas com apenas uma mão, porque na outra ele segura mais um buquê. Desta vez enorme com uma mistura de lírios e rosas vermelhas. — Dessa vez eu gostaria que você respondesse: Que porra é essa, Madson?
Pego o buquê e ignoro os olhares do meu pai em cima do meu amigo e a cara de pânico com que ele retribui.
Desculpa, Peter, mas minha busca é pelo cartão.
"Ainda estou à procura de algo mais romântico do que as flores."
— Você precisa me preparar, Madson. Quantos caras estão afim de você? Quem enviou os buquês?
Peter me olha confuso.
Obrigada, capitão.
— Não tem ninguém afim de mim, pai. Eu estou conversando com meu melhor amigo, posso?
— Só vim trazer isso. - Ele me entrega o buquê.
— Obrigada. - Dou um sorriso amarelo ao pega-lo.
— Mantenham a porta aberta! - Ele escancara a porta e lança um olhar cortante pro meu amigo antes de sair.
— Você recebeu buquês? No plural? - Peter diz após algum tempo.
— Dois! Três, com esse. - Confesso.
— E eu não soube de nenhum.
— Porque não era importante.
— Não? - Ele levanta as sobrancelhas.
— São, mas não é algo que você queira saber.
— Eu quero saber de tudo, Madson. - Ele aperta os olhos com a ponta dos dedos, em um claro sinal de impaciência. — Somos melhores amigos, não somos? - Anuo.
— Recebi dois buquês de manhã e este agora. Nenhum deles tem remetente.
Ele anui.
— Você não desconfia de ninguém que possa ter enviado? - Nego com a cabeça. — E os cartões?
— São vagos. Eu posso ter um admirador secreto, ou três.
— Admirador secreto? - Ele diz mais pra ele mesmo do que pra mim. — Então, tá!
Peter não ficou para o final do filme. Ele estava chateado por eu não ter contado sobre as flores antes e ficou daquele jeito introspectivo e pensativo.
Passado um tempo ele resolveu ir embora e pediu carona para sua mãe (eu achei foi bom).
(...)
Matheus entra no meu quarto lá pelo fim da tarde.
— Eu vi que você ganhou três buquês.
— Que bom que você sabe contar, hm?! - Digo sem tirar os olhos do meu celular. Estava fazendo três listas sobre três possíveis admiradores secretos.
— Me dá um?
— Oi? - Olho pra ele, que está com as mãos nos bolsos de uma calça social muito bonitinha e a cara de cachorro pidão igual a do papai.
— É que você disse que eu tenho que ser romântico. E a Bella está chateada porque eu fiz alguma coisa que não entendo porque é errada, mas tudo bem. - Ele fala rápido e depois respira fundo. — Eu só quero que ela goste de mim.
Levanto e pego algumas flores de cada buquê e monto um único só dele.
— Pronto. - Estendo pra ele.
— Você vai comigo? - Ele pede. Só então noto que ele está todo arrumadinho e até passou gel no cabelo.
— Espera só um pouquinho, também não quero pagar mico na frente do crush.
Falo demais. Puts!
— De quem?
— Ninguém. Vai na cozinha e vê se a Marta tem alguns chocolates pra você levar também.
Ele dá de ombros e sai.
Me visto rapidamente e desço pra encontrar meu irmãozinho.
Assim que chegamos na casa dos vizinhos, Bella nos recebe. Seus olhos brilham ao ver as flores e os chocolates.
Aquele orgulho me invade.
— Olha quem está aqui. MeM's! - Zac aparece.
Dou um aceno leve e desvio o olhar.
— Meu amigão. - Ele cumprimenta meu irmão. — Flores, hm? Legal!
— Vamos pro jardim, Matheus? - Bella convida. Ele aceita de bom grado e os dois saem sem nem se importar que estão me deixando sozinha.
Traidores!
Procuro um buraco pra me enterrar quando vejo que Zac está me encarando de forma divertida.
— E então? - Pergunto, muito - muito -sem graça.
— E então? - Ele devolve. — Gostou das flores?
— Oi? - Meus ouvidos estão me enganando ou ele está me perguntando sobre o buquê?
— Você recebeu um buquê hoje, né?! - Anuo. — Você gostou?
— Gostei, mas, como você sabe disso?
Ele sorri, cerra um pouquinho os olhos e coloca as mãos nos bolsos da calça.
— Eu vi quando elas chegaram.
— Às 6h da manhã? - Faço cara de quem não acredita no que ele diz.
— Esse eu não vi não. Você recebeu mais de um? - Ele parece surpreso.
Dou de ombros.
— Como você sabe que foi pra mim e não pra minha mãe?
— Não sei. Foi pra você?
Dou de ombros e abro um sorriso bem grande.
— O que eu vi foi de hoje à tarde. - Ele se explica.
— Foram pra mim. - Falo com um sorriso satisfeito no rosto.
— Então você tem o coração de um cara, MeM's?
— Talvez.
??????????
Oi gente,
Já disse que estou amando as teorias de vocês? ?
Temos motivos pra desconfiar de todos. Mas, agora que vocês conheceram um pouco da personalidade de cada um, quais os shippers?
1- Madson e Josh #MaJo
2- Madson e Miguel #MigMad
3. Madson e Zac #MadZa
4. Madson e Peter #MaPet
Estrelinhas de amor e muitos comentários.
Tem aquela amiga que vai surtar com você e te ajudar a descobrir esse mistério? Marca ela aqui.
Amo vocês.
Beijos, S. ?