Capítulo 3
“Eu queria que você fosse uma história boa de contar,
mas você é mais uma daqueles que a gente chora ao terminar de ler. "
bianca dias; nevalisca.
- Bela? - Ele me chamou enquanto caminhava até a porta para expulsar ele do meu apartamento. - Será que podemos conversar, por favor? - Ele pediu, e eu parei no meio do caminho, sentindo que iria me arrepender depois.
- O que você quer conversar agora, Jackson? - Perguntei cruzando os braços e esperando ele falar. - Não foi esse o combinado mais cedo, e sim que você entraria aqui e colocaria Benjamin na cama e em seguida, iria embora, certo? - Sim, eu manteria a postura de indiferença na sua frente. - Mas, vamos, me fale, o que você quer tanto conversar depois de 2 anos?
- Eu sei que fui um babaca com você e com nosso filho, Ben, e sei que não tem desculpa no mundo que volte atrás e conserte o que eu fiz, mas, Bela, eu realmente quero consertar as coisas, se você me permitir, claro. - Ele falou e eu queria dar risada para demosntrar o quão burro ele era as vezes.
- Consertar? Agora? Depois de 2 anos? Você não cresce, não é mesmo! - Respondi irritada. - Eu sei Jackson que nós não éramos perfeitos, mas eu nunca me senti desse jeito ninguém, destruída, arruinada, foi assim, que você me deixou, quando eu mais te amei e mais precisei de você. - O encarei com raiva.
Vocês devem estar se perguntando, por que estou falando isso somente agora, certo? Pois assim que Jackson e eu terminamos, e ele pediu o divorcio, eu não consegui mais falar com ele, eu sempre mandava terceiros interceder por nós, ou quando ele falava sobre pensão, era com meu advogado, eu fugi para longe dele, e definitivamente, hoje era a primeira vez que estávamos conseguindo conversar, como duas pessoas normais.
- Bela, eu cresci e amadureci hoje. - Ele começou falando. - Se eu me arrependo de ter te deixado? Pra caralho. Se eu ainda tenho sentimentos por você mesmo depois de 2 anos? Sim, eu tenho. - E o encarei sem acreditar em como ele conseguia ser o mesmo de antes, em tentar me prender a ele, quando eu quero ir embora. - Eu estou com Jenna? Sim, estou e também gosto dela.
- E por que eu tenho que saber disso? Você espera o que? Que eu fale que ainda te amo como sempre amei? Pois bem, você não vai ouvir isso de mim. - Respondi. - Eu tenho uma pessoa boa ao meu lado, e não vou deixar ele por você, por que no fundo, você ainda é um traidor.
- Bela, o que preciso fazer para acreditar em mim?
- Jackson, quando eu segurei sua mão no passado confiando que seria eterno, você apenas me jogou do penhasco, como se isso fosse normal. - O cortei. - Eu tive que desaprender a gostar de você, agora, eu não entendo por que você quer judiar tanto de mim.
- Eu já falei, caramba.- Ele falou exaltado. - Eu me arrependo de tudo, eu me odeio todos os dias por ter te deixado.
- Chega! - Gritei, deixando as lágrimas cair. - Eu implorei, eu pedi, para que não fosse embora, agora não tem mais nada para você aqui. - O cortei indo em direção a porta, mas em um rápido movimento, ele caminhou em minha direção, segurou meu pulso, e sussurrou um “me desculpa, por isso”, e em seguida, selou nossas bocas, num rápido movimento de surto, como se tivesse pressa e estivesse se segurando a tempos.
Eu não sei o que aconteceu comigo, por que no fundo, eu gostei do beijo, e não o parei e empurrei, eu apenas cedi, deixando que ele tomasse as rédeas da situação.
Jackson me apertava contra seu corpo, como se sentisse falta do calor humano, e eu passava a minha mão em suas costas arranhando ali, sabendo que ficaria algumas marcas, mas então, me lembrei de Jenna e em seguida, me lembrei de Park, e com o pouco de força e coragem que ainda me restava, eu o empurrei para longe de mim, ofegante, mas sabendo que isso nunca mais poderia acontecer novamente.
- Vai embora! - Eu falei sem ar. - Vai embora daqui, Jackson! - E ele não conseguiu falar mais nada, a não ser, pegar seu paletó que estava em cima do sofá e sair pela porta principal, me deixando ali, sem entender o que tinha acontecido a poucos segundos atrás.
