Capítulo 05.
Pega o ônibus e me sento no último assento, fico olhando pela janela e fecho meus olhos tentando apagar tudo que aconteceu lá no banheiro. Foi uma cena que jamais pensei que aconteceria, mas aconteceu, preciso aceitar isso.
Em alguns minutos chegamos no parque da cidade, desço do ônibus e caminho até umas árvores do parque, me sento em um banco perto das árvores, essa sombra está uma delícia, solto meus cabelos loiros e tento relaxar um pouco, isso vai me fazer bem, decido comprar alguns lanches e retorno a me sentar no banco, como os lanches e tomo o suco natural que comprei, está ótimo, me deito sobre o banco e fecho meus olhos, começo a orar em minha mente.
Agradeço a Deus pelo sol, pela lua, pelas águas, pelos seres vivos, as frutas, as plantações, por tudo, até por nós, seres humanos, somos tão falhos, temos tantos defeitos, nunca estamos satisfeitos com nada, sempre queremos mais, nunca nos sentimos completos, mas isso está errado, podemos sim, estarmos completos se Deus estiver no centro de nossas vidas, eu me sinto completa, e quanto mais estiver com Deus, mais tentações e perseguições teremos, mas jamais vou desistir do meu Deus, ele sempre está meu lado, Deus não tem culpa dos corações maus de certos seres humanos, todos nós temos livre arbítrio, do mesmo modo que aceito meu Deus e o louvo, outros estão contra Deus e o despreza, em meio a tanta coisa que aconteceu comigo, o preconceito que meus colegas têm de mim, eu jamais deixarei meu Deus, pois ele me sustenta a cada dia.
Faço essa oração e agradeço a Deus por esse dia, eu estou viva, com a graça Dele.
Sorrio após conversar com Deus e sinto as pontadas de dores no rosto, está bem dolorido, mal eu sabia que uma garota tem tanta força assim. Minha barriga não dói tanto, ainda bem.
Ela deve me odiar, abro meus olhos e me sento, e de longe avisto Henrique, olho ao redor para ver se seus amigos estão com ele, mas não, parece ser só ele, melhor eu sair daqui, ajeito minha mochila e começo a andar para fora do parque, mas escuto passos apressados até mim, mas continuo a correr, mas algo puxa minha mochila e fico imóvel, não pode ser…
Fico parada e fecho os olhos com força e digo.
-- Por favor, me deixe em paz, nunca fiz nada-lhe e seus amigos me detestar assim. Só me deixe ir.
Mas, ele me vira para ele, escuto sua voz.
-- Abra os olhos Jenny.
É ele, Henrique.