A SURPRESA
Logo que a porta se abriu, a secretária entrou, olhando para Denis, ela pode ver que o jovem doce e educado, estava enrascado, e logo por aquela víbora petulante, que ao passar em frente a sua mesa não lhe enganou. — pensou a secretária Amanda enquanto caminhava para a mesa do patrão.
— Senhor! — disse posicionando-se em frente a mesa do chefe.
—Cancele todos meus compromissos, vou sair e não sei se voltarei mais à empresa hoje.
— Sim, senhor. — disse Amanda antes de perguntar-lhe:
— Só isso, senhor?
— Sim, pode ir. — falou seu Nelson antes de olhar para o filho e a jovem astucioso, à sua frente, dizendo:
— Vamos!
— Pai, para onde nós vamos? — perguntou Denis nervoso.
— Para onde mais seria, Denis? — falou já pegando seus pertences em cima da mesa e seguindo para a porta.
— Para casa dela, vamos falar com seus futuros sogros. — disse sem ao menos olhar para o filho e muito menos para Margareth.
— Pai…
— Chega Denis! — Gritou o homem parando e virando-se na direção do filho que ao ficar diante do olhar frio e penetrante do pai, engoliu as palavras que ainda queria dizer.
— Agora não dá mais para recuar, dessa vez você foi longe demais! Você ultrapassou todos os seus limites, agora vai arcar com as consequências goste ou não. — falou enraivecido olhando sério para Denis.
— Mais pai... — tentou mais uma vez argumentar sem sucesso. Pois o pai não lhe deu a menor chance. O pai simplesmente virou-se e seguiu porta fora na direção do elevador sem dizer mais nem uma palavra, Denis sentiu a frieza do pai e achou melhor não o provocar mais, decidiu calar-se e não falou durante todo o trajeto do elevador. Enquanto seu Nelson, posicionando na frente dos dois que seguiram calados e nem sequer travavam olhares, Denis seguia tenso por estar sendo obrigado a casar-se com um rameira de primeira, “palavras dele” já a astuta Margareth, seguia se fazendo de durona, mas no fundo estava tremendo mas que vara verde, pois temia como os pais e irmãos iriam receber aquela novidade, o como iriam reagir, já que sabia como sua família eram broncos.
Seu Nelson pegou seu celular e enviou uma mensagem que dizia:
“Investiga uma moça que estuda no colégio do Denis, ela se chama: Margareth! Eu quero isso para agora mesmo.
Depois de enviar a mensagem, guardou o celular no bolso da calça do terno caro, feito sob medida.
Ao lado de Denis, o coração de Margareth batia forte e rápido, pois ela estava apreensiva, seu estômago doeu, ela fechou os olhos respirando lentamente tentando se acalmar enquanto passava a mão na barriga, não pode deixar de pensar que ninguém próximo a ela tinha consciência de sua gravidez pois até o momento que revelou para o Denis até ela mesmo tinha medo de falar aquilo alto, de tão apavorada que estava.
“Meu pai vai me matar” — seguia pensando.
“O que ele vai fazer comigo quando chegarmos lá?” Com certeza ele vai me expulsar de casa hoje mesmo” — continuava pensando em aflição.
A caminho para a casa da Margareth, os três seguiam em total silêncio, foram exatamente trinta minutos de pleno desconforto para todos, até mesmo o motorista que não teve coragem sequer de respirar alto, pois logo que os viram chegarem no estacionamento, reparou no semblante do chefe, e diferente de mais cedo quando retornaram do compromisso, o chefe lhe pareceu de mau humor, e ele que já trabalhava a anos para os Gonzalez, sabia que não deveria puxar assunto em momento como aquele.
Em silêncio ele abriu a porta para todos entrarem no veículo. Com todos acomodados, ele fechou as portas, e logo que também estava acomodado, ligou e partiu. Pelo retrovisor trocou olhares com o menino Denis, como o chamava desde criança, e pelo o olho triste que o menino carregava, ele logo, se conscientizou que algo não estava bem para o lado de seu adorável menino, que conhecendo bem, não podia imaginar o que ele tinha aprontando para deixar ele e o pai naquele estado. De lado ele olhou para o patrão que pelo batuque dos dedos na perna mostrava-se estressado, o patrão tão faladeira seguia com o olhar o tempo todo para frente, sequer lhe dirigiu uma palavra.
— Coitado do menino Denis, pois todos sabiam, que, quem aprontava com o impiedoso, Nelson Gonzalez, sofria as consequências, seja quem fosse. O motorista seguia sentindo pena do Denis pois sabia que o pai não iria deixar, nem ele sem punição.
Quando chegaram, Margareth saiu apressada do carro e seguiu andando às pressas, deixando os demais para trás, ela tinha que avisar logo seus pais que eles tinham visitas.
“Visitas importantes” digam de passagem — pensava enquanto avançava para a entrada.
Antes de sair do carro, o celular do seu Nelson vibrou em sua mão, ele olhou e viu que tinha que seu subordinado havia lhe enviado uma mensagem, ainda sentado no banco da frente, já que o filho tinha ido com Margareth no assento de trás, seu Nelson, resolveu ler assim que viu do que se tratava.
Segundo uma amiga dessa moça, e umas outras moças daqui do colégio, todas disseram que essa moça, até pouco tempo, tinha um namorado que era bem mais velho que ela! E que ninguém estava sabendo de nenhum relacionamento dela e o “senhorzinho Denis” — palavras do subordinado. Ninguém aqui está sabendo que ele está namorando com essa moça, pois segundo as moças daqui, Denis é namorado de uma moça chamada Elisandra Hocks, e que eles namoram desde do ano passado! Então, por enquanto foi só isso que eu descobri nesse pouco tempo. — dizia a mensagem enviada.
Depois de ler, o seu Nelson respondeu:
Ache esse homem imediatamente, coloque gente no calcanhar dele, descubra tudo sobre ele.
Depois de enviar a mensagem seu Nelson guardou o celular e seguiu para o portão da casa onde todos já estavam do lado de fora esperando-o. Assim que seu Nelson se aproximou e viu as pessoas que o estavam o esperando, ficou paralisado sem acreditar no que o destino estava lhe reservando, já que mais uma vez estava colocando justo os seus inimigos mortais na sua frente depois de tantos anos sem os verem, seu Nelson queria muito que a terra o tragasse naquele exato momento para não ter que passar por tamanha situação. Suas pernas ficaram bambas, não podia ter um momento pior para elas quererem falhar e não quererem obedecê-lo, ele não podia passar um vexame na frente daquela gente, não mesmo. — pensava enquanto seus inimigos o olhavam com o mesmo espanto.
O pai da Margareth logo depois que se recompôs da surpresa, falou aos gritos:
— Como você se atreve vir em minha casa? — esbravejou furioso.
Ao ouvi-lo, todos o olharam com olhar questionadores, pois o comportamento tão rude do homem deixou claro que ele já conhecia o visitante.