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Capítulo 8

Antes do jantar, seco o cabelo. Ao sair do meu quarto, ouço uma melodia. Um pouco de piano. Eu amo esse instrumento. Minha mãe costumava tocá-lo quando estava viva. Eu adorava ouvi-lo tocar. Às vezes eu adormecia no sofá porque ela estava brincando no outro quarto.

Aproximo-me de onde vem a melodia. Certamente é Artania. Ela já me contou que toca violão. Talvez também piano.

Abro um pouco a porta. Eu noto um homem por trás. Seus cabelos castanhos, ombros largos, ele havia tirado a jaqueta e arregaçado as mangas, revelando suas... Tatuagens? Não é Artania, mas Éloys!

Quando me viro para ficar incógnito, meu telefone toca. Pego rapidamente e vejo que é minha irmã. Caramba! Corro para o meu quarto, fecho a porta e respondo:

-Sandrine..., eu a saúdo.

-Gabby! O que você está fazendo?

-Eu estava fazendo algo muito importante e você me atrapalhou totalmente.

-É culpa sua. Você não me ligou nem me enviou nenhuma foto! Eu me preocupei...

Eu suspiro.

- Sinto muito, irmãzinha.

-É melhor você se arrepender! ENTÃO? Sua viagem? ela pergunta.

-EU...

“Moro no Castelo de Bastra porque assinei contrato com um príncipe e fui pego fingindo ser namorada dele.”

-Tudo bem! A cultura deles é incrível. não tirei foto...

-PARA QUE? grita minha irmã ao telefone.

-Fiquei tão cativado que nem pensei nisso.

-Hmm.. Eu te perdôo. Mas é melhor você se redimir!

- Sim, prometeu Sandrine! Eu tenho que ir. Bye Bye!

-Vê você!

Desligo e suspiro pela segunda vez.

Eu me viro e abro a porta. Estou petrificado.

-Eloys! O que você está fazendo aqui?

-Eu ando pela minha casa.

Ai. Fraco.

- É.. Não foi forte né?

-Não, de jeito nenhum.

Um sorriso infantil forma seus lábios. Sinto o rubor subir às minhas bochechas.

-Você queria me ver?

- Na verdade, ouvi seu telefone tocar, então...

-Não fui eu! Eu o interrompo.

Ele olha para mim.

-Posso ter vindo por trás, mas não sou a burra da Gabby.

Eu me perco em seu olhar verde. Por que ele é tão bonito?

Eu brinco com minhas mãos. Eu não posso escapar.

-Minha.. Irmã me ligou.

-Não quero ficar mal, mas escutei você.

-Sua Alteza está ouvindo nas portas agora? Estou brincando.

"Só quando é você, senhorita", disse ele, jogando meu jogo.

Rimos juntos antes que o silêncio se instale. Olhamos nos olhos um do outro sem dizer nada.

- Eu gostaria de... convidá-lo para o restaurante.

Eu fico olhando para ele por alguns momentos.

-Para outro jantar de negócios?

- Não. Um jantar normal. Só você e eu.

-Então você está me convidando para um encontro?

Ele limpa a garganta.

-É constrangedor, mas sim.

Seu olhar escapa do meu e ele balança para frente e para trás. Eu acho isso fofo. Ele, um príncipe que consegue o que quer com um estalar de dedos, fica com vergonha de me convidar para sair.

-Tudo bem.

Sua atenção está focada em mim. Brilhante com mil luzes.

-BOM! Então... Vinte minutos?

-Vinte e cinco.

-Ouviu!

Então ele vai embora. Ele parece mais... Feliz. Digo a mim mesma que ele deve ter feito outra coisa para estar tão feliz.

Tranco-me no quarto e coloco um vestido que Artania me emprestou. Embora ela seja mais nova que eu, usamos aproximadamente os mesmos tamanhos. De qualquer forma, coloquei o vestido curto de seda vermelha e uma meia-calça preta compacta. Levo sapatilhas de couro e uma pequena bolsa. Prendo o cabelo para o lado, coloco um colar de pérolas brancas e saio do quarto.

