Capitulo 2
Jack
— Quem é Alex? Não muda de assunto, Rafael. Aposto que deve ser muito boa mesmo, pois é sinal de que você a come ou já deve ter comido. E se não comeu, come logo. Porque a Barbie ali acha que eu sou sua nova amante.
— Que linguajar é esse, Dona Jackeline? — ele diz em tom sério.
— Até parece que você não fala desse jeito com as “mulheres “ boas” — comento fazendo aspas com os dedos.
— É normal falar. Sou homem.
— Jura??? Não sabia, pensei que você fosse mulher. — ironizo. Ele rapidamente muda o foco da conversa.
— Nossa, você não dorme, não? — pergunta com ironia.
— Bem que eu queria. Mas tem certa pessoa que acha que eu não devo dormir mais do que oito horas por noite e me chama em seu escritório bem no raiar do dia.
— Nossa. Jack, não sei como você aguenta. Se eu soubesse, nem tinha te ligado.
— Aguentando, Rafa, você sabe que eu sempre estou disponível para te ajudar.Venho aqui sempre que precisar de alguma ajuda. Agora, me conta o que está acontecendo para você ter me tirado da cama logo cedo.
— Você é um doce, né, amor?. — debocha.
— Sou um anjo — afirmo.
— Deixa o anjo ouvir isso — ele brinca.
Observo meu amigo sentado e percebo que ele tem pinta de galã sedutor. Esse deve ser o motivo de tantas mulheres viverem correndo atrás dele, ele só precisa estalar os dedos. Da posição que eu estou, minha arma começa a me incomodar, tiro-a de minhas costas, e quando olho para o Rafa, ele está com os olhos arregalados, surpreso, ao ver que eu carrego uma nove milímetros.
— Puta merda! Jack, você tinha que trazer uma arma com você? — pergunta sério.
— Rafa, até parece que você não me conhece? Tenho que andar armada devido a minha profissão. Esqueceu que sou segurança?
— Eu sei, só que nunca vi você com uma arma nas mãos antes.
— Nem era para você ver mesmo, ninguém a vê comigo, eu a escondo muito bem, ninguém percebe que estou com ela em meu corpo.
— Por isso que me ligou, eu pensei que era sobre a faca que você sempre carrega que tinha feito disparar os alarmes.
— Agora você sabe que não é isso. Olha, quase nem venho aqui no seu escritório, mano, você sabe que eu odeio elevador e já te disse isso. Então, para me receber, você podia ter uma sala no térreo — falo otimista
— Nem pensar, Jack. Você sempre soube que meu escritório fica na cobertura do prédio. Aliás, nunca entendi esse seu pavor de elevador.
— Eu sei, você poderia ter uma sala só quando fosse para me atender, né? — pergunto esperançosa e respondo à sua questão: — Eu também não sei, já até perguntei para minha mãe sobre esse pavor que tenho e nem ela sabe me explicar. — confesso.
— Sinceramente, você tem que ir a um terapeuta!— Ele avisa e sei que ele tem razão.
— Sim, mamãe. Pode deixar que te aviso quando eu for, tá? — declaro revirando os olhos mais uma vez para ele.
— Nossa, como você é brincalhona, muito prestativa — ele me fala fazendo revirar os olhos e ele continua: — Agora mudando de assunto, Jack. Tenho um amigo que está precisando de um segurança.
— Beleza, qual deles? — pergunto curiosa.
— Alex. O cara que eu disse que é muito parecido com você quando se trata da minha secretária.
— Ah, tá! Entendi. Bom, o que está acontecendo exatamente para ele precisar de uma segurança?
— É o seguinte... Ele está sendo ameaçado de morte por umas pessoas.— ele para de falar.
— E por quê? Vamos lá, Rafa, você não está me dizendo coisa com coisa, começa do início.
— Está bem, Jack, primeiro quero que você pense bem se você vai querer pegar o caso. Ok? — pergunta.
— Tudo bem — respondo e ele continua:
— Bom, é o seguinte, Alex é um amigo meu, tem trinta anos e é dono de uma agência de modelos que cresceu muito nos últimos cincos anos. Ele tem um casal de filhos, gêmeos, na idade de dez anos, que são uns amores.
— Nossa, então, ele teve filhos cedo, hein? — comento.
— Sim, é verdade. Sua esposa Sarah faleceu tem quase dez anos e o deixou só, com as duas crianças pequenas...
— Rafa, fala de uma vez, o que está acontecendo? — Quando ele finalmente conta, fico chocada com a revelação.