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Prólogo 5

Na fazenda Lírio do Vale...

— Você está bem? — Pergunta Cássio.

— Já se passou bastante tempo. Estou quase terminando minha casa. — Responde Rodrigo.

— Arrume uma namorada cara, esquece aquela mulher.

— Já esqueci.

— Não parece.

— É, eu sei.

Ambos conversam enquanto fazem uma ronda completa a cavalo.

— E o Lucas como está sem a mãe?

— Às vezes ele pergunta dela mais sinto que ele está aliviado. Vou mandar ele para São Paulo, vai estudar por lá. Já conversei com meus pais.

— Vai sentir falta dele.

— Nem me fala. Mais acredito que se o destino quiser ele voltará.

— Com certeza volta.

— Vamos voltar, estou faminto. — Cássio dá, o assunto por encerrado por enquanto.

— Lucinda é uma cozinheira de mão-cheia.

— Sim... — Enquanto eles voltam Cássio desabafa:

— Marcela está tentando fazer com que eu venda a fazenda.

— E aí? — Rodrigo pergunta preocupado.

— Os advogados vão usar tudo o que puderem contra ela.