Um contrato perigoso
Horas depois...
Eu estava diante a toda a papelada, eu não poderia acreditar no que estava prestes a fazer. Assim que tínhamos terminado de falar, rapidamente seu advogando chegou trazendo tudo, inclusive a documentação para o casamento.
Levou cinco minutos termos em sua sala um juiz para o casamento, eu fiquei olhando o absurdo que o dinheiro era capaz de fazer.
Recebemos a cópia dos contratos e da certidão de casamento. E quando ficamos sozinhos, ele sorriu.
— Agora querida Bella, vamos começar nossa vida de casados.
Bella Caravaggio era o meu nome a partir daquele momento e eu ainda estava tonta com tudo aquilo. Ele tinha conseguido uma identidade nova para mim e eu agora era uma residente legal do seu país.
— Eu preciso encontrar a minha irmã...
— Eu já tenho gente trabalhando nisto, em breve saberemos onde ela está.
Ele apontou a porta para mim e eu segui pelo corredor a caminho do elevador, sem saber para onde ele me levaria. Eu teria que ficar mais atenta, pois ele poderia facilmente me eliminar e ficar com tudo para ele.
Yussef Al hab
A dor estava me deixando com a visão turva, estavam me carregando para o carro, finalmente eu estava no Marrocos novamente. Eu estava sangrando sobre o solo que nasci e ali eu voltaria das cinzas.
Marcello Caravaggio tinha quase acabado com a minha vida, o seu sicário estava certo de que tinha me eliminado, mas consegui fugir com ajuda de comparsas.
— Aguente firme, Yussef estamos te levando para uma clínica onde ficara seguro.
A voz era de Mohamed o meu cunhado e braço direito. Eu precisava avisá-lo:
— O mapa de Don Fuentes está com Zafira e Marcello Caravaggio! Vocês precisam recuperar!
A dor aumentou e eu senti tudo a minha volta rodando antes da escuridão total me levar.
Zafira (Bella Caravaggio)
Descemos para a garagem, ele estava o tempo todo no telefone. Eu o escutei dando ordens para as buscas a minha irmã e isto me deu alguma esperança.
— Me mantenha informado, eu estou aguardando. Sejam rápidos!
Ele parou na frente de um carro esportivo destravando as portas.
— Entre!
Eu fiquei por um segundo tentada a xingar ele. Mas eu não poderia fazer isto, não naquele momento.
Entrei e ele avançou para fora do estacionamento.
— Para onde está me levando?
Ele riu e continuou manobrando seu carro de uma maneira que me fez pensar em suas mãos em mim.
— Você é minha mulher! Vamos para a minha casa.
— Um casamento falso. — Eu recordei.
— Mas que temos que fazer funcionar e o mais importante deve ser credível se você realmente quer estar segura e que o seu documento não seja retirado.
Estreitei meu olhar para ele.
— Eu tenho uma certidão de casamento...
— Sim, mas não tem um passaporte italiano. Ou seja, sem cidadania. Apenas um documento que te autoriza a viver aqui. Então melhor fazer atenção bambina.
— Eu não sou uma menina. Não temos uma grande diferença de idade.
— Alguns anos e experiências de vida fazem toda a diferença.
Ele reduziu a velocidade parando na frente de uma casa luxuosa. Os portões se abriram e homens armados estavam por todos os lados.
Ele parou o carro e eu desci assim que ele abriu a sua porta. Ele sorriu e caminhou para a casa e eu o acompanhei sem esperar ele dizer nada.
— A casa é grande, então não espere que eu faça um tour, até porque tenho coisas para fazer. No andar de cima, o terceiro quarto a esquerda poderá ser o seu. Ele tem vista para o jardim e para a piscina. Aproveite sua casa querida.
Eu abri a boca para responder, mas se virou me dando uma visão de suas costas largas. Ele começou a sair e parou de repente se voltando para mim.
— Se tiver fome peça algo que levarão para você, assim que eu tiver novidades sobre sua irmã te informarei.
