Capítulo 6
-Não posso ficar com você mãe?
-Não meu amor, agora quem vai cuidar de você e da mamãe Alisson, não quer conhecê-la?
-Eu vou morrer, mãe? -E essa foi a palavra que me veio à cabeça, “morte”.
-Você vai ficar aí no céu, como um anjinho.
-E você mãe?
-Mamãe ainda estará aqui.-Eu não conseguia parar de chorar.
-Não vou te ver Max? -Ele fez beicinho.
-Sim, vamos filha, você vai me ver lá em cima, com a mamãe Alisson.
-Mas eu te amo muito, nunca se esqueça do sol.-Eu a abracei.
"Está tudo bem mamãe, eu te amo muito", ele sussurrou em meu ouvido como uma brisa quente e leve.
"Onde eu estiver, sempre estarei com você mãe, mesmo que seja nos seus sonhos"
Antônio:
-Pai, vamos brincar de princesas?
-Agora não Branca de Neve, mas prometo terminar o mais rápido possível e vamos brincar, ok?
Odiei ter que dizer não para ele, principalmente porque é sábado, dia em que nos encontramos, mas como tenho muito trabalho atrás de mim, tenho que ficar no escritório revisando alguns trabalhos de alguns novos projetos que a empresa tem. por.
-Ok pai.
-Mas daqui a pouco vamos brincar bastante, que tal você pedir para a Nana fazer uns biscoitos de chocolate enquanto isso? para comer com sorvete de creme.
"Eeeeeh delicioso", disse ele, me abraçando.
“Então vá lá, princesa.” Eu a beijo na bochecha.
Ele me olha por um momento, como se estivesse tentando me conhecer, e então sorri e me abraça.
"Eu te amo muito, papai, não se esqueça disso", ele sussurrou em meu ouvido.
Eu a abracei mais uma vez.
-Eu também te amo muito, filha.
Ele largou meu abraço e foi até a porta, olhou para trás e deu aquele sorriso que estava faltando um dente que ele tanto amava, a famosa “janelinha”.
“Adeus, papai.” Ele beijou a mão dela e soprou como sempre.
Também mandei um beijo no ar para ele e logo ele saiu rindo e fechando a porta.
Passei a manhã inteira no escritório, mas finalmente acabou, só faltavam alguns papéis.
-ANTÔNIO SOCORRO.
Fiquei com medo quando ouvi Nana gritar. Saí do escritório o mais rápido que pude, quando cheguei na sala vi uma cena que nunca pensei que veria.
Nana chorou desesperadamente ao lado de Alissa. Alissa estava no final da escada, deitada no chão, inconsciente e com o nariz sangrando.
"FILHA", gritei correndo em sua direção.
-O que aconteceu com ela?
-Eu... não sei senhor, quando saí da cozinha ela já estava no chão, acho que caiu da escada.
E de repente tudo fez sentido, ele havia caído vários lances de escada.
-Acorde meu amor, acorde.
Levantei seu corpinho inconsciente do chão. Sua cabeça estava sangrando, o que me deixou desesperado.
Saí correndo, peguei o carro, coloquei ela no banco de trás e entrei no carro, deixando Nana gritando.
“Vai ficar tudo bem filha, vai ficar tudo bem.” repeti enquanto dirigia para o hospital e olhava para minha filha pelo retrovisor.
Chorei, chorei de medo, chorei de raiva por trabalhar e não cuidar dela, chorei por ver minha filhinha inconsciente e sangrando.
Nem tenho certeza de quanto tempo demorei para chegar ao hospital, mas assim que cheguei saí correndo do carro e peguei Alissa, ela ainda estava inconsciente e sangrando.
-ME AJUDE.- gritei entrando.
Eu nem estava pensando direito naquele momento, apenas senti ela sendo tirada do meu colo.
-Senhor, me diga exatamente o que aconteceu com você.
"Ele caiu da escada", eu disse chorando.
-Vamos cuidar dela, fique aqui.
Levaram ela para dentro e me deixaram lá... Confuso, assustado...
“Cuide dela, senhor, por favor, a culpa foi minha por não cuidar dela.” pedi a Deus em voz baixa.
Fiquei lá por uma hora e ninguém apareceu, estava ficando impaciente. Até que meu celular começou a tocar.
Conexão ativada
-Ei?
“Onde você está?” Mathias me pergunta.
-No hospital.-Respondi em voz baixa.
-Fui na sua casa e a Nana me contou o que aconteceu, encontrei ela chorando.
Ao mesmo tempo, comecei a chorar silenciosamente novamente.
-Como está Ali?
-Não sei Mathias, não me falaram nada, receio, ela estava sangrando muito...
-Calma irmão, estou indo.
Conexão desativada
Depois de meia hora, Mathias passou pela porta da recepção e ainda não tinha notícias de Alissa.
"Ei, cara", ele me abraçou.
