Capítulo 03.
Dias atuais…
Jenny.
Estamos no 3 ano do ensino médio, estou ansiosa para me formar, meus pais estão felizes por mim também, eu não comentei com meus pais que alguns colegas de classe ainda fazem graça pelo meu jeito de ser, eles a cada dia pegam mais no meu pé, eu às vezes nem sei como aguento, tenho certeza que Deus que me dá essa força, tento sempre ignorar eles. Henrique o garoto de olhos negros, o ‘playboy’ da escola, e bastante popular, seu amigo Gregory que era loiro, ele pintou de preto agora, e a garota morena, que se chama Geovania, todos eles se reúnem com outros garotos para pegarem no meu pé, tento ignorar, mas às vezes suas brincadeiras me dói.
Estamos na primeira semana de escola, e vou me dedicar ao máximo nos estudos.
Entro na sala e já fico no meu lugar, nas carteiras da frente, logo o professor entra e começa a passar umas matérias, ele começa a explicar, anoto tudo e tento memorizar.
Mas, o professor é chamado para uma conversa na sala da diretora, ele se retira e os alunos começam a conversar, eu fico relendo o que o professor passou, e então alguns garotos começam a falar…
-- A Jenny está bonita hoje, né pessoal?
Eu não me viro, continuo a olhar para a frente.
Uma garota diz.
-- Tá linda com esses óculos de garrafa e esse cabelo todo bagunçado parecendo que acabou de sair de uma foda.
Todos riem alto e continuam com suas gracinhas, mas me sinto cada vez mais sensível com essas palhaçadas, de certa forma dói tanto quando eles fazem isso, mas, não posso revidar, o que vou fazer é ignorar.
Eu fico olhando para meu caderno e sinto uma lagrima do meu olho esquerdo escorrer pelo rosto, não posso chorar, não posso.
Limpo a lágrima depressa e então alguém me acerta na cabeça uma bolinha de papel.
Olho para trás e vejo que o amigo de Henrique que jogou, o Gregory.
Ele ri baixo me olhando e os demais também, olho para Henrique que fita nos meus olhos, ele fica sério por um momento e então eu olho para a frente e o professor entra na sala e todos se calam, ele pede desculpa pela demora e continua a explicação.
Nessa segunda foi tenso, aguentei bastante as palhaçadas da galera, estou tentando a todo custo ignorar eles, até oro por eles, para que crescem logo, porque agem bastante como crianças, apesar de terem quase 18 anos.
Vou até o banheiro antes de ir para casa, meus pais deixam eu ir e voltar da escola sozinha às vezes. Eu amo quando eles fazem isso.
Após fazer minha necessidade, lavo as mãos, me olho no espelho e guardo meus óculos.
Respiro fundo e começo a caminhar até a porta, mas Geovania e uma colega dela entra no banheiro, ela sorri para mim, dizendo.
-- Que coincidência, Jenny. Está tudo bem?
Sou educada e falo.
-- Estou, obrigada, vou indo.
Mas, ela segura em meu braço forte dizendo.
-- Ainda não querida.
Ela segura meu braço mais forte deixando ele vermelho, eu digo sentindo uma leve dor.
-- Está me machucado.