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alma gêmea de alfa

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amour
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Resumo

A solidão é a definição exata da minha vida e daquelas já há 9 anos. Estou sozinha há 9 anos sem amor e sem amigos, pois estou em um orfanato. Não porque fui abandonado, maltratado ou por qualquer outro motivo, mas porque meus pais morreram... E obviamente ninguém em 9 anos quis me adotar. Para mim, a minha vida, aos meus olhos, estava toda mapeada, quando eu fosse sair dessa prisão eu teria arrumado um emprego, teria vivido sozinho e teria morrido sozinho. Sozinho, como sempre estive. Mas eu certamente não esperava que um enorme lobo branco entrasse na minha vida, me sequestrasse e depois se transformasse em homem para me dizer que eu era dele, que pertencia a ele e que ele tinha tudo certo sobre mim!! ! O que esse homem vai fazer comigo?!

1

- Acorda meninas!

E aqui está... mais um dia que começa. Mais uma vez vou ter que me levantar e não pensar na minha dor, que, apesar dos últimos 9 anos, persiste em ficar dentro de mim.

Sempre fiz o que chamo de rotina matinal. Ou seja, lave-se, almoce e vista-se.

Sempre fazia isso para prestar atenção na menina que estava ocupada ao meu redor, assim como na supervisora que passava de vez em quando, para ver se logo estávamos todos prontos.

Esqueci de dizer que estou em um orfanato. Eu conheci meus pais...eu os tive, eles eram maravilhosos e mais generosos que qualquer um. Mas agora eles estavam mortos. Esta é a causa da tristeza que está ancorada em mim. Quando eles morreram eu era muito jovem, mas ao contrário do que os adultos pensavam eu entendia tudo. Eu até entendi toda a pena que eles tinham de mim. Mas eu não queria a pena deles, só queria que eles sofressem sozinhos e que eles guardassem para si suas compaixões fugazes e falsas. Eu era muito fusional e unido a eles, então quando eles partiram minha alma voou junto com a deles... Desde então não sorrio mais, não rio mais e só falo para dizer o estritamente necessário, como: “Estou com fome”, “Estou com sede”, “Obrigado”, “Olá”, “Tchau” , etc.

Depois de pronto e com o estômago cheio fui direto para a sala onde minha aula começaria em 10 minutos. Coloquei-me, como sempre, bem na parte inferior da lateral da janela. Foi uma maneira de escapar quando a aula ficou muito chata. Não sou amigo e não reclamo disso mesmo que às vezes me sinta sozinho... de qualquer forma não creio que possa ser um bom amigo, já que quase não falo mais com ninguém, até mesmo com ninguém.

Depois de 15 minutos o curso começou porque a professora estava atrasada, para alegria dos meus colegas que não paravam de falar (ou melhor, de gritar) me causando enxaqueca...

As aulas da manhã correram bem para mim, como sempre. Como era hora do almoço, entrei discretamente na cozinha para pegar um sanduíche de salada. Se por outro lado, desde a morte dos meus pais, uma coisa não tinha mudado era o meu apetite, eu era um gourmet, e entrava sorrateiramente na cozinha assim que podia para comer tudo o que pudesse. Então, com meu sanduíche embrulhado nas mãos, fui para o meu dormitório, pegar meu bloco de desenho e meu estojo escondido debaixo da cama. Sem chamar a atenção, saí do orfanato por um buraco na cerca em frente ao prédio da prisão. Então fui para a floresta. Já faz vários anos que estou acostumada a sair na floresta na hora do almoço, e ninguém notou isso desde todo esse tempo... prova de que sou invisível...

Resumindo, fui em direção a um carvalho lá longe, na floresta, onde eu costumava escalar. Assim que cheguei subi sem preocupações porque já estava habituado. A primeira vez que subi pensei que ia me matar! A primeira vez que me refugiei nesta floresta, foi para fugir dos meus colegas, cada um deles mais cruel que o outro com as espadas, ela me considerava um idiota porque quase nunca falo. Em lágrimas me refugiei nesta árvore e desde o hábito de me deixar mais.

Sentei-me num galho não muito alto e comecei a mordiscar meu sanduíche. Depois de alguns minutos, um pequeno tordo pousou na ponta do galho em que eu estava. Para evitar que ele fosse embora, joguei para ele algumas migalhas de pão do meu sanduíche. Assim que o pássaro estava ocupado, rapidamente peguei meu bloco de desenho e um lápis HB. Comecei então meu esboço uma cabeça delicada, asas com curvas leves, pernas finas, um bico pequeno que bica o pão...

Eu estava tão absorto no meu desenho que nem percebi que estava escorregando do galho. Tarde demais, aqui estou caindo... então o chão que felizmente estava coberto de folhas de laranja no início do outono amortece um pouco o choque.

- Aiiiee!!!

Eu me endireitei e de repente levei meu estojo e meu bloco de desenho na cara.

- Aiiiie não, mas, sério! Devo ter sido um gato preto em uma vida passada...

Estava verificando se não tinha alguma coisa quebrada... ufa! Não sou nada além de hematomas e joelhos sangrentos. Peguei minhas coisas e sentei no chão por um tempo. Então olhei ao meu redor... as árvores laranjas e amarelas estavam escondidas, o céu estava um pouco cinza hoje mas alguns raios de sol conseguiram passar. De repente, ouvi passos muito, muito rápidos se aproximando. O que é isso ?! Tentei me levantar para voltar para o carvalho, mas meus joelhos doíam muito e não consegui me levantar. Tentei de novo, mas o único resultado foi gemer ainda mais e meus joelhos doerem ainda mais. De repente o autor dos barulhos estava na minha frente... nem acreditei!!! Era impossível! Foi muito irreal!

Era um lobo enorme, mas realmente enorme. Ele devia ter cerca de 2 metros de altura no ombro e essa fera devia ser muito poderosa de acordo com os músculos que eu podia ver saindo de seu pelo grosso. Ele tinha lindos olhos turquesa e pelo branco como a neve, ele era tão branco que machucava meus olhos. É majestoso, imenso, impressionante, magnífico. E tive a impressão de que esse lobo não era só um lobo, ele simbolizava mais.

O lobo se aproximou de mim com as presas abertas, então recuei, rastejando porque não conseguia andar, até que bati com as costas na árvore.

Minha hora ainda não chegou, se eu me juntasse aos meus pais agora, eles ficariam ressentidos comigo...

Sem pensar eu balancei meu peid na pata dianteira esquerda do lobo fazendo-o perder o equilíbrio. Quando ele se levantou, levantei-me com muito esforço por causa dos joelhos doloridos e peguei um grande pedaço de madeira para usar como arma.

- Vamos, garotão! Eu estou esperando por você !!!

Como se o lobo tivesse entendido ele se jogou em cima de mim, mas consegui desviar dele. Ele começou o mesmo ataque novamente e desta vez se não sentiu minha falta. Fiquei preso no chão...espero que seja um homem! Dei-lhe um chute na virilha. Ele se dobrou de dor, bingo! Quando o lobo se levantou, ficou louco de raiva, correu em minha direção e me empurrou com um grande chute contra a árvore. Fiquei atordoado, e no chão... o lobo se aproximou com passo predatório, rosnando, é o fim. Chegando na minha altura, ele abriu bem a boca e se aproximou da minha garganta... adeus!!!