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Capítulo 15 Ajoelhe-se!

Georgia nunca imaginou que um dia Jamie falaria com ela de forma tão humilde.

— Georgia, você sabe, Jamie ainda é jovem e inconsequente — disse a avó, apressando-se em interceder. — Ele está sinceramente pedindo desculpas agora. Como irmã mais velha, seja um pouco mais compreensiva e perdoe-o.

— Nada disso! Não é verdade, esse pedido de desculpa não tem o menor sinal de sinceridade. Achar que um simples desculpa vai resolver tudo é brincadeira. Se é para pedir desculpas, então tem que se ajoelhar! — Kayden saiu do quarto e declarou, antes mesmo que Georgia pudesse responder.

Essas palavras pegaram os três de surpresa, todos voltaram seus olhares incrédulos para Kayden. No entanto, ele estava tão calmo como sempre, sem demonstrar a menor emoção.

— Seu idiota, o que você tem a ver com isso? Cai fora antes que eu te pegue na porrada! — Jamie, cheio de raiva, descontou em Kayden, com os olhos cheios de ódio, como se quisesse devorá-lo vivo.

Mas Kayden apenas fixou seu olhar em Jamie.

— Vou dizer mais uma vez: eu não sou um idiota! — disse, com firmeza.

De repente, a atmosfera no ambiente esfriou visivelmente. Até mesmo a avó, que já tinha visto de tudo, não pôde deixar de sentir um calafrio e estremecer. Surpreendentemente, Jamie ficou intimidado, desviando o olhar rapidamente, sem coragem de encarar Kayden de frente.

— Kayden, talvez... — Vendo a situação, Georgia tentou intervir. Mas Kayden levantou a mão, interrompendo-a.

— Ele tem que se ajoelhar! Se não se ajoelhar, você não assina o contrato. Caso contrário, você nunca terá respeito nesta casa. Minha mulher não vai ser maltratada por um imprestável! — ele disse, categoricamente. Cada palavra de Kayden era precisa como uma bomba, e Jamie não teve coragem de dizer uma palavra sequer.

A avó, ao perceber a determinação de Kayden, apertou os punhos. Para garantir que fechassem o negócio, ela sabia que precisaria ceder. Além disso, o tal idiota parecia ter recuperado parte da memória.

— Ainda não se ajoelhou? — A avó virou-se para Jamie e ordenou.

— Vovó?! — Jamie olhou para ela, sem acreditar.

— Ajoelhe-se! — A avó falou com firmeza.

Mesmo extremamente relutante, Jamie não teve escolha senão se ajoelhar com um baque no chão.

— Agora você pode perdoar o Jamie, certo? — perguntou a avó, já demonstrando certa impaciência.

Georgia olhou para Kayden em busca de orientação, como se tivesse perdido o rumo.

— Está bem, eu o perdoo — ela finalmente respondeu, ao ver Kayden assentir levemente.

— E quanto ao contrato? — O tom da velha senhora mudou instantaneamente. Quando se tratava do contrato, era crucial.

Georgia voltou a olhar para Kayden, confiando completamente nele.

— Eu vou conversar com o senhor Beckett — ela respondeu, depois de ver que ele não tinha objeções.

— Ótimo, Georgia! Eu espero por boas notícias. Quando o contrato for assinado, farei uma festa em sua homenagem no Hotel Royal. — A avó disse, antes de partir com Jamie.

Assim que saíram, Jamie bufou de raiva. O ódio dentro dele era tão intenso que poderia enfrentar um touro. Um dia, ele faria Georgia e Kayden pagarem por isso.

Depois que a avó e Jamie foram embora, Georgia finalmente expôs suas dúvidas.

— Como você sabia que só eu poderia assinar esse contrato? Por acaso você conhece o Beckett do Grupo Atkinson?

— Não o conheço, mas conheço o chefe da família Atkinson — Kayden respondeu balançando a cabeça.