-Não sei, até agora não sei de nada, estou quase invadindo aquela porta, já se passaram horas desde que levaram minha filha e a única coisa que falam é que o médico vai falar comigo, mas até agora . nada.
-Mas o que aconteceu com ela?
-Quando a vi ela estava deitada no chão, saía sangue do nariz e um corte na cabeça.- digo lembrando da cena triste.
-Parentes de Alissa Fernandes?
Olho para a porta e lá está um médico.
"Aqui", eu disse, aproximando-me dele.
-Como está minha garota?
Ele olhou para mim como se sentisse... pena. NÃO NÃO NÃO.
“Como está minha filha?” perguntei nervosamente.
-Vamos para o meu escritório, por favor.
"Eu só quero saber como minha filha está", eu disse alto demais.
-Por favor, vamos.
Saímos para um corredor atrás daquela porta que me deixou perturbado.
"Por favor", diz ele, abrindo a porta, deixando-me espaço para entrar.
Mathias foi comigo, ele está sempre presente quando mais preciso dele.
"Sentem-se", ele nos pediu.
Sentamo-nos imediatamente.
-Como está minha filha?
-Olha, as pancadas que sua filha sofreu foram muito graves, ela teve um ferimento na cabeça e um inchaço no cérebro, que formou um edema cerebral.
Meu coração não batia mais naquele momento.
“Ele não tinha oxigênio no cérebro”, disse ele em voz baixa.
Para uma pessoa educada eu sabia muito bem o que isso significava, mas como pai fiquei chocado e tive que fazer essa pergunta...
-O que significa isso?
Mathias olhou para mim com olhos marejados.
“Isso significa que ele está com morte cerebral, está em aparelhos de suporte vital, mas seu cérebro não tem mais vida”, disse o médico.
-Não, não, não.-Eu chorei como nunca antes.
Eles poderiam levar tudo, menos minha princesa.
-Sinto muito irmão.-Mathias me abraçou chorando.
-Não Mathias, ela não.
Quando percebi, minhas mãos já estavam sangrando por ter batido na parede.
Sentei no chão e chorei.
“Eu sei que é difícil”, disse o médico em voz baixa.
-Ainda não desligamos os aparelhos por vários motivos, um deles é para que você e sua família possam se despedir dela.
Não sei se poderei ver minha filhinha uma última vez.
-Chame seus pais de Antonio, temos que ser fortes agora.
Não sei de onde tirei forças, mas liguei para meus pais e pedi que viessem ao hospital, e eles vieram, e Nana também.
Quando contei para eles, minha mãe desmaiou, meu pai ficou chocado, ninguém acreditava que uma menina cheia de vida como Alissa pudesse estar numa cama praticamente morta. Nana só chorava, não conseguia falar nada, assim como eu.
“Siga-me, vou levá-lo até o quarto onde ela está”, disse uma enfermeira.
Acho que não estava raciocinando, ainda não acreditava que não ouviria a voz da minha Branca de Neve.
“Eu sei que é difícil, irmão, mas temos que ser fortes por todos”, diz ele com os olhos marejados, apontando para meus pais e Nana que estavam na nossa frente.
“Na vida devemos ser fortes, não por nós mesmos, mas por aqueles que amamos”
Antônio:
Quando chegamos na porta do quarto todos me deixaram continuar, eu não conseguia pensar, só chorei e chorei mais.
“Vamos ficar lá fora, Antony, vamos deixar você se despedir dela, depois entraremos.” Mathias disse e eu apenas balancei a cabeça.
Quando entrei no mundo ele caiu em cima de mim, me aproximei da minha Alissa e passei a mão em seus cabelos claros.
Um lençol estava por cima dela, ela estava com o mesmo vestido de antes, era rosa com borboletinhas, o cabelo dela estava solto, aqueles lindos cabelos cor de mel. Ele tinha alguns hematomas no rosto, mas ainda parecia estar dormindo.
Abaixei-me e a abracei ouvindo seu batimento cardíaco, era estranho pensar que mesmo com o coração batendo ela não tinha mais vida.
“Sinto muito, Branca de Neve, a culpa foi minha”, disse ele chorando, abraçando seu corpinho.
-Não me deixe aqui querido, você é a única coisa que tenho.
-Sinto muito Antonio.-Senti Mathias me abraçar.
-Foi minha culpa, matei minha filha.
“Não fala isso cara, foi só um acidente, você nem estava lá”, disse ele, chorando também.
“O Mathias queria companhia, queria brincar, e eu não fui por causa do maldito trabalho”, disse, já aos gritos.
Vi meus pais entrarem no quarto e minha mãe imediatamente veio me abraçar, eu estava chorando muito.
-Perdemos a mãe dele, ela era a única razão pela qual ele ainda estava vivo, o que vou fazer agora sem ela?
“Não se preocupe filho, tudo vai se resolver com o tempo”, disse ele enquanto brincava com meu cabelo.
“Sei que é um momento difícil, mas queria conversar com você”, disse o médico, entrando na sala.
-Tudo bem.