Capítulo 03
Nial pegou a minha mão e me tirou de toda aquela bagunça no bar, a cena toda pareceu em câmera lenta na minha cabeça. Quando saímos algumas meninas na porta o observavam, acontece que ele era muito mais bonito do que parecia, os olhos eram cinza e não havia um pelo sequer em seu rosto, a mandíbula parecia ter sido esculpida por anjos e os cabelos aloirados com um corte quiff lhe deixavam com mais cara de um deus grego. Era um perfeito deus grego.
Seu carro era um belíssimo conversível preto. No estacionamento ele abriu a porta do carona para pegando na minha costa para eu entrar. O contato da sua mão na parte nua da minha costa me fez arder em tensão.
Assim que ele entrou, deu partida. Eu não sabia para aonde íamos. O contato da sua mão na parte nua da minha costa me fez arder em tensão.
— Caramba, você é algum magnata ou algo do tipo? — Pergunto olhando tudo no carro.
Nial sorriu enquanto aumentava o som, tocava Head Hot Chilli Pepers, Californication na rádio.
— Adoro essa música. — Começo a cantar um trecho da música estalando os dedos, paro quando sinto seu olhar sobre mim. — Desculpe.
Ele olhava para mim com desejo eminente.
— Você é mais linda do que eu imaginei.
Minha respiração falhou, como esse cara me passava tanta intensidade sendo que nos conhecemos agora?
Olhei para frente puxando a barra do meu vestido apertado para baixo quando percebi seu olhar inflamando na minha coxa.
— Para aonde vai me levar, senhor magnata? — Pergunto.
— Surpresa.
— Vai me sequestrar e me manter em um cativeiro? — Zombo.
— Talvez, se você se comportar ainda pode ganhar um beijo. — Rebateu no mesmo tom.
O caminho pela cidade estava deserto, apesar de ser uma sexta a noite. Ele ficou em silêncio enquanto eu cantava as músicas que passavam na rádio, meu corpo inteiro irradiava adrenalina, me sentia como nos tempos da faculdade.
Nial apertou um botão, a capota do carro levantou, o vento levava meus cabelos para trás enquanto eu me senti maravilhada. Me levantei por alguns instantes, o vento rude bagunçou minha franja e levou meus cabelos para trás, mas a sensação foi única, levantei mais uma vez, dessa vez ergui os braços para cima com os olhos fechados.
Der repente eu não era a Cassandra, a garota ridicularizada na escola ou a que dependia de um texto para seguir a profissão que ama. Era apenas uma garota com um homem bonito do lado.
Sentei no banco do carona de volta, Nial olhava para mim como se eu fosse seu maior objeto de desejo.
Nós saímos da cidade, fiquei tranquila, pois o percusso não parecia perfeito para uma desova, pelo contrário, era um condomínio fechado de frente para o mar.
— Ok, talvez eu seja a ladra. — Digo observando a mansão que entrávamos pelo portão.
A casa ficava de frente para o mar, em um penhasco, toda de vidro, parecia estar vazia por dentro. Do lado de fora tinha uma piscina com borda infinita enorme com luzes dentro.
Nial abriu a porta para mim, dentro não tinha nada além de algumas caixas e as luzes acesas.
Minhas sobrancelhas se juntaram.
— Está vazia. — Indago.
Ele coloca as mãos nos bolsos da calça.
— A casa não é sua?
— Sim, mas vou me mudar dentro de alguns dias.
Dei de ombros indo em direção à sacada.
— Ela é linda, mas parece triste sem nada dentro. — Abro a porta de vidro, uma varanda nos separava do mar.
Pela visão periférica vejo Nial se encostar no batente da porta de vidro.
Olho para o horizonte, podia ouvir apenas o som das ondas quebrando no mar. Estava um silêncio absurdo, eu podia ouvir o som da minha respiração.
— Por que vai se mudar desse lugar? — Pergunto.
— Me faz sentir sozinho.
Solto um sorriso nasal.
— Tudo o que eu mais queria.
— Eu também, mas depois de um tempo vira um veneno.
Fecho os olhos quando sinto a respiração dele atrás de mim, suas mãos agarram a grade me deixando entre a parapeito e seu corpo quente.
— Sabe por que te trouxe aqui?
Balanço a cabeça lentamente ainda inebriada com a sensação de ter seu hálito mentolado acariciar minhas bochechas.
— Imagino, mas não sei.
O ouço rir baixinho.
— Porque você é tão especial quanto esse lugar. — Sussurrou.
Meu coração salta disparado, mas não segurei o riso.
