Prólogo
Alex Spanos
Hoje não é um dia que estava querendo sair de casa, minha preocupação com minha mãe que ainda se recupera do acidente que meus pais sofreram me faz desejar ficar somente em casa.
— Precisa ir meu filho… — meu pai Marius entrou no escritório.
Continuo girando o copo olhando para o líquido âmbar que estou bebendo na tentativa de esquecer a tristeza em meu coração. Carolina estava a cada dia mais linda e a ver feliz com o Bruno é algo que me consola e acalma o meu coração.
— Não devo ter sido escolhido por Deus para ser amado! — afirmei ao olhar para o meu pai.
O vejo unindo as sobrancelhas em uma preocupação crescente que há sempre em meus pais quando se trata sobre os sentimentos que sinto por Carolina. Sobre como não consigo superar a atração que sinto por ela e como estou sofrendo ao ver a mulher que amo feliz com outro homem.
— Bobagem, o que está acontecendo é porque você ainda não encontrou uma pessoa que retribua o que está sentindo. — Suspiro ouvindo.
— Demétrius já chegou?
— Não que esteja sabendo. — Fico aliviado.
Se o Collalto veio, é porque ele quer negociar e preciso fazer isso antes que meu amigo volte para casa.
Bebo o último gole do uísque olhando para o meu pai que espera por uma atitude minha e ali, nessa noite decido colocar a paixão que sinto pela Carolina de lado e assumir a minha responsabilidade para a minha casa e me tornar o Spanos que meu pai espera que eu seja para todos os que estão sob o meu comando.
Deixo o copo sobre a mesa e levanto para ir para a boate onde Collalto está. Preciso resolver a merda que causei e manter a segurança de todos e principalmente do meu irmão, ele não merece o destino ao qual estava destinado.
Alguns minutos depois estava sentado na área reservada na boate. Estava acontecendo a comemoração do aniversário de Murilo, um dos membros que cuidam do marketing dos meus negócios licitos. Pretendo assim que terminar a minha conversa com Giorgio ir até ele para parabenizar mais um ano de vida.
Olhei mais uma vez na direção da festa organizada por alguns amigos e vi haver várias prostitutas dançando sobre a mesa. Sei que ele é apaixonado por Paula da mesma forma como o meu pai é por minha mãe.
Sorrio com a lembrança de todas as vezes que o casal foi até a mansão e passava as tardes com a minha mãe e meu pai. Se um dia for digno de encontrar um romance como o deles e o dos meus pais, tenho certeza de que cuidarei dessa mulher como os vejo cuidando das suas esposas.
— Como vai Alex? — Cumprimento o homem que tenho certeza de que me dará muita dor de cabeça pelo resto da minha vida.
Uma conversa nada amistosa entre mim e ele era tudo o que tinha para aquele momento. Mesmo com o desejo de matá-lo ali mesmo. Engulo seco a proposta que me oferecia por seu silêncio.
— Quero unir as nossas casas com uma filha sua, sei que seu pai vem insistindo que se case… — disse tranquilamente. — Você me entrega a sua filha para o meu filho, em contrapartida, nunca irei procurar por meu sobrinho.
Penso um pouco sobre isso, preciso ganhar tempo e evitar que ele procure por Demétrius. Meu irmão não merece o destino de ser criado como um Collalto.
— Não tenho planos para casar e se um dia acontecer, não me vejo entregando uma filha para um casamento com o seu filho. Ou seja, isso é uma coisa inviável. — Digo secamente e trincando os dentes. — Como quer fazer sobre isso? Até onde sei, também não tem filho.
— Simples meu filho está sendo gerado, minha esposa está de quatro meses atualmente. — Olho para o Saulo que parecia tão aflito como eu. — Caso não saiba, estou no meu segundo casamento.
Olho para o copo em minha mão e decido proteger o meu melhor amigo, decido blefar e ganhar tempo, já que não tenho pretensão de casar tão cedo e quem dirá ter um filho.
— Caso aceite, como seria a vida da minha filha? — Pergunto curioso.
— Como a de qualquer mulher da casa Collalto, submissa. — Ele diz com uma pontada de orgulho.
Ele me deu uma semana para pensar sobre o assunto e o vi partir sabe lá Deus para onde, mas espero que seja para o inferno de onde eu não deveria ter ido buscá-lo. Saulo estava sentado ao meu lado em silêncio e saber que tudo podia desmoronar em minha cabeça estava me dando uma puta dor de cabeça.
Ao erguer os meus olhos em direção ao melhor amigo do meu pai vejo uma das prostitutas dançando perto do Dimou. Tenho certeza que se Paula visse isso com toda certeza ele teria que dormir no canil.
— Ficaremos aqui ou vamos se aproximar da festa? — Saulo perguntou.
Continuo observando a mulher que parece jovem demais para ser uma das garotas que trabalham dando prazer para alguns dos nossos clientes mais importantes.
A primeira coisa que me chamou atenção foram seus cabelos ruivos, em seguida ela estava usando um vestido branco que destacava cada uma de suas curvas deixando claro a beleza exuberante que a jovem possui.
— Vamos até lá…
Foi nesse momento que a minha obsessão começou.
