Veremos
Capítulo 4
Alessandro.
Folheei preguiçosamente as páginas do arquivo à minha frente. Sebastian havia feito uma verificação completa do histórico da nova babá. Não havia nada de atraente ou interessante nessa garota.
Ela havia sido demitida de seus empregos anteriores por diferentes motivos. Isso era suspeito.
Ela tinha dois melhores amigos e não tinha familiares próximos. Ela perdeu o pai recentemente e morava sozinha.
Não tinha namorado ou ex-namorado atual. Não há registro de nenhum relacionamento. Não é de se admirar que ela tenha reagido dessa forma ao amamentar meu filho.
Tudo sobre essa garota me intrigava. Na verdade, ela quase me irritava, com aquele cabelo loiro e atitude tímida.
Se não fosse o fato de Matteo parecer relaxado com ela, eu a teria considerado totalmente inútil e inadequada para o trabalho.
Eu só teria que esperar e ver como essa jornada se desenrolaria.
...
Victoria
No momento, eu estava arrumando minhas roupas e as coisas de que precisaria para meu novo emprego. O Sr. Rossi disse que precisava de mim 24 horas por dia, 7 dias por semana, o tempo todo.
"Ele deve gostar muito de seu bebê.", pensei.
— Leve a azul, é mais sexy — Eu havia me esquecido de que Grace e Simon estavam aqui.
Lancei um olhar estranho para Grace antes de responder.
— Estou lá para trabalhar, você sabe — Eu estava guardando minha camisola na caixa.
— Cale a boca, Grace, ela nem faz o tipo dele — Simon respondeu do sofá. Ai.
— Então não sou bonita o suficiente para chamar a atenção de um homem rico? — Perguntei a ele enquanto jogava meu cabelo para o lado, tentando parecer sedutora.
Os olhos de Simon escureceram antes de ele desviar o olhar, ainda digitando em seu telefone. Grace o cutuca de lado.
— Victoria é uma mulher linda, cale a boca, Simon.
— Sim, ela é, mas ele é um bilionário que, tenho certeza, gosta de corpos mais aprimorados cirurgicamente e coisas assim. Vicky não é tão bem dotada assim, todos nós sabemos — Ele disse a última parte, piscando e olhando para o meu peito.
— Seu pervertido! — Cruzei a mão sobre meu peito e joguei meu travesseiro nele.
— Saia, Simon! — Grace gritou, apontando seu dedo bem cuidado para a porta.
— Para sua informação, Simon, se ele queria que eu amamentasse seu bebê, ele deve ter adorado minhas guloseimas — Terminei gesticulando para o meu peito.
— De jeito nenhum! — Grace riu enquanto cobria a boca.
— Eww — Simon parecia genuinamente enojado.
— Shush.
Meu telefone tocou e eu olhei para a tela iluminada.
— Merda! É o Sr. Rossi — Eu havia me esquecido de que precisava chegar cedo.
— Ele tem seu número? — Simon questionou enquanto Grace dava um tapa a ele na cabeça.
— Silêncio, ele é o chefe dela — Grace disse, colocando o dedo indicador nos lábios.
— Senhorita Abbot? — Sua voz rica e profunda veio pela linha.
— Senhor?
— Está atrasada, Srta. Abbot, meu filho precisa de você.
— Sinto muito, senhor, estou a caminho.
A linha ficou muda.
— Isso foi intenso — Grace respirou fundo
— Ele é apenas mais um rico babaca — Simon disse, revirando os olhos.
— Sinto muito, pessoal, tenho que ir para a mansão em breve.
...
Entrei no saguão da mansão arrastando minha mala. Não havia ninguém à vista.
Eu podia ouvir um canto leve vindo da cozinha, então deixei minha bagagem no corredor e cuidadosamente entrei na cozinha.
— Alô?
Uma mulher mais velha se virou, assustada com o som da minha voz.
— Oi, sou Victoria, a nova babá — Estendi minha mão para um aperto de mão.
A senhora idosa olhou para mim por um tempo antes de seus lábios se esticarem em um largo sorriso e me envolver em um abraço caloroso.
— Olá, querido, eu sou Mary, a cozinheira — Ela disse enquanto esfregava minhas costas gentilmente.
