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Um castigo para a garota atrevida

Bruno Lafaiete 

Observo as costas da baixinha furiosa completamente intrigado pela maneira como ousa se colocar diante de mim fazendo uma ameaça tão ultrajante, se ela ao menos imaginasse o tipo de homem que habita sob essas roupas de grife escondido das lentes dos reporteres jamais ousaria falar dessa forma.  

Entretanto, sinto certo prazer em saber que terei algo para brincar pelo menos durante algum tempo além de aliviar os pedidos de casamento que venho ignorando nos últimos dois anos. As mulheres de familia bem vestidas com respostas prontas e cabeça baixa não causam nem uma leve ereção quanto mais vontade em casar. 

Posso muito bem aproveitar essa baixinha quente, dentro de um contrato pré estabelecido talvez até mesmo consiga o divorcio sem receber nenhuma critica do meu pai devido a origem da moça. 

“Livia por onde você…” A voz da senhora para ao encontrar meu olhar. “Bruno Lafaiete.” A senhora que suponho ser uma das freiras do local ofega. 

Uma reação bastante comum as mulheres, dou um passo a frente tomando a sua mão em um beijo casto e rapidamente pisco fazendo com que as bochechas fiquem avermelhadas. 

“Madre Magnolia, estava apenas…” Interrompo a garota. 

“Madre a tanto tempo que sonho em conhece-la pessoalmente.” Digo exibindo um sorriso por completo. 

Ao endireitar a postura passo um braço pela cintura de Livia, vejo outra moça só que mais jovem vestida de freira ou noviça arregalando os olhos atrás da madre que franze o cenho. 

“Livia o que isso significa?” A mulher fala com uma voz autoritaria. 

Percebo que diante da senhora a baixinha fica sem reação, o gerente do banco aparece e antes que possa falar algo que estrague os meus planos, começo a falar. 

“Desculpe-me madre, mas acredito que saiba bem como os reporteres me perseguem.”

“E como eles fazem a sua fama também, quero saber como isso se enquadra com a minha menina?” Magnolia parece ter se tornado uma fera em busca de defender Livia. 

Aperto sua cintura levemente para que fique calada enquanto desenrolo a mentira, assim, nossos problemas com essa parte do orfanato ficarão completamente sanadas. 

“Apenas um subterfugio para encobrir a realidade.” Rebato firme.

“E que realidade é essa senhor Lafaiete?” 

“A de que sou um homem completamente apaixonado por essa singela porém encantadora adolescente.” Falo direcionando um olhar a Livia. 

Ela ergue os olhos aos meus, ficando paralisada enquanto abro um sorriso de canto. 

“Sou um homem apaixonado madre, desde que a vi pela primeira vez em um dos colegios publicos nos quais financio” Continuo sem desviar o olhar dela. “Diante da crise na qual estão passando resolvi tomar coragem de enfrentar a todos por ela.” 

Termino de falar voltando a olhar para os três espectadores abismados, o gerente do banco Ricardo, um colega de longa data arregala os olhos para logo, balançar a cabeça e fingir que não me conhece. Enquanto as duas mulheres estão completamente palidas, vejo o momento em que a madre se recompõe. 

“Não sei o que esta pensando senhor Lafaiete, mas Livia é apenas uma garota de dezessete anos, não vou deixar que use minha menina.” Ela avança puxando a garota pelo pulso e a colocando atrás de mim. “Conheço muito bem homens do seu calibre e como gostam de se aproveitar, não precisamos da sua pena vá embora, iremos resolver nossos problemas com o gerente do banco.” 

Admiro a cabeça erguida da mulher e posso ver de onde a garota aprendeu a falar tão firmemente. 

“Entendo muito bem as suas duvidas para comigo, Madre Magnolia é por isso que estou aqui contrariando a tudo e todos.” Dou um passo para a frente e me ajoelho na frente da senhora de idade seus olhos se arregalam, as duas jovens ficam lado a lado dela provavelmente com medo de que sofra um infarto. “Gostaria de saber se a senhora concederia-me a honra de casar com Livia?” 

As três ofegam enquanto Ricardo se engasga, a senhora de idade leva a mão ao peito e me ergo a pegando nos braços, rapidamente vamos parar dentro de um escritório a coloco em um sofá enquanto a jovem freira abana a mulher, Livia reaparece com um comprimido e um copo de água. Após ver a senhora mais calma a baixinha me encara, ergo a sobrancelha. 

“Está vendo o motivo pelo qual não queria que você viesse até aqui.” Ela rosna e bate no meu braço com força. 

Ela acabou de me bater?

“Mas precisava vir Livia, primeiro para que entenda o quanto te amo e quero finalmente poder andar com você na frente das câmeras como a minha esposa.” Abro um sorriso galanteador. 

A baixinha troca os pés fazendo o meu sorriso aumentar pela consciência de que é afetada. 

“Livia, minha filha.” Vejo o modo carinhoso como se volta para a senhora sentada que estende a mão. “Isso é verdade? Porque não me contou nada? Você .. você está grávida?”

“NÃO!” Livia grita em resposta. 

Todos olhamos para ela em questionamento pelo seu claro nervosismo, estava certo em imaginar que ela não é uma boa mentirosa. 

“Eu.. eu estou apaixonada pelo Bruno mas jamais começaria um relacionamento sem contar para vocês duas.” Ela dá um olhar para as duas mulheres. “Nós apenas conversamos e nossos sentimentos crescem a cada dia, mas por termos uma realidade tão diferente jamais…” Ela faz outra pausa me direcionando um olhar. “Jamais imaginei que fosse real ao ponto dele vir aqui e me propor em casamento.” 

Todos ficamos em silêncio enquanto as mulheres trocam olhares silenciosos mas que devem ser significativos. 

“Você não precisa fazer isso pelo orfanato minha menina, podemos dar um jeito.” A madre finalmente fala. 

Livia se ergue do chão estendo a mão que seguro prontamente e volta a olhar para a senhora de idade que a trata como uma filha. 

“Não é pelo dinheiro madre, estou apaixonada por Bruno.” Ela fala de um modo tão firme que chego a acreditar. 

Magnolia escrutina nossos rostos procurando a farsa, aparentemente Livia sabe como driblar a mulher já que essa se detém mais tempo me olhando. 

“Se você realmente quer se casar com ele, então tenho condições para ambos.” Decreta

Abro um sorriso amarelo e puxo Livia para o meu lado voltando a ficar com a mão espalmada em sua cintura. 

“Estamos prontos para cumprir qualquer que seja suas condições Madre.” Respondo firme. 

Assim que termino de falar sinto estar fazendo um acordo com o pior tipo de sogra que pode existir , se bem que nunca tive uma sogra mas meu pai sempre falou que essas são a prova viva do diabo na terra.

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