Capítulo 8
- Anti... o quê? - Olho para o medicamento com quatro fileiras.
- Isso impede que você fique grávida.
- Grávida?!
Minha garganta logo se transforma em um caroço. Estou cansada de chorar, mas o pensamento em minha cabeça me faz querer fazer algo diferente.
- Não comece a chorar, eu não entrei. - Ele pega um pedaço de pão da minha bandeja de café.
-E isso faz alguma diferença? - Puxo a bandeja para perto de mim.
- Claro que faz. Mas tome essas pílulas todos os dias, no mesmo horário, ou elas não farão efeito.
- E se eu estiver grávida? - Um arrepio me percorre quando penso nisso. Isso seria a minha ruína. Minha desgraça.
- Não precisa se preocupar, seu útero está a salvo do meu esperma e dos meus filhos que nunca nascerão - ela apalpa as partes íntimas quando diz filhos. - nunca contaminarão o útero de nenhuma mulher.
Quando termina de falar, ele pega outro pão. Só sobrou um, vou fazer isso logo.
- Por quê? Sem perguntas, apenas coma.
- Sem perguntas, apenas coma. - E eu comi, não porque ele me pediu, mas porque eu estava com muita fome.
- Ótimo, vou lhe trazer o almoço mais tarde. - Ele diz assim que eu coloco a bandeja vazia no chão e sai do quarto.
Acabei dormindo.
Acordei e minha mãe me disse que eu poderia ficar na cama o dia todo. Eu não merecia sua bondade, mas a aceitei mesmo assim.
Voltei a dormir e só acordei quando Alec me cutucou.
- Seu almoço.
Eu me sento na cama. Ele me observa enquanto como e eu finjo que não estou prestando atenção. Estamos ambos em silêncio e só falo quando ele leva minha bandeja para llSusanar.
- Onde você conseguiu esse anticoncepcional?
Eu já tinha tirado o primeiro da cartela.
- Comprei hoje. - Ele para e abre a boca duas vezes antes de sussurrar: “Me desculpe”. - e me deixa sem entender nada.
Acordo com uma vontade louca de fazer xixi. E quando o faço, meus olhos se enchem de lágrimas. Isso queimou.
Saio do banheiro andando devagar e é assim que o Alecandre me encontra. Ele estava segurando meu jantar em uma bandeja.
- O que aconteceu com ele? - ele pergunta.
- Por que está doendo para fazer xixi?
- Você realmente me pergunta isso? - ele coloca a bandeja na cama.
-Você é quem sabe sobre... essas coisas.
- Certo, mas sou um homem, não uma mulher.
-Você faz isso com as mulheres, deveria saber disso. - Eu me sento na cama, fazendo uma careta.
- Caso queira saber, você é a primeira virgem com quem fiz sexo.
- Eu não queria saber. - Mexo a sopa sem muita convicção. - Não estou com fome, se você quiser. - Ele já está comendo. Eu me enfio embaixo do lençol e fico sentado, olhando para o nada.
- Então foi por isso que você saiu ontem à noite? Você nunca lidou com uma virgem? - Pare de comer.
- Não sou bom em consolar, estou acostumado a fazer sexo e depois ir embora. O que eu senti quando vi você chorar não foi exatamente o que eu esperava.
-E o que você esperava? - ele não responde, apenas continua comendo. E quando você terminar, levante-se. - Espere!
- Se for algo da sua urina, me desculpe, mas eu realmente não sei - eu acabo rindo. Merda! Não era para eu rir.
- Como padre, o que você me aconselharia a fazer depois desses acontecimentos?
Ele fica me olhando por um tempo e, quando percebe que estou falando sério, fica pensativo.
- Cento e cinquenta pais-nossos e cento e cinquenta ave-marias.
- Obrigado.
- Você vai mesmo rezar?
- Vou.
Ele balança a cabeça sorrindo e sai da sala. Ajoelho-me no chão, apoio os cotovelos na cama e começo.
- Pai nosso que estais no céu....
Faço uma careta ao me sentar ao lado de Meredite no banco.
- Se eu não a conhecesse, Susanna, juraria que você está fazendo o que Adão e Susanna fizeram para ter filhos. - Faço outra careta. -Mas eu a conheço, pode parar de me olhar assim.
Se ao menos ela soubesse por que faço essas caretas. Agora eu entendo por que as freiras eram virgens, bem, a maioria delas.
- Meredite, você... - Como perguntar isso a ela sem me denunciar? - Você já...
- Bom dia, irmãs.
- Bom dia, padre. - cumprimenta Meredite, poupando-me de responder a ele ou mesmo de olhar para ele.
- Susanna, posso falar com você por um momento? - Foi uma luta para me sentar. Mas acabei sussurrando para mim mesma e ele nos levou para longe dos ouvidos curiosos de Meredite. - Você tomou o remédio?
- Você me fez Susanantarme para isso?
- Você o tomou?
- Ele bebeu.
- O que você ia perguntar a Meredith?
- Não é da sua conta.
- Se for sobre o fato de você ter me enganado, então sim, é da minha conta.