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Capítulo 3

-Ok mocinha, agora você vai ficar lá embaixo com a Nana enquanto eu tomo banho também.

“Tudo bem, papai, mas vamos ver se não demora”, diz ela com um tom de autoridade, que dá vontade de rir considerando que ela não tem muito medidor.

Vou para o meu quarto e tomo banho por alguns minutos, o que me deixa relaxada. Visto um short e uma camiseta e vou para a cozinha.

Meu pequeno já está sentado à mesa me esperando.

-Vamos comer então? -digo sentando.

-Vamos.

Sirvo a mim e a ela, em breve terminaremos nosso maravilhoso jantar.

“E agora senhorita, o que vamos fazer?” pergunto, levantando-a e levantando-a da cadeira.

“Vamos assistir desenhos animados, papai”, ela diz animadamente.

-Ok, que desenho vamos assistir?

“Branca de Neve”, ele bate palmas.

"Ok, vou trazer um sorvete para nós", digo a ela, brincando, jogando-a no sofá.

-Ebaaaa.

Vou até a cozinha, coloco nosso sorvete em dois copos e coloco bastante calda de chocolate, do jeito que Alissa gosta.

"Cinderela aqui", eu digo, entregando-lhe o copo.

"Cinderela, não papai, e Branca de Neve", ela me corrige, colocando a mão na cintura.

-Ok Branca de Neve, vou te mostrar seu filme.

Coloco o filme e sento ao lado dela, com o passar do tempo vejo ela completamente absorta no filme e com a boca lambuzada de sorvete.

Logo ela está dormindo no sofá, eu a pego no colo e subo, deito ela na cama, cobrindo-a. Dou um beijo na testa dele e saio do quarto, indo até a sala desligar a televisão.

Mais um dia que passa, mas um dia em que minha razão de viver foi feliz, e por isso também sou feliz, meu sorriso é dela.

Eu não sabia o que dizer, fiquei chocado, tive medo, estou com medo... Vários sentimentos se misturaram.

“Você está aí, Belle?” Ele perguntou ainda em meio às lágrimas, me fazendo acordar para a realidade.

“Sim Ro, acalme-se, estou indo.” digo, desligando o telefone.

Conexão desativada

Assim que desliguei o telefone senti meus olhos lacrimejarem.

Peguei minha bolsa e fui fechar a loja o mais rápido possível, já que eu tinha essa função todos os dias.

Saí correndo do shopping o mais rápido que pude, a única coisa que consegui pensar foi na imagem da minha filhinha, ela não pode estar doente, só pode ser fraqueza.

Entrei no carro e fui para o meu apartamento, com a intenção de encontrar meu filho bem. Meus olhos tentaram conter as lágrimas, mas elas insistiram em cair.

Quando cheguei nem coloquei o carro lá dentro, deixei-o na rua e entrei no prédio baixo o mais rápido possível.

Quando entrei contei os segundos que passei no elevador, acho que não foi nem um minuto, mas a agonia fez parecer que longos minutos haviam se passado.

Chego no apartamento de Rô e bato forte na porta.

Não passa um momento e ela aparece na porta com os olhos inchados.

“Como está minha filha?” pergunto, já entrando na sala.

-Ele está no sofá menina, acordou e reclama de dor.

Corro para a sala e vejo minha filhinha deitada, ela estava fazendo uma cara de dor que era de cortar o coração.

"Ohhh filha," eu digo correndo em direção a ela e me ajoelhando ao lado do sofá.

-Mamãe está mal. -ele reclamou baixinho.

-Oooh minha vida, onde dói?

"Aqui", disse ele, colocando a mão no coração.

-Vamos, vou te levar ao médico.

"Estou com medo", eu disse chorando.

“Não precisa, a mãe está aqui, o médico vai cuidar de você para você não sentir mais dor, ok?” perguntei, acariciando seu rosto, e ela apenas balançou a cabeça.

Eu a peguei junto com seu cobertor.

-Minha menina, por favor me dê novidades.-Rô pediu.

-Claro.- Dou-lhe um sorriso desanimado ao sair do apartamento.

Entro no elevador e espero chegar. Olho para minha garota e seus olhos estão sonolentos, mas quando menos espero ela começa a respirar rapidamente, me assustando.

-Filha, respire com calma, meu amor.

Ele tinha uma expressão de pânico, respirou fundo, mas não pareceu sair.

Cheguei no meu carro, coloquei ela no banco de trás, entrei e fui para o hospital.

Eu só consegui chorar, nunca tinha visto minha menina assim, e fiquei com medo, medo por mim, medo por ela, medo pela minha vida se algo acontecesse com minha filha.

A respiração dela ainda estava descontrolada e eu tinha medo de não ouvir o som da respiração dela, tinha medo de deixar minha filha morrer.

-Estamos chegando meu amor, você vai ficar bem e vamos tomar um sorvete, um grande, do jeito que você gosta, chore e tente tomar um pouco de ar.

Chegamos ao hospital depois de alguns minutos, saí do carro o mais rápido possível, carregando Ángel no colo. Seu corpinho estava mole, sua pele roxa e ela ainda tentava respirar, lutando por isso como a boa guerreira que é.

Entrei no hospital e corri para a recepção.

“Socorro, minha filha se sente mal, ela não está respirando.” Eu chorei e gritei desesperadamente.

Logo uma enfermeira apareceu na minha frente.

-Me dá isso senhorita, vamos cuidar disso.- Ele tinha medo de ir para lá, mas sabia que não poderia ser egoísta, era sua única chance.

