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Capítulo 3 O segredo revelado

Desde da primeira noite que Ricardo foi dormir na sala, ele passou a voltar para casa cada vez mais tarde. E quando voltava, também dormia na sala, e por vezes nem sequer aparecia.

A atitude da minha sogra comigo piorava a cada dia que se passava, e ela começava a criar intrigas com mais frequência. Eu sabia que ela fazia isso de propósito, então sempre que possível, eu a ignorava. E assim, aos poucos, ela foi perdendo o interesse.

Mas o comportamento de Ricardo estava cada vez mais estranho, e isso me preocupava. Eu tinha certeza de que ele estava escondendo algo de mim.

Então, numa noite em que ele disse que precisava voltar para o trabalho, eu fingi que estava tudo bem, mas logo que ele saiu, eu o segui discretamente.

Sentada no táxi, meu coração foi congelando pouco a pouco: o caminho que Ricardo estava tomando não era em direção à empresa!

Mesmo assim, eu me forcei a acreditar que ele poderia estar indo se encontrar com algum cliente, quem sabe? Mas, quando o carro dele entrou em um condomínio de luxo, meu estômago revirou.

Eu tentei entrar atrás dele, mas o segurança me disse que, sem o cartão de acesso, eu não poderia passar da porta. Sem outra opção, me escondi e esperei no jardim do condomínio.

Depois de um tempo, Ricardo saiu, mas estava acompanhado de uma mulher com a barriga levemente saliente. Como estavam longe, não consegui ver o rosto da mulher. Só reparei que Ricardo a abraçou pela cintura e os dois entraram no carro juntos.

Sem pensar duas vezes, peguei outro táxi e continuei a segui-los.

Eles pararam em frente a um hospital, e Ricardo saiu do carro ainda segurando a mulher. Dessa vez, eu finalmente consegui ver o rosto dela.

Era Ana?!

Ana era a filha adotiva da família de Ricardo, tecnicamente a irmã dele, sem vínculo sanguíneo mas foram criados juntos.

Continuei seguindo os dois e vi Ricardo abraçando Ana enquanto iam para o setor de ginecologia. Era claro que ela estava ali para fazer um exame pré-natal.

O que eu não entendia era o motivo de Ricardo a acompanhar para um exame de gravidez? O mais estranho de tudo é que Ana nem sequer estava casada e nunca havia apresentado um namorado. Fazia apenas quatro meses que ela havia se mudado de casa.

Inclusive, por causa dessa mudança, a minha sogra me culpava o tempo inteiro dizendo que, depois que eu me casei, acabei “expulsando” a filha dela de casa.

Mas eu lembro que foi a própria Ana quem disse que, com o casamento do irmão, não era conveniente continuar morando na mesma casa.

Agora, tudo parecia bem mais complicado.

Justo quando eu estava prestes a confrontá-los, o meu celular tocou de repente.

— Alô, você é Luísa? Nós somos da delegacia de polícia.

Ao ouvir que era a polícia, fiquei imediatamente séria.

— Aconteceu alguma coisa? Sempre cumpro as leis, nunca nada errado — respondi.

O policial deu uma risadinha.

— Não se preocupe, não é nada grave. Encontramos seu nome em nosso banco de dados, e o seu DNA bateu com o de um casal que perdeu a filha há muitos anos. Queremos saber se você pode vir até a delegacia para conversarmos.

Fiquei chocada e entusiasmada ao mesmo tempo. Não me preocupei mais com os dois na ala ginecológica e fui correndo para a delegacia.

Na verdade, eu sempre soube que minha avó não era minha avó biológica. Ela me encontrou quando eu era muito pequena, na beira da estrada, com uma pulseira de jade vermelho no braço, e foi aí que decidiu me adotar, já que ela tinha perdido os seus filhos um acidente. Ela nunca escondeu a verdade de mim, e eu sempre a considerei como minha verdadeira avó.

Lembrando desses momentos, olhei para a pulseira que ainda uso no pulso, pensando que provavelmente foi a única coisa que meus pais biológicos me deixaram.

Quando cheguei à delegacia, vi um carro de luxo estacionado na entrada.

Assim que entrei, sem nem ter tempo de explicar a situação, uma mulher bastante elegante, que estava ao lado dos policiais, viu a minha pulseira de jade e correu na minha direção, me abraçando.

— Bela... Eu sou sua mãe... Finalmente te encontrei! — Ela disse chorando.

Com a ajuda dos policiais, descobrimos a verdade. Quando eu era pequena, fui levada pela babá para dar um passeio. Mas, enquanto a babá foi ao banheiro, acabei me perdendo e fui encontrada pela minha avó adotiva.

O meu nome verdadeiro é Isabela.

Ver minha mãe com os olhos vermelhos de tanto chorar me emocionou.

— Mãe... — eu disse com a voz embargada.

Ao ouvir a palavra que ela esperou por mais de vinte anos para ouvir, minha mãe chorou ainda mais. Nesse mesmo momento, um homem de meia-idade, de terno preto, entrou apressado.

— Onde está minha filha? — ele perguntou com os olhos cheios de lágrimas.

Quando ele nos viu, a mim e à minha mãe, suas lágrimas começaram a cair imediatamente.

— Essa é nossa filha? — Ele perguntou.

Minha mãe, chorando, assentiu. E eu fiquei paralisada ao ver o homem.

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