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Capítulo 8

Beatriz

Desperto e noto um quarto todo branco. Diferente.

Levanto e me sento por conta do hábito e uma dor se apodera do meu corpo. Porra! Estremeço e me deito de barriga pra baixo. Meu pijama arranha minha bunda e isso causa uma dor enorme, porém suportável.

Tenho sede. Muita sede. Decido levantar e procurar pela cozinha, ao andar no corredor oiço gemidos super altos.

Passo por uma porta gigantesca que acredito ser o quarto do cretino. A porta estava entreaberta e não resisti a curiosidade de confirmar o que tava acontecendo ali.

A tal Mia de ontem tava de quatro sendo penetrada pelo cretino. Parecia ter qualquer objecto inserido no ânus dela .. Estremeço com a visão e saio dali antes de ser vista e continuo explorando a casa.

Depois de muito andar acho a cozinha. Me sirvo de um copo de água e bebo, quando acabo encho o copo mais uma vez e levo ele para o quarto.

Essa porcaria de vestido de dormir está machucando minha bunda, ou melhor, está roçando no machucado então a dor é maior. Tento não pensar na dor e encosto minha cabeça no travesseiro, fecho os olhos mas não durmo. Invés disso parece que me transportei para o passado e estou parada na porta observando o que se passava naquele dia. A dor irradia meu corpo. Não física, mas sim a mental. Por conta de lembranças e momentos ruins. Por conta de pessoas ruins. E por incrível que pareça, eu não consigo chorar. Por mais que eu queira, por mais que cada lágrima me libertasse um pouco mais, elas não caem.

{...}

Acordo ao sentir que a dor na minha bunda se intensifica. Tá na hora de passar pomada de novo.

Tomo banho e me seco, coloco uma lingerie vermelha - extremamente pequena, mas agradeço por não roçar a carne da minha bunda e procuro por roupas pretas e acho várias, mas não totalmente pretas..

Suspiro e me decido por um vestido preto largo para não machucar mais minha bunda.. Passo lápis e delineador nos olhos. Escovo meus cabelos para os lados e quando volto para o quarto vejo as horas .. 9h52min.

Puta merda, o ogro odeia atrasos. Não que eu queira obedecer a ele, mas minha bunda agradeceria um descanso!

Saio do quarto e sigo para o grande escritório.

Não bato e simplesmente entro.

- Não sabe bater? - ele pergunta calmo, mas aparentemente furioso. - Não tem boas maneiras?

- Não, esqueci elas na casa da minha avó. - puta merda, as palavras simplesmente saíram.

- Sente se. - disse ignorando totalmente o que eu disse. Achei que fosse levar outra surra. Suspiro em agradecimento.

- Não posso me sentar! - digo, será que ele sofre de alguma demência?

- E é exactamente por isso que você vai sentar. Agradeça que não tenho tempo pra castigar você de novo. Agora sente se! - ele diz ameaçador.

Tento me sentar mas simplesmente machuca. Engulo a dor, se a sinto é sinal de que tou viva! Mas puta merda, esse sinal dói.

- Deve se perguntar porquê você no meio de tanta gente linda e normal não é? Mas acontece que eu não queria uma garota normal.

Meu pai é um pé no saco. Quer que eu me case e forme uma família linda. Como viu que não me interessava nem me interesso por isso, me tirou a empresa. Tenho meus bens conquistados por mérito próprio. Porém a empresa passa de geração em geração e eu a quero. Faz 4 meses que venho observando você.

Esse seu estilo de maloqueira, ar de poucos amigos, as tatuagens, os brincos, servirão para dar uma lição ao meu pai, será perfeito para o irritar. Assim o avisei antes que tinha namorada e eramos felizes. E é aí que você entra, seu contracto é de um ano e meio e talvez dure 2 anos. Tempo suficiente para meu pai se dar por vencido, aceitar você, achar que finalmente assentei e me devolver a empresa. Será tudo fachada. Não desenvolva sentimentos por mim porque jamais serão correspondidos. Não ouse me desobedecer nem contrariar, pois será a única a sofrer com isso. Tire teus brincos visíveis. Todos! Não serei visto na mídia com você assim. Tenho uma imagem a preservar. Não banque ciúmes pra mim. E mais uma vez nunca ouse me desafiar, contrariar ou irritar. O que levou ontem, não é nem um oitavo do que posso fazer com você. Jerry a levará para o Shopping, compre o que achar que for preciso para você. Não quero respostas, saia. - ele diz curto e grosso.

Ainda estou tentando assimilar tudo isso, era muita informação para ser despejada de uma só vez e para uma só pessoa!

Me levanto e me dirijo para a porta, mas antes de sair me viro e falo alto.

- Ahh, não se preocupe que eu não me apaixonaria por um babaca como você. Ou por qualquer outra pessoa! - pisco e saiu.

Na verdade corro. Temo pela minha bunda.

Apanho um homem na sala que diz ser Jerry, braço direito do filho da puta que nem sequer sei o nome.

Entramos no carro e nos dirigimos ao shopping.

O babaca me entregou um cartão. Penso no que tenho que comprar.

Roupas pretas. Sim, roupas pretas!

Entro numa loja e compro tudo que preciso. Tudo mesmo.

Achando que tenho já o que preciso ando para a saída do shopping com Jerry, observo uma montra e algo chama minha atenção. Rapidamente entro e compro um diário de capa preta, e vários livros, um deles o meu preferido Dante Alighieri - A Divina Comédia.

{...}

Acabo de comer e falo o necessário com a governanta que se chama Teresa.

Nunca fui pessoa de muitos amigos, no entanto ela era simpática e emanava uma boa energia. Suspiro e ando para o meu quarto, no caminho esbarro no Ogro. Fito seus olhos azuis e observo seu cabelo castanho. Volto o olhar para seus olhos que parecem me hipnotizar. Tem qualquer coisa neles, que ... Não sei.

- Já disse para não me olhar nos olhos. Anda. - saio dos meus pensamentos e percebo que ele está furioso comigo. Decido não contrariar e o sigo.

Ele para em frente a porta do meu quarto e fito a porta confusa. Ele faz com que eu entre e eu entro.

- Porquê você fica sempre furioso comigo? Não faço.. - tento perguntar mas ele me corta.

- Acha que está no papel de fazer essas perguntas? Se dispa! - filho de uma égua! Estúpido pra caralho! - Não me obrigue a dizer de novo Beatriz.

O olhar dele me assusta e ao mesmo tempo me hipnotiza. Desvio o olhar e olho para os meus pés. Com pesar eu tiro o vestido. Ele manda que eu fique de quatro e como essa lingerie é minúscula não preciso tirar ela.

Sou invadida pela vergonha e humilhação.

O que eu fiz para merecer isso?

Vejo que ele fita minha bunda machucada e sorri com isso. Maldito!

- Hmm, uma combinação divina. Sua pele branca e vergões vermelhos. - ele diz pensando alto. Sinto um puxão no meu cabelo que me faz levantar a cabeça. - Não ouse me desafiar Beatriz. - ele diz e deposita um tapa na minha bunda.

Prendo o grito e recebo outro tapa.

No total apanho 10. Sinto minha bunda arder e fazer comichão. Me deito de barriga para baixo e não esboço reação.

Por mais eu queira, não consigo. Não enquanto sei que já passei por pior e isso em breve vai passar. Ele me fita e simplesmente sai do quarto.

Tiro o ar que nem sabia que tava contendo.

Perdida em pensamentos adormeço.

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