Entreguei-lhe seu corpo quase desmaiado, ele se virou entrando pela grande porta e eu o segui.

-Senhorita não pode entrar, em breve trarão novidades.

Pensei em discutir com o segurança, mas sabia que seria inútil.

Sentei-me na recepção ainda banhado em lágrimas, peguei meu celular e liguei para Brenda.

Conexão ativada

“Olá amigo”, ele diz com seu jeito maluco.

-Breh, preciso de você aqui.

“O que aconteceu?” Ele perguntou em um sussurro, certamente ouviu minha voz abafada pelo choro.

“A Angel não conseguia respirar, ela desmaiou, levei ela para o hospital, ela estava tão roxa...” Falei tudo rápido, lembrando do estado da minha filha.

-Em que hospital? -Ele perguntou.

Atendi tudo o que ele precisava e ele disse que estava a caminho.

Fiquei apreensivo, o tempo passava e não tinha novidades, perguntava e sempre diziam a mesma coisa “ainda não temos novidades, senhorita”.

Vi Brenda passar pela porta e me procurar, até que seus olhos me encontraram.

"Amigo", ele disse correndo em minha direção e me abraçando.

-Tenho muito medo Breh, era tão macio, parecia sem vida.-disse chorando novamente.

-Ela é forte e inteligente, ela vai ficar bem.

Ficamos mais alguns minutos na recepção até que vi um médico entrar.

“Parentes da menina que chegou com dificuldades respiratórias”, disse ele e logo me levantei.

“Aqui.” Eu levantei minha mão.

-Eu sou a mãe.

Ele olhou para mim e caminhou em minha direção.

-Sua filha agora está dormindo, conseguimos reverter o quadro dela e ela está tomando oxigênio, tinha muita dificuldade para respirar ar.

-Isso ela tem?

-Olha, vamos fazer alguns exames nela, tudo indica que é algo cardíaco, ela vai ficar aqui esta noite para que possam observá-la e fazer os exames.

-Posso ficar com ela, certo?

-Claro, me siga, vou te levar até o quarto.

-Cara, estou indo para casa, me ligue para qualquer coisa.-Brenda me abraça.

"Ok, e obrigado, Breh", eu digo sem chorar.

Sigo o médico até onde fica o quarto.

Graças a Deus minha filha está bem, dá medo saber que ela pode estar com problema cardíaco.

-E aqui, daqui a pouco virão buscá-la para os exames.

-Obrigado Dr.

Entro na sala e a cena que vejo é algo que faz meu coração doer, como eu gostaria de estar no lugar dele.

Vê-la respirar com a ajuda da equipe me deixa triste, ela não é mais roxa, está amarela pálida, seus olhos estão fundos.

Logo ele me vê na porta.

-Olá mãe.-sua voz é abafada pela máscara de oxigênio.

"Olá meu pequeno sol", eu digo, me aproximando dele e beijando suas bochechas.

-Vamos para a ímbola?

-Não amor, hoje vamos ficar aqui para você melhorar.

-Você está machucando a mamãe?

-Sim, mas você vai melhorar logo, ok?

"Sim, mãe", ele diz com olhos tristes.

“Dói aqui”, diz ele, colocando a mão no coração.

-Logo essa dor vai passar meu anjo.

É uma noite longa, levam Ángel para fazer vários exames.

Sento-me na cadeira ao lado da cama dele e dormimos lá.

-Mamãe.-Ouço Ángel me chamando.

Abro os olhos e vejo ela sentada na cama, ela não tem mais oxigênio.

O dia já amanheceu.

-Bom Dia filha.

“Bom dia, sonhei com a mamãe Alisson”, disse ele sorrindo.

Isso me deu arrepios.

-Isso é bom, foi isso que ele disse?

-Ele disse para você não se preocupar, mãe, que mesmo que seja difícil, tudo vai ficar bem.

“As dificuldades surgem ao longo do caminho, mas são elas que te fortalecem”

Antônio:

Acordo com um pouco de soro pulando em cima de mim.

"Acorde papai", ele gritou enquanto pulava na cama.

Virei de lado tentando dormir um pouco mais, afinal hoje é sábado.

-Deixe-me dormir mais um pouco, filha.

-Não pai, tenho que te contar meu sonho, foi tão lindo.

“Tudo bem, senhorita, eu desisto.” Digo sentando na cama.

"Bom dia", diz ele, pulando e me abraçando.

-Bom dia Branca de Neve.

-Pai, sonhei com um anjo.-seus olhinhos brilharam.

-VERDADEIRO? E como ele era? Ele era loiro.

-Não papai, ela parecia uma menina, mas era um anjo. Seu cabelo era castanho claro e seus olhos eram azuis.

-Hmm, então ela era muito linda, foi isso que ela te contou?

-Ela disse não preciso ter medo, que minha missão está acabando, vou morar com ela lá em cima no céu.

Fiquei arrepiado da cabeça aos pés, isso não era normal para uma criança de um ano dizer. Logo tirei esses pensamentos da cabeça.

-Vamos tomar banho filha, porque hoje vamos ver seus avós.

"Sim, sinto falta deles", disse ele alegremente.

Ela sempre foi apegada aos meus pais, sempre foi a preferida deles.

-Então senhorita, vá tomar um banho.

Enquanto ela tomava banho, desci para pegar um copo d'água. Quando entrei na cozinha, Nana estava lá.

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