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Capítulo 4

- Tem certeza de conduzir a dança?

- ... não muito ...

Depois de duas palavrinhas ele se afastou de mim e me olhou, com um ar presunçoso e orgulhoso...

Eu deveria ter enfrentado ele... agora ele está satisfeito e não era isso que eu queria!

Os três lobos, que perseguiam os dois fugitivos, voltaram de mãos vazias e furiosos. Derek se aproximou de um lobo dourado e olhou-o diretamente nos olhos. Depois de alguns segundos, Derek bateu violentamente em uma árvore com o punho e ela arrancou.

Devo ter parecido chocado, porque Derek me lançou um rápido olhar de desculpas.

Ele fez seus lobos irem embora e se virou para mim.

- Bom… iremos até sua casa pegar suas coisas, depois você virá se instalar no meu território na minha casa.

- Não ! Eu não quero mudar minha vida! Você não pode fingir que eu não existo?!

- Mesmo que eu quisesse, não conseguiria! Pare de ser infantil! Estou fazendo isso por você, para protegê-lo!

- Não, eu não ...

Ele me silenciou segurando minha cabeça e olhando para mim com seus lindos olhos azuis.

- Confie em mim POR FAVOR.

Estou tentando te proteger...

quando meus olhos encontraram os dele e meus ouvidos ouviram suas palavras, todos os meus medos se dissiparam para dar lugar à confiança cega. Eu não entendo... por que eu confio nele?!

- Tudo bem ...

- OBRIGADO . Onde você mora ?

- Eu... eu estou em um internato, é no centro da cidade...

- um internato, por quê?

- Eu sou órfão.

um véu de tristeza passou em seus olhos e ele olhou para mim com um olhar muito triste.

- Já estou acostumada, não se preocupe...

- Não me importo, só sinto muito...

então partimos em silêncio mortal. já estávamos caminhando há pelo menos meia hora quando chegamos ao lado da floresta do internato.

- Vou buscá-lo no final da tarde. Esteja pronto e tente sair do internato tranquilamente.

Baixei a cabeça em resignação e me dirigi para o internato. Consegui voltar ao meu dormitório em tempo recorde. Então desabei na cama e dei rédea solta aos meus problemas.

O que meus pais teriam me aconselhado em um momento como este? Como eles teriam reagido? Levantei-me e arrumei minha mala com as poucas roupas que tinha. Também levei algumas bugigangas, que podem se tornar tão importantes para nós com o passar dos anos. Também coloquei na bolsa um ursinho de pelúcia, que nunca havia separado desde que nasci.

Terminada a mala, sentei-me na cama e foi aí que me ocorreu a ideia mais maluca que já tive na vida. Fuja, é sim!

No fundo eu sabia que algo poderoso e precioso me ligava a Derek, mas me recusei a admitir.

Então me levantei de um pulo, peguei as poucas economias que tinha e olhei para o meu dormitório uma última vez. Dirigi-me com passo determinado em direção à única saída discreta que conhecia nos fundos do internato com a mala na mão.

5 minutos depois :

Eu estava agora na cidade e pedi a plenos pulmões o primeiro táxi que aparecesse.

- Táxi!!!

Um carro amarelo parou na calçada. Coloquei minhas coisas no porta-malas e entrei rapidamente.

-Deixo você onde minha mocinha?

- No hotel mais barato da cidade, por favor.

- OK !

O veículo deu partida novamente e durante esse tempo resolvi refazer meu plano de "fuga" na minha cabeça. Era muito simples, naquela noite dormi em um hotel da cidade e na manhã seguinte, logo pela manhã, pegaria um trem que vai longe o suficiente para me proteger de Derek por um tempo. Na hora eu arranjaria um trabalhinho para ter um teto onde dormir e assim que tiver dinheiro suficiente irei para outro lugar...

Esta vida pode parecer um pouco... nômade, mas era melhor viver como um andarilho do que ver meu destino para sempre amarrado a um homem do qual não sei nada. Perdido em meus pensamentos não tinha notado que o carro havia parado... no meio da mata?!

- Por que estamos parando aqui? Eu digo um pouco tenso.

O motorista escarranchou o banco da frente para vir para trás.

- O que você está fazendo !?

- Vou me divertir... disse ele com um olhar cheio de insinuações.

Meu primeiro instinto foi tentar sair, mas ele me segurou com força e me prendeu contra a janela. Por instinto de sobrevivência comecei a desferir golpes cegos e violentos contra meu agressor.

- Ajuda ! Ajuda !!!

- Pare de se mexer, sua vadia suja!!!

Eu tive que dar um baita golpe nele nas joias da família, porque ele se dobrou mas, infelizmente, ele não me liberou por tudo isso...

Ele se endireitou e olhou para mim.

- Você vai se arrepender disso!!!

Dito e feito, ele se lançou sobre mim, puxou uma faca afiada do bolso de trás da calça e acenou para mim. Nesse momento senti a lâmina fria da faca cravar-se em meu quadril esquerdo e o sangue jorrou nos bancos do carro. Olhei apreensivamente para os meus quadris e vi com horror a extensão do dano...

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