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Viver Para Crescer

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autorax99
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Resumo

Beatriz Rodrigues é uma jovem com um passado muito foda! Foi praticamente vendida pelos pais, sim, vendida.. Foi vítima de dois estupros e tudo por conta deles. Aos 17 anos foge de casa com sua irmã e vivia fugindo até que para nas mãos dele. Rafael Romano, um Ogro frio, calculista, misterioso e dono de um olhar molhador de calcinhas. Teve uma adolescência dura, o que o fez se tornar o que é hoje. Sempre calculou seus movimentos e teve sua vida completamente estruturada como desejava. Até que ela entra na sua vida. Ela, que acha estar completamente estragada para o amor e para vida. Vivia fumando, se escondendo em roupas pretas e góticas. Não tinha amigos - apenas sua irmã e Bella - e nem estava nos seus planos fazer amigos. Evitava os homens. Nunca se sentiu atraída por um! Mas tudo mudou. Dona de um corpo lindo, cheia de curvas, bunda enorme e empinada, e seios fartos. Tatuagens que tapam cicatrizes e lembranças. É dona de si e jura jamais baixar a cabeça por um homem. Ele, dominador de primeira que adora sentir o controle nas mãos diz ter certeza que nunca vai se apegar a uma mulher, vê tudo ir por água abaixo e os cálculos escaparem por seus dedos. Dono de um corpo malhado totalmente gostoso, um sorriso tentador, um par de olhos molhadores de calcinha e uma boca suja de matar. Será que os dois terão uma chance de um amor verdadeiro? Quando será que o passado virá a tona? Atrapalhará?

amorromanceCEObilionário

Capítulo 1

Beatriz

Desperto dos meus pesadelos!

Mais uma vez me lembro do que mais me assombra, acordo com lágrimas nos olhos! Creio não existir algo pior que um estupro, e ele está gravado na minha memória, no meu corpo e na minha pele.

Fui estuprada duas vezes por conta dos meus pais e desde então não consigo me envolver com ninguém.

Me levanto e vou ao banheiro, tomo banho, saio da banheira e me encaro no espelho. Tenho várias tatuagens no corpo e piercings.. Porém as tatuagens estão escondidas e os únicos brincos visíveis são o do nariz e os vários nas orelhas.

Apesar de estar revoltada na altura eu sabia que um dia precisaria de trabalho e não poderia ter uma aparência muito gótica apesar de eu ser.

Coloco uma calcinha e um sutiã preto. Passo desodorante e ponho perfume. Tenho o cabelo completamente preto, olhos azuis, as unhas pintadas de preto. Boto umas calças jeans pretas, uma blusa larga preta e sapatilhas velhas pretas.

Pego um cigarro e fumo na janela.

Depois como uma barra de cereal. Dou um beijo na minha irmã, pego um casaco preto e saio de casa.

Pego o ónibus e chego na lanchonete. Abro ela e nesse momento Bella chega!

- Oi. Tudo em cima? - ela pergunta.

- Tudo e aí?

- Também. Amiga preciso falar com você!

- Fale então.

- Estou sem casa novamente, posso dividir seu apartamento com você?

- Claro, você sabe que sim!

Abrimos a lanchonete, varremos, limpamos pó e tratamos de outros afazeres. Os clientes começam a chegar e temos trabalho para fazer.

Acaba o meu expediente e vou pra casa. Chego lá e apanho minha irmã sentada no sofá velho vendo um programa qualquer na televisão minúscula que temos!

- Oii Ju. - digo assim que entro.

- Oi mana, não vai na faculdade?

- Vou sim, vim levar meus cadernos e livros.

Pego meu material e saio novamente.

- Tchau, se cuida, tranca a porta e não abre pra ninguém. - digo beijando sua testa.

- Pode deixar. - ela responde.

Saio de casa em direção a faculdade. Por conta da inteligência só me faltam 4 meses para acabar a faculdade. Estou cursando engenharia.

Tempo depois chego na faculdade, entro na mesma e sigo pra minha sala sem falar com ninguém.

Chego na minha sala e entro, me sento no meu lugar habitual que é no fundo sem falar com ninguém.

Não sou uma pessoa social, não tenho amigos - além de Bella - não converso com ninguém e nem pretendo, pois a solidão pode nos magoar mas pelo menos tem a vantagem de não nos trair.

A aula começa e presto atenção em tudo. Depois de mais 3 aulas finalmente acabou e podia ir pra casa, estava arrumando tudo quando um dos meus colegas de classe vem falar comigo.

- Aí gata? Posso saber porquê fica sempre sozinha? Vem aqui com a gente. - ele diz e eu me limito a fitar ele, depois de ele insistir decido responder.

- Da água estagnada espere o veneno. - lhe deixo com esse enigma e me levanto indo embora.

Pego o ónibus quase deserto e tempo depois finalmente chego em casa. Subo e entro no apartamentinho em que eu moro, vejo que Bella já se instalou e está conversando com Juliana.

Cumprimento elas e vou pro banheiro tomar banho. Saio e me visto com roupas velhas de dormir - como todas outras - e pego um cigarro de maconha me inclinando na janela, dou umas tragadas e quando Bella se aproxima lhe entrego e ela acaba ele. Evito fumar perto da minha irmã pois não quero que ela entre nessa vida também. Eu entrei nela como escapatória das merdas que passei na vida. Quero o melhor pra ela mas não lhe privo de coisas simples!

Saímos de perto da janela e vamos de volta pra sala onde minha irmã assiste uma porcaria qualquer na tv. Sento com Bella no sofá e ficamos num papo. Falamos de locais abandonados que a gente costumava ir, o bar que a gente frequentava perdido aqui nos subúrbios que foi apelidado de " bar dos estranhos ". A sociedade é muito preconceituosa!

- Sabe aquele parque que a gente vai quase sempre? - ela pergunta me olhando. - A parte quase esquecida que a gente " decorou ". - ela diz e eu assinto.

- É, destruiram tudo, pintaram as paredes novamente dizendo que aquilo não passa de bosta! Foi aquele cara dono da Construtora Romano. Ele diz que nós e o estilo de vida que levamos estragam a sociedade. Disse também que o que mais estraga somos nós as mulheres, que devíamos nos comportar como damas, mas não, estamos aí fazendo grafites, tatuando o corpo, furando ele e fumando pelos cantos.

- Babaca! Ele não sabe de nada que a gente passou!!

Aquilo me enfureceu! Esse babaca fala tudo isso porque não sabe o que é viver num mundo cor de rosa e ter tudo estragado! Pisado! Viver acreditando que um dia seus pais olhariam pra você com amor! Mas não, eles a entregam para ser estuprada na sua própria casa! No local onde qualquer diria seguro! Foi onde meus pesadelos aconteceram! Como todo o resto do mundo ele quer que sejamos todos moldados do mesmo jeito! Ninguém é clone de ninguém!

Ele não sabe quantos de nós usamos essa vida como escapatória, escapatória da crueldade a que fomos submetidos e não conseguimos esquecer.