— Nos conhecemos há algumas horas, não pode simplesmente dizer isso.
— É verdade — ele remove o cabelo do meu ombro com a costa da mão —, mas sou bom em dedução.
Seus lábios tocam minha nuca em um beijo calmo, tão suave que pareceu nem ter sido dado, porém, foi o suficiente para acarrancar arrepios em todo o meu corpo e me fazer apertar as pernas contendo minha excitação.
Nial pressiona seu corpo contra o meu, pude sentir seu pau duro roçando na minha bunda, mas não de maneira que me fizesse sentir vontade de fugir, na verdade, eu queria estar bem ali, sentindo ele relar cada vez mais em mim.
Ele encosta sua testa na minha nuca.
— Estou louco por você desde o momento em que te vi, o que você fez comigo? — Grunhiu ele.
Eu não conseguia dizer absolutamente nada, não queria estragar aquele momento.
Não me contive, rebolei meu quadril em busca de sentir mais o seu toque, mais da sua rigidez, deduzi que ele era um dos maiores que já tive, o tamanho ideal. Ele era alto, talvez fosse coisa de dinamarquês ter um pau absurdo. Ele segurou a barra no meu vestido, percebi que ele estava hesitando para levantá-lo, eu estava pronta, por sorte peguei minha melhor calcinha fio dental de renda.
— Quer vinho ou champanhe? — Perguntou ele desgrudando nossos corpos.
Senti falta do seu contato assim que ele o desfez, Nial estava brincando comigo?
— Vinho.
Ele volta para dentro, o ouço revirar algumas caixas, provavelmente atrás do vinho.
— O que você faz da vida, Cass?
— Cass? — Minhas sobrancelhas se contraem.
Ele dá de ombros.
— Sai da casa dos meus pais depois do ensino médio, mesmo tento dinheiro preferi não ter ajuda deles. Trabalho como editora na New moon — vejo ele arquear as sobrancelhas rapidamente —, nem sei se ainda trabalho. Minha chefa quer que eu escreva qualquer coisa boa.
— E qual o problema?
— Não escrevo nada há anos. — Encosto minhas costas na parede atrás de mim.
— Já tentou escrever um livro?
Maneio a cabeça.
— Só sou editora, não sei nada sobre isso.
Ele tira duas taças e uma garrafa de vinho da caixa.
— Se trabalha para uma revista tão importante, tenho certeza que consegue sim.
Nial mal me conhecia e já estava me incentivando mais que meus pais nos dezoito anos que passei com eles.
— E você?
O canto dos seus lábios se contraem.
Ele me entrega uma taça de vinho, eu bebo um gole.
— Não é nada tão mirabolante, sou herdeiro de uma firma. Meu pai é um grande magnata na Dinamarca e vou seguir os passos dele. — Nial dá de ombros como se não fosse nada de mais.
Meu queixo cai.
— Eu deveria ter aceitado a bebida antes, senhor magnata.
Ele rir.
— Nada disso é meu, tudo do meu pai — pareceu lembrar de algo. — A única coisa que conquistei são as minhas memórias das viagens e aprendi a escalar montanhas, mas subir em morros não traz dinheiro ou sucesso.
Ele se encosta na parede de frente para mim, fito seu rosto, seus olhos cinza cheios de alguma emoção que desviavam para o meu decote sempre que podia. Meu corpo ardia, eu observava como suas veias eram bem saltadas, a pele branca dele deixava isso ainda mais evidente.
— Não parece ser suas palavras.
— Não são. — Ele umedece os lábios. — Não sou tão corajoso como você, Cass.
— Meu pai sempre diz que para sabermos se realmente não gostamos de algo devemos provar duas vezes, quem sabe isso não se encaixe a você? Aposto que consegue um equilíbrio entre os dois
Ele pareceu pensar, mas não o bastante para tirar seus olhos pecaminosos de cima de mim.
Olhei para a piscina, a água parecia perfeita para um mergulho.
Tirei minha jaqueta, percebi conseguir sua atenção, segurei a barra do vestido e puxei para cima ficando apenas de sutiã e calcinha, a lingerie que coloquei mais cedo. Parecia que eu sabia que iria encontrá-lo.
Nial desceu o olhar por todo o meu corpo, descaradamente, com a boca seca.
— Você se importa se eu entrar na piscina?
Ele demorou um pouco para responder, me olhava dos pés a cabeça, quase babando no chão. Vi seu punho cerrar, deixando assim as veias de seu antebraço saltarem ainda mais e a palma de suas mãos ficar em um tom rosado. Me perguntava se seu pau tinha aquela mesma tonalidade, como um picolé de morango.