Capítulo 3
INTERNATO SAINT LOUIS- LONDRES/ INGLATERRA
Após algumas horas de viagem, chego a um internato para filho de ricos na Inglaterra.
Os seguranças me tiram de forma rude de dentro do carro e na entrada sou recebido por um senhor de cabelos grisalhos, com uns 50 e poucos anos, então ele fala comigo:
- Olá, é o filho do juiz Van Dumer?
Eu não respondo, apenas olho para baixo com raiva.
Um dos seguranças respondem que sim e me empurram para os braços desse homem.
Em seguida, entregam minhas malas e vão embora.
Continuo olhando para baixo e o senhor se ajoelha e pergunta:
- Oi, como se chama?
- Klaus...
- Seja bem vindo, Klaus. Vou levar suas malas, me acompanhe.
Eu respiro fundo e vejo que não tenho saída. Então o acompanho até lá dentro.
Vejo alguns garotos com uniformes e gravatas pretas olhando com curiosidade pra mim.
percebo que as alas são separadas por idade, e os garotos novos não se misturam com os mais velhos.
Continuo andando e olhando para o chão e pedindo que Deus me ajude.
Ao chegar num quarto exclusivo pra mim, me sento na cama e fico olhando para a janela.
O senhor William se apresenta:
- Bem, Klaus, eu sou o diretor daqui, me chamo Willian. Gostaria de dizer que temos um prazer imenso em recebê- lo e quero lhe dar alguns avisos. O café da manhã começa as 7 horas, as aulas começam as 8. Você terá a sua disposição este quarto suíte, livros, uniformes e uma televisão. É proibido brigar com os outros internos, xingar os professores ou até mesmo a mim. Se precisar de ajuda ou quiser fazer alguma reclamação, vá até minha sala, que resolverei tudo.
- Aqui recebemos garotos entre 8 e 13 anos. Eles são separados por idades em alas diferentes e aqui tem acesso a um ensino escolar de qualidade superior. Espero que tenha entendido e não crie problemas. Sua mãe disse que você era problemático, mas isso iremos analisar.
- Temos vários médicos, caso você precise de algum. Bom, tenha uma boa noite, mandarei trazer seu jantar. Amanhã acorde as 7 horas, tem um relógio na escrivaninha com despertador. Seus uniformes e livros, com os devidos horários das aulas estão nesta mesa. Tenha um bom descanso.
Ele sai e fecha a porta.
Eu tenho vontade de chorar mas não coloco uma lágrima. Tenho que ser forte.
Tiro uma foto que escondi no meu bolso e olho para ela.
É uma foto do meu pai comigo abraçado junto com meus irmãos.
Eu olho pra ela com ódio e falo:
- Porque você me abandonou!!!!! Achei que me amasse!!!!!
Amasso a foto com raiva e jogo no chão
Me deito na cama e fico olhando para a janela.
Me sinto sozinho, abandonado.
Não sei o que esperar deste lugar.
Alguns minutos depois, uma senhora muito simpática entra e traz um belo e delicioso jantar, seu nome é Constança. Ela se aproxima e fala:
- Olá Klaus, oh como você e lindo! Trouxe seu jantar meu anjo, está com fome não é? Me chamo Constança, sou cozinheira e também faço outros serviços. Você está bem?
Percebo que ela é muito carinhosa e respondo:
- Eu quero ir embora daqui... Mas sei que ninguém me ama...
A senhora de 50 e poucos anos fica triste ao ouvir isso, se senta ao lado dele e fala:
- Oh meu amor, não fique assim... logo você se acostumara aqui, está bem? Se precisar de algo, me diga, estou sempre na cozinha.
- Ok, obrigado, senhora. - eu falo.
- Coma seu jantar... se comer tudo, te darei um chocolate!
Eu olho pra ela e começo a devorar a deliciosa comida.
- Foi você que fez essa comida ? - eu pergunto.
- Sim, você gostou?
- Muito boa... - eu respondo.
Ela sorri, me da um chocolate e fala carinhosamente:
- Não conte ao diretor que te dei doces, rsrs.
Pego o chocolate, olho pra ela agradecido e falo:
-Obrigado, Constança...
- De nada meu anjo, durma com Deus.
Ela sai e fecha a porta.
Eu passo a chave e vou me deitar segurando aquele chocolate que ela me deu com tanto carinho.
Lembro me da minha avó Elisabeth da Dinamarca. Ela era muito carinhosa comigo e me chamava de leãozinho, por eu ter cabelos loiros platinados e olhos azuis. Esse apelido pegou e meu pai me chamava de leão.
Custo a dormir, mas o cansaço me consome.
Fecho os olhos e caio no sono.
No dia seguinte, as 7 horas, o despertador toca e eu me levanto com muita preguiça.
Tomo banho e visto o uniforme.
Após alguns minutos, o diretor bate na porta e eu abro. Então ele fala:
- Olá, Klaus, bom dia. Me acompanhe até o refeitório.
- Ok.
Ao chegar no refeitório vejo muitas mesas cheias de garotos entre 8 e 11 anos.
Alguns olham pra mim curiosos e outros com raiva.
Ele me coloca numa mesa com 2 garotos que também são novatos e se despede:
- Tenha um belo café da manhã garotos.
Eu engulo seco e olho para os meninos. Eles me olham desconfiados e perguntam meu nome e eu respondo:
- Klaus.
Começamos a conversar e descubro que são irmãos, filhos de magnatas espanhóis.
Eles são bem legais.
Nós comemos e depois somos guiados por um monitor até nossa sala de aula.
O professor nos apresenta a sala e nos manda se sentar em nossas cadeiras com mesas exclusivas. Tudo aqui é muito luxuoso.
Após alguns dias, me acostumo com a rotina e vou olhar alguns garotos jogando futebol.
Me sento no chão e fico observando.
Quando a bola vem em minha direção eu apenas a empurro para o outro lado.
Um garoto da minha idade se aproxima com um grupo e começa a gritar em inglês:?
- Porque você não jogou a bola de volta novato??? Tá se achando é?
Eu me levanto, encaro ele e falo:
- Porque eu não quis!!! Vai se foder!
Ele olha para os colegas e fala:
- Vamos dar a ele o que ele merece!
Eles vem pra cima de mim e começam a me bater. Eu tento me proteger mas é tarde demais.
Alguns minutos depois escuto um grito em italiano.
Os garotos param imediatamente de me bater, olhando assustados para trás.
Limpo o sangue do meu rosto e olho com curiosidade.
Um garoto de cabelo Chanel preto, que esta acompanhado de mais outros colegas, encara com ódio o menino que me bateu e fala em tom ameaçador:
- Soltem ele!!!!!
Ele vem até mim, me puxa do chão e fala:
- Olá, meu nome é Massimo Torriceli. Você é filho do juiz Van Dumer, não é?
- Sim...
- Meu pai é juiz também e é o melhor amigo dele... eu lembro de ter visto você em um jantar na minha casa.
Ele se vira para os garotos que me bateram e fala:
- Se tocarem num fio de cabelo dele, eu mando meu pai arrancar suas cabeças !
Os moleques saem correndo assustados, depois ele olha pra mim e pergunta:
- Você está bem?
- Sim...
- Vamos na enfermaria, Constança cuidará de você. Se quiser podemos ser amigos. Você é filho do melhor amigo do meu pai. - Massimo fala muito simpático.
- Ok... obrigado por me ajudar.
Ele estende a mão e eu aperto.
Acabei encontrando meu melhor amigo, Massimo Ricelli.