Ele saiu me deixando lá no meio da sua sala imponente tanto quanto o homem que tinha acabado de sair. Eu fiquei tentada a sair bisbilhotando pela casa, mas eu já tinha o bastante por um dia. Eu estava precisando de um banho para começar.
Subi as escadas e fui para o quarto que ele tinha indicado, sobre a cama estava toalhas limpas, xampu e todo o resto necessário para a higiene pessoal.
Por um momento pensei que seria um gesto de delicadeza que ele poderia ter pedido para deixarem lá para mim, mas depois ri do meu pensamento, afinal todos os quartos deveriam ter algo do tipo, visto o luxo por todos os lados.
Eu tirei minha roupa e segui para debaixo do jato d’agua, eu precisava tomar um banho descente e demorado.
Eu esperava poder encontrar logo a minha irmã, perder papai e agora ela era demais para mim. Marcello apesar de ser o monstro que eu sabia que era, poderia me proteger, afinal nada melhor de um monstro para combater outro.
Ele disse que mandou matar Yussef, mas eu ainda tinha medo de quantas pessoas sabiam do mapa. Quantas tentariam me pegar por causa dele e no fim eu ficaria sem nenhum benefício e estaria morta.
Lutar para permanecer com ele parecia a coisa certa, a garantia para que eu pudesse sair deste casamento viva e com dinheiro suficiente para manter eu e Samira longe de problemas futuros com a máfia.
Eu viajaria com ela para uma ilha distante ou um país onde seria fácil obter outra nacionalidade sob outro nome. O desafio agora se resumia encontrar Samira e sobreviver as provocações de Marcello, eu ainda não sabia se poderia confiar nele completamente, mas eu tomaria muito cuidado em cada passo.
Victoria Prada
Liguei mais uma vez para Marcello e ele recusou a chamada. Ele estava me irritando, mas eu não aceitava ser deixada de lado assim. Ele estava chateado precisando de uma boa foda para esquecer os dias que fiquei longe em Dubai.
Eu estava me sujeitando a tudo com Marcello, fazia alguns anos que ele me mantinha sob seus cuidados e ganhei o posto de sua única amante, pelo menos em dois dias da semana eu era respeitada como se fosse sua mulher.
Eu não via a hora de ver ele comigo, estar na cama com ele era o momento mais feliz do nosso encontro.
Eu o amava, isto era um fato mesmo ele desprezando qualquer sentimento que eu pudesse dar. Mesmo assim eu não me importava, afinal, estar com ele além dos benefícios financeiros infinitos era também o prazer de ter um homem delicioso nos meus lençóis.
Acelerei virando a esquina de sua casa, quando cheguei demorou para que os portões fossem abertos, mas liberam a minha entrada quando viram de quem se tratava.
Eu tinha acesso a casa todas as terças e sextas, dias que ele tirava para me foder em todos os cantos da mansão.
Ele tinha me evitado desde que eu voltei e não que ele me desse satisfação, ele nunca dava, mas ele ao menos respondia as minhas chamadas ou mensagens. Desta vez algo me deixou alerta.
Esperei ansiosa por este dia, hoje era terça e eu poderia ficar com ele. E voltaríamos a nos entender depois disto.
Mas esta frieza dele teria que acabar, eu tinha que prender Marcello a mim, casar-me com ele, ser mãe de seus filhos, eu estava pronta. Nunca escondi meu amor por ele.
Ele odiava o assunto casamento, me fez chorar várias vezes dizendo que eu tinha que pensar que isto ele jamais me daria, mas que o posto de amante ele me consentiria ter, desde que eu tomasse cuidado para não engravidar.
Claro, eu tomava todos os cuidados necessários, por enquanto. Mas estava chegando o momento de mudar as coisas.
Alisei o vestido no meu corpo quando desci do carro, sorri, pois, eu não estava usando nada por baixo do meu microvestido. Rapidamente eu segui direto para a casa.
— Onde você está, amor?