Imediatamente os olhos de Georgia se arregalaram. Conhecer o chefe da família Atkinson era algo grandioso, afinal, ele era uma das pessoas mais poderosas da região. Dizem que ele tem uma influência gigantesca. Mas como Kayden, que até pouco tempo era considerado um bobão, poderia conhecer alguém assim? Será que Kayden tinha, na verdade, um grande passado?

Georgia ainda estava perplexa.

— Ele foi meu subordinado no passado — continuou Kayden.

Ela ficou completamente sem palavras. No início, até achou que Kayden estava falando sério, mas agora parecia que ele estava delirando. Era evidente que ele não tinha recuperado totalmente a memória e, na verdade, parecia estar numa espécie de delírio de grandeza.

— Na verdade, os presentes que foram entregues mais cedo foram enviados por um dos meus antigos subordinados. Era para compensar o presente que eu deveria ter dado para você — disse Kayden, ele achou que não precisava mais esconder isso de Georgia e, acabou revelando a história por trás dos presentes trazidos por Greedy Wolf.

— Tá bom, Kayden, eu sei que você não gostou dos presentes que Tony mandou, mas não vou aceitar nada dele, pode ficar tranquilo. Agora você deve descansar. Só espero que pare de falar besteira. Comigo tudo bem, mas na frente dos outros, por favor, não diga essas coisas. — Georgia rapidamente interveio.

Kayden ficou sem palavras por um momento. Claramente, Georgia não acreditava em nada do que ele dizia. Ele sabia que tentar explicar só pioraria as coisas, então decidiu que o tempo ficaria em cargo de provar tudo.

Na manhã do dia seguinte, Georgia foi até o Grupo Atkinson para assinar o contrato.

Assim que chegou na porta, Beckett já estava à sua espera. Além dele, todos os funcionários da empresa estavam alinhados na entrada, formando duas fileiras frente a frente, todos eles tinham sorrisos de orelha a orelha no rosto.

Inicialmente, Georgia pensou que alguém importante estava prestes a chegar para uma inspeção, mas então ela viu uma faixa esticada sobre a porta, escrito: Seja bem-vinda, Sra. Georgia, para a assinatura do contrato.

Ao ler seu próprio nome, Georgia ficou incrédula. Afinal, existem muitas pessoas com o mesmo nome.

— Sra. Georgia, peço desculpas pelo que aconteceu da última vez. Fui cego, não reconheci o que tinha diante de mim. Estou aqui para lhe pedir desculpas. — Beckett se aproximou, dizendo.

Após dizer isso, Beckett se curvou, parecendo genuinamente arrependido e amedrontado.

Georgia engoliu em seco, sem entender as intenções de Beckett. Afinal, ele era alguém muito poderoso e respeitado em Hiphia, conhecido tanto por sua riqueza quanto por sua influência. E agora, ali estava ele, diante dela pedindo desculpas a ela com tanta deferência.

— Sr. Beckett, o que está acontecendo? — Meio atordoada, ela perguntou.

— Ah! — Beckett rapidamente respondeu. — O contrato já está pronto. Por favor, me acompanhe.

Ele então fez um gesto com a mão, indicando que ela deveria segui-lo. Ainda perplexa com a recepção, Georgia entrou na empresa, onde Beckett imediatamente ofereceu chá e água, tratando-a com uma cautela extrema. Em seguida, ele colocou o contrato na frente dela.

— Sra. Georgia, por favor, revise o contrato. Se estiver tudo em ordem, pode assinar. Se encontrar qualquer problema, fique à vontade para riscar e corrigir — ele disse.

Georgia estava completamente confusa com tudo aquilo, sem saber como reagir.

Mesmo assim, conseguiu manter a calma e leu o contrato. Todo o documento era extremamente favorável a ela, sem nenhum benefício aparente para o Grupo Atkinson. Não havia o que mudar!

— Sr. Beckett, esse contrato não está muito desfavorável para vocês? — perguntou Georgia, intrigada.

— Sra. Georgia, o que você está dizendo? Poder colaborar com você é uma honra para o Grupo Atkinson. — Beckett suspirou e respondeu.

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