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Um Sheikh no Brasil

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Diana
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Notas

Resumo

Seth está em busca da sua amada Agnes. Com o ideal de convencê-la a se casar com ele, Seth, que nunca esteve no Brasil vai se deparar com muitas coisas que nunca imaginara. A começar por uma quantidade imensurável de repórteres, loucuras das mais impossíveis e a incerteza de que a irmã de Agnes poderá melhorar. E Seth, que imaginava que seria tranquilo, se depara com as peripécias que só no Brasil ele encontraria. Diante de muita confusão, há a tentativa de montar um casamento, passar por cima de todas as diferenças que existem entre as duas famílias. No meio disso tudo: a sombra cada vez mais presente de todos aqueles que passam a sair de baixo do tapete a fim de impedir o casamento mais esperado que poderia existir. Seth e Agnes, conseguirão sobreviver a todos que não querem eles juntos? Acompanhe a continuação eletrizante de O Sheikh e Eu!!

amorromance

Capítulo 1 - Seth

Brasil... Um local que fazia muito tempo que eu não estava.

E ali estava eu. Tentando me arriscar um pouquinho. Junto de Alfred. Numa terra tão quente quanto Omã. Eu deveria ter imaginado que não ia prestar vir de terno para um lugar como esse. Num primeiro momento eu nem tinha pensado. Agora, por conta disso, estava sofrendo naquelas terras.

Esse não é nem o primeiro problema que vejo ao chegar aqui. Na verdade, há tantas coisas que sequer consigo pensar direito ou formular uma frase com sentido. Começando, primeiro, pela voz ensurdecedora no aeroporto pedindo para as pessoas continuarem na fila para pegarem as suas malas, dentre outras coisas que fazia tempo que eu não via.

A começar pelas brasileiras. Muito, muito diferentes do que Agnes parecera para mim. As roupas delas.... Como posso dizer? São um pouco abertas demais, transparentes demais.... Muita coisa.... Demais...

Mas uau! É inegável a beleza brasileira.

— Senhor Seth. Logo vão te reconhecer aqui. Mesmo que estejamos em vestes mais casuais. — Comenta Alfred como se de repente um monte de paparazzi pudesse aparecer e transformar a minha vida mais num inferno do que já estava.

A começar pela ideia maluca que eu tive de vir ao Brasil. Tudo por causa de Agnes. Se ela não tivesse vindo para cá correndo, se eu tivesse tido a oportunidade de dizê-la tudo o que eu queria, tudo o que eu sentia.... Tudo isso estaria se tornando muito mais fácil. Muito menos complicado.

Mas não. Agnes tinha que transformar a minha vida da água para o vinho. Tinha que mexer com minhas bases de uma maneira que me fazia me sentir num furacão louco, correndo que nem um maluco atrás dela. Por que era ela que eu queria. Por que era ela que eu amava.

E ali estava eu agindo como um louco atrás do amor que eu não queria perder. Ali estava eu tentando explica-la o que ela viu e servir de apoio nesse momento conturbado pelo qual, com certeza, ela estava passando.

— Não me diga. Então vamos lá, Alfred. — Disse e o meu guarda e amigo sorriu enquanto concordava com a cabeça e seguia comigo numa direção por ele escolhida. Apenas o acompanhei.

A verdade maior de todas era que eu não fazia ideia de onde Agnes estava. E isso certamente seria uma loucura, já que os espiões que contratei ainda não tinham encontrado o endereço de minha amada na tão conturbada cidade metrópole na qual Agnes vivia. Uma cidade de milhões de pessoas para que eu procurasse um único ser que podia estar em qualquer buraco dali.

Sim, eu estava em São Paulo e não fazia ideia de onde Agnes poderia estar.

— Por aqui, Sr. Seth. — Ouvi Alfred falar e ele mal nos deu a direção para seguir para fora do aeroporto quando percebi que o meu inferno estava apenas começando. Quase me ceguei quando um, dois, milhares de flashes começaram no meu rosto e eu só tinha vontade de bufar e agradecer ao maluco da Europa que tinha vazado essa informação e transformado a situação de paz em inferno.

— É verdade que o Sr. Está pensando em passar as férias por aqui, Sr. Abdul? — Perguntou uma repórter, a voz fina. Ela tinha os cabelos loiros e usava um terninho.

— Sr. Abdul, veio escolher uma esposa brasileira? — Perguntou-me uma outra mulher de pele morena e olhos bem demarcados pela maquiagem. Também de terno.

— Sr. Abdul, o que o traz aqui, Senhor? — Dessa vez pergunta um homem. Não respondo nenhum deles. Tenho a sensação de que distorcerão qualquer palavra que eu disser e a verdade é que eu não estou com muito tempo para conversar com ninguém. Eu ainda tenho muitas coisas a fazer.

Alfred tenta barrar os repórteres enquanto me guia com dificuldade para o carro preto. Entro com algum sacrifício e vejo Alfred entrar logo na frente. Abro o vidro do carona, onde estou e então deixo minhas únicas palavras no ar:

— Eu já tenho uma esposa. E ela logo saberá que é. — Digo e provoco um rebuliço de repórteres fazendo as mais diversas perguntas possíveis como quem é ela? Ela esta aqui? Ela é bonita? É brasileira? Ou está aqui de passagem? Sr. Abdul, Você está indo atrás dela agora mesmo? Podemos ir com Você? Dentre outras perguntas sem sentido nenhum, mas que só me deixam com um sorriso no rosto e uma felicidade instantânea enquanto tento não rir.

O carro logo avança numa arrancada rápida. Deixo os fotógrafos e repórteres ainda com suas dúvidas sem serem sanadas e as perguntas ainda sem resposta. Eles ririam de mim se soubessem que também estou sem resposta. Ririam quando descobrissem que também não sei onde Agnes está e o quanto isso me deixa desesperado, pois sou obrigado a esperar enquanto meus informantes procuram o que tanto preciso.

— Estamos seguindo para o hotel. Vou precisar contatar alguns amigos por aqui, Senhor Seth. Foi imprudência nossa. Agora que sabem que o senhor está aqui, precisamos ser cautelosos. Não podemos deixar o senhor desprotegidos. — Reviro os olhos. Alfred sempre preocupado com minha segurança. Dou de ombros.

— Tanto faz, Alfred. Você fica responsável por isso. Sabe a única coisa que quero. — Comento fazendo Alfred lançar um grande sorriso enquanto coloca a cabeça no vão entre os dois bancos.

— O senhor quer endereço da Srta. Agnes e o hospital onde a Srta. Sophia está internada, não é mesmo? — Assinto concordando com ele. É exatamente o que quero, a única coisa com a qual me preocupo.

— Vamos comer alguma coisa, Sr. Seth. Até amanhã tenho certeza que o senhor terá o que tanto quer. — Diz Alfred e seus olhos estão inexpressivos, como se esperasse que o que disse de fato se concretizasse. Concordo balançando a cabeça.

Olho então pela janela, a cidade gigantesca ao redor de mim. Muitos prédios, muitas pessoas, muitos carros. No entanto, nenhuma Agnes. Agnes é apenas uma pessoa no mar de gente que há aqui.

Ainda assim, é a única da qual eu preciso e quero.

A única pela qual lutarei até o fim.