Benjamin estava dormindo no quarto, então, se eu chorasse de ódio, ele não me ouviria por nada no mundo, e sim, eu comecei a chorar que nem um bebê que implora por colo, pois Jackson era a minha fragilidade, aquele homem conseguia mexer comigo mesmo depois de tanto tempo, e eu gostava dele fazer isso.
Depois de um tempo, chorando e limpando tudo que estava dentro de mim, peguei meu celular para ver as horas, e ainda era apenas meia noite, então, mandei uma mensagem para um amiga que tinha feito na Coréia assim que retornei a segunda vez, ela era brasileira e casada com um Coreano, e muitas vezes, ela me ajudou com Benjamin no início da minha carreira, e se eu quisesse beber, bastava ligar para ela, que logo chegava.
- Quem morreu? - Ela perguntou entrando no apartamento e sim, ela tinha a chave daqui, pois eu achava mais fácil assim, e quando ela entrou e me viu no chão, sentada e chorando, ela não falou mais nada.
- Jackson? - Respondi e ela negou com a cabeça como se não acreditasse naquele nome, ela sabia que ele havia me machucado muito.
- O que esse cara fez? - Perguntou pegando os copos e nós servimos uma bebida.
- Ah ele? - Comecei falando e lembrando do que aconteceu a pouco tempo atrás. - Ele simplesmente se declarou e em seguida me beijou! - Respondi dando um gole da bebida, e o que ela tinha colocado na boca, automaticamente, voltou para fora, como se não acreditasse que estava ouvindo aquilo.
- Que? - Ela perguntou surpresa. - Como assim, me beijou? Me conta tudo garota. - Ela falou me empurrando e eu dei risada.
- Ele sabe, Isa, que se me chamar eu volto correndo. - A encarei. - E ele sabe também, no fundo, que ainda amo ele, mesmo depois de tudo.
- Mas, o que houve amiga? - Ela persistiu.
- Como você sabe, estávamos no mesmo evento, já que eu sou a nova diretora de redação, e como Park precisou ficar para fazer alguns contatos importantes, eu vim embora mais cedo, mas ele parou meu carro, e pediu para levar Benjamin embora e eu também, e quando Benjamin viu o pai, ele ficou louco, e não tive outra opção. - Comecei explicando. - Aí chegamos aqui, ele colocou o pequeno na cama, e depois voltou para a sala falando sobre arrependimento, que me ama, mas ama a Jenna também, e em seguida me beijou, e eu como otária que sou, cedi.
- Você cedeu? Como assim? Você gostou do beijo? E é por isso que está chorando que nem um bebê? - Ela perguntou.
- Isa, você entende que Jackson é e sempre será meu ponto fraco, não é, mesmo? - Perguntei a encarando. - Eu sei que Park Seo Joon é um cara maravilhoso, que cuida de mim como ninguém, e é super presente na vida de Benjamin, mas Jackson é a parte da minha vida que ninguém pode tirar. - E a encarei. - Ele me fez a pessoa mais feliz do mundo, como também, me fez ser a pessoa mais triste do mundo e por mais que eu tente tirar isso de mim, quando estou no mesmo lugar que ele, eu sinto meu coração bater mais forte e as mãos suarem frio, mesmo sabendo, que ele é um traidor de primeira categoria. - E dei risada.
- Minha irmã do coração. - Isa começou a falar. - Vocês praticamente cresceram juntos e por isso você está tão presa nele, mas se ele realmente quisesse você, não acha que ele largaria a noiva e voltaria?
- Jackson Wang? Nunca faria tal coisa! - Respondi. - Eu sempre serei a segunda opção em sua vida, ainda mais quando a mãe dele tenta controlar tudo.
- Exatamente. - Isa falou. - Ela nem mesmo aceita o próprio neto, vai aceitar você? - E eu tive que concordar com ela. - Como você mesma falou, você tem o Park, e ele te ama de verdade, por que não tenta se entregar de coração e esquecer, até mesmo, esse beijo que Jackson lhe deu?
- Mas, Isa, por que ele fez isso? Por que ele me beijou?
- Bela, ele quer te destruir, e é por isso que faz o que faz. Ele quer saber se ainda pode te ferir ou se ainda, espera por ele, Jackson Wang na sua vida, é sinônimo de destruição. - E eu me silenciei, por que tudo que Isa falava era a verdade.