— Prazer em conhecê-la, Srta. Mary — Eu disse timidamente.
— Bobagem, criança, me chame de Mary.
— Está bem.
— Você acabou de chegar?
— Sim.
— Me deixe te levar ao seu quarto.
— Uhmmm, Mary, posso ver o Sr. Rossi primeiro? — Eu disse, brincando com a ponta desgastada do meu suéter usado.
— Claro, querida, basta subir as escadas, descer o corredor e bater na última porta à esquerda —Tentei me lembrar das instruções.
— Obrigada.
— Vou levar suas coisas para o seu quarto, que fica bem em frente ao berçário, ao lado do quarto do Sr. Rossi.
Meus passos pararam com a última afirmação.
— É ao lado do quarto do Sr. Rossi?
— Sim, querida, veja bem, o quarto do Sr. Rossi fica bem em frente ao berçário, então é mais fácil para ele verificar o bebê, e como você é a babá, ele ordenou que preparássemos o quarto ao lado do quarto do jovem mestre.
Ela terminou, secando a mão com uma toalha e tirando o avental.
— Está bem — Continuei minha jornada até o escritório do Sr. Rossi.
Consegui encontrar o caminho até a enorme porta de mogno pela qual já havia entrado antes. Levantei minha mão e bati.
— Entre — Ele parecia irritado.
Entrei e me deparei com a cena mais fofa que já vi. O Sr. Rossi estava sentado no sofá de seu escritório, lendo um livro, enquanto o bebê estava deitado de bruços sobre suas coxas, dormindo.
Observei a aparência deles. O Sr. Rossi estava apenas de calça de moletom, sem camisa, enquanto o bebê dormia com seu macacão. Desviei meus olhos do peito nu do meu chefe.
— Se você vai ficar aí em silêncio pelo resto do dia, é melhor ir embora.
A essa altura, o Sr. Rossi parecia que teria estourado minha cabeça se tivesse uma arma, graças a Deus ele era um homem de negócios íntegro e não um bandido.
— Desculpe-me, senhor, pelo atraso, perdi completamente a noção do tempo — Me aproximei deles com cuidado.
Ele ainda me olhava com apreensão, deve realmente me odiar. Eu não gostava da maneira como esse homem me olhava.
— Pode levá-lo, mas tenha cuidado, ele está chorando desde a manhã e adormeceu há pouco tempo — Ele fechou o livro enquanto eu carregava o bebê lenta e cuidadosamente.
Ele se levantou e eu forcei meus olhos a permanecerem em seu rosto, mas falhei miseravelmente.
Seu corpo era incrível. Ele estava muito em forma e tonificado. Meus olhos examinaram todas as tatuagens que enfeitavam seu corpo fabuloso.
Ele tinha o que pareciam ser as asas de uma fênix desenhadas em suas costas, cobrindo quase todos os centímetros de suas costas.
Em seu peito, a palavra "DIAVOLO" estava escrita em negrito. A tatuagem em seu peito, escrita em tinta vermelha, parecia muito assustadora.
Olhei para as outras pequenas tatuagens espalhadas por seu corpo. Sua pele nua parecia uma tela para um artista psicótico.
Ainda bem que ele usava camisas e ternos para trabalhar, caso contrário não se pareceria em nada com um homem de negócios íntegro.
Olhei para suas costas enquanto ele organizava as coisas em sua mesa e algo me ocorreu: era meio-dia e ele estava em casa.
O bebê deve tê-lo feito faltar ao trabalho. Eu me senti muito mal, a culpa era minha.
— Posso ajudar você em mais alguma coisa, Srta. Abbot?
Sua voz áspera me tirou do meu transe. Olhei para ele, que estava de pé com os braços cruzados sobre o peito, o que fazia com que seus músculos ficassem salientes.
— Uhum não, nada, senhor.
Ele arqueou uma sobrancelha para mim e fez um gesto com a cabeça para a porta.
Eu estava tão envergonhado que esse homem não hesitaria em me expulsar se eu agisse de forma não profissional com ele.
— Eu vou embora agora.
— Como você deve fazer, senhorita Abbot.
Yikes.........