Desço as escadas e vejo Éloys. Ele está sentado em um longo sofá no corredor. Quando ele me vê, ele se levanta e fica em pé. Suas mãos estão atrás das costas. Seus olhos penetrantes me seguem.

Eu me junto a ele, olhando-nos nos olhos.

-Acho que já vi esse vestido antes, disse ele apontando para meu casaco.

-É da Artânia. Ela me emprestou há dois dias.

-Ela fica ótima em você.

-O que eu disse com os elogios? Eu o ameacei.

-E o que eu te respondi?

Relaxo. Eu não posso lutar com ele. Ele tem uma resposta. Eu não posso fazer nada sobre isso.

No carro, eu o questiono:

-Onde estamos indo?

-Você vai ver.

"Eu odeio surpresas", eu disse, cruzando os braços.

-Muito ruim para você.

Eu o examino. Ele não se move e observa a paisagem desaparecer.

Chegando ao destino, olho ao redor.

-akşam yemeği lezzetleri, sussurra uma voz profunda.

Sei que é turco, mas não falo uma palavra dessa língua.

-Tradução por favor.

-Ceia de iguarias.

Viro-me para Éloys para sorrir para ele.

-Um dos restaurantes mais prestigiados desta vasta capital, sussurra-me o príncipe ao ouvido.

Sua respiração, assim como seu corpo perto de mim, me deixam ofegante. Um arrepio agradável percorre meus braços. Me lembrou uma música que eu conheço...

-Vamos.

De facto, eu sou. Não tenho escolha, estou com muita fome e sua mão na parte inferior das minhas costas me obriga a seguir em frente.

Neste restaurante, não posso deixar de ficar impressionado. Como ele me surpreende mais a cada vez? Eu o observo com o canto do olho.

-Bom dia. Reserva em nome de Bastra.

Reserva?

-Sim. PLZ me siga.

Seguimos o servidor. Ele nos leva a uma mesa sozinhos. onde não há ninguém por perto. Além disso, é um banco corrido. Adoro os assentos de canto.

Sentei-me lá primeiro, seguido por Eloys. O garçom sorriu para nós, deixando-nos o cardápio. Então ele vai embora.

-Uma reserva? Pergunto-lhe.

-Depois que você aceitou, fiz uma reserva. Eu absolutamente queria trazer você aqui.

-Oh sim? Um simples fast food teria me enchido de felicidade.

Ele me analisa. Ele detalha meu rosto. Não demorei mais para entender.

-Não me diga que você nunca provou um hambúrguer ou anéis de cebola fritos?

Ele balança a cabeça.

-Eu morei nesse tipo de restaurante.

-Nesse caso, seria um prazer fazer você comer junk food.

Eu me afogo em seus olhos verde-oliva. O garçom chega com a carta de vinhos:

-Senhor Bastra? Vinhos.

Ele nos entrega, mas Éloys recusa.

-Já sei o que vamos beber. Um Leroy Chambertin.

O servidor acena com a cabeça.

- Boa Vossa Alteza.

Ele sai.

-Você está cansado de pedir um vinho tão caro, dou um sermão nele, agarrando a manga de sua camisa.

-Você tem que se mimar na vida.

Sua observação me deixa cético. Pisco várias vezes e olho para ele.

-A propósito, pelo vestido.. Eu te pago de volta.

-Não.

-O que? Sim.

- Eu te disse não".

Nós nos encaramos. Desisto.

- Você me exaspera, eu finalmente digo.

- O sentimento é compartilhado.

O vinho está chegando. O garçom serve um pouco de vinho na taça Éloys. Ele prova e balança a cabeça. O homem que nos atende nos serve uma taça de vinho tinto e deixa a garrafa no balde de gelo.

A cena do piano vem à mente.

-Desde quando? Pergunto a ele enquanto tomo um gole de vinho.

-Suficiente para?

-O piano.

-Desde... Meu...

Eu o vejo pensando.

-Oito anos.

-Então você joga há 18 anos? É impressionante.

-Para que?

-Mantenha o desejo e a chama de tocar o mesmo instrumento. Acho isso notável.

Pedimos nossos pratos quando o garçom chega.

O jantar está indo muito bem. Em uma atmosfera um tanto palpável.

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