Capítulo 2
- você se lembra de mim? Naquela... naquela festa? Nós...
—teve relações sexuais? — ele completa minha frase e franze a testa — lembro vagamente, mas lembro — pelo menos ele lembra de mim.
— Preciso falar com você — sinto que minhas mãos estão suando.
— ele fala — ele ajusta a postura e cruza os braços, olho para o rosto dele por alguns segundos esperando que ele fique desconfiado.
não vai me convidar para entrar?! — Victor revira os olhos e sai pela porta, abrindo caminho para entrar.
— Quer fazer login? —ele pergunta de um jeito zombeteiro que me faz bufar e passar por ele, ignorando seu sorriso desprezível. Ouço a porta fechar... Ei? Quero que? — ele aproxima a boca do meu ouvido — mais uma dose do nosso sexo?
- Não ! — Me afasto do corpo dele e sento no sofá, observo ele sentar na minha frente e colocar os pés em uma mesinha de centro — Vou direto ao assunto. Estou grávida.
- parabéns?! — Augusto parece confuso e eu o repreendo com um olhar — ok, o que isso tem a ver comigo?
Como pode uma pessoa ser tão estúpida? Você está falando sério?
—Você está fazendo papel de bobo ou está mesmo? Se eu não tivesse nada a ver com você, não estaria aqui te contando isso — levanto a voz, já perdendo a paciência — Você é o pai!
Ele congela por alguns segundos e depois apoia os cotovelos nos joelhos para olhar para mim.
-Isso é algum tipo de brincadeira?
—Por que eu brincaria com algo assim? — Pego meu celular e vou para minha conversa com Carol, onde havia enviado a ela uma foto dos meus testes. Entrego meu celular para ele e ele olha a foto com atenção.
—Como você tem certeza que é meu? — Pego meu celular e coloco no bolso — pode ser qualquer outra pessoa com quem você se relacionou.
— Eu só fiz sexo com você... naquela noite perdi a virgindade e desde então não fiz sexo com mais ninguém.
— Você era virgem? Impossível! Como é que não percebi nada? — ele se levanta e passa rapidamente as mãos pelos cabelos.
—Talvez tenha sido porque você estava muito chapado?! — Dou-lhe um sorriso sarcástico e cruzo os braços.
Victor começa a andar de um lado para outro pela sala.
— Você não vai contar para ninguém que fizemos sexo, fingir que aquela noite nunca existiu, na verdade, fingir que eu não existo. Não vou admitir esse garoto, não tenho nada a ver com isso - ele vem até mim e coloca o dedo na minha cara - se você não fizer o que eu falei e alguém descobrir, você está ferrado !
Eu me levanto e vou até ele – por que isso não tem nada a ver com você? Você gozou dentro de mim, querido! Você quer que eu crie essa criança sozinha? Como se fosse apenas meu erro?
- Sim? Se você não quer se defender sozinha, abortá-lo ou algo assim, você pode adotá-lo quando ele nascer. Só não me deixe no meio -
Deus, isso foi pior do que eu pensava!
Sou tão estúpido que não deveria ter contado àquele bastardo. "Ah, claro que não vale a pena, você só gozou dentro de mim e me engravidou, seu idiota!"
Entro em casa e fecho a porta para desabafar meu ódio. Me encontro cara a cara com minha mãe e meu pai sentados na sala, ambos olhando para mim sem entender o motivo da minha raiva.
- O que aconteceu ? — meu pai pergunta e olha novamente o jornal.
Fico em silêncio e me jogo no sofá em frente ao qual eles estavam sentados. Acho melhor contar agora, para que eu possa me libertar de toda essa ansiedade de manter segredo dos meus pais.
— Aposto que são meninos! — minha mãe sorri e assume o controle para mudar de canal.
- posso falar com você? É sério — meus pais estreitam os olhos e começam a prestar atenção em mim — realmente não sei qual será sua reação, mas espero que não fique tão bravo comigo. Só não pensei nas consequências que isso teria na minha vida e sei que sou culpado. Só peço que não me odeie, por favor!
– Rossana fala. — minha mãe cruza as pernas, sem mais paciência.
— Há dois meses eu... perdi a virgindade — vejo os olhos do meu pai abertos e minha mãe continua me encarando — pensei que seria bom não usar proteção durante o primeiro relacionamento. Ontem percebi que minha menstruação estava atrasada e resolvi fazer um exame e deu positivo — me mexo no sofá, desconfortável porque estou te contando isso — fiz outro exame para confirmar e deu igual. tudo positivo. Estou grávida.
Fecho os olhos e mordo o lábio, esperando pela reação dele.
—Essa filha está falando sério? — ouço minha mãe perguntar baixinho e abro os olhos para olhar para ela. Concordo com a cabeça e minha mãe leva as mãos às têmporas e suspira profundamente.
Eles ficam muito tempo calados e isso me angustia, eu não sabia o que eles estavam pensando ou pensando de mim, de toda essa merda que está acontecendo.
Eu puxo meus dedos com impaciência. Você não vai gritar comigo e me expulsar?
— ah, o que fez você pensar que faríamos isso? —Meu pai pergunta e eu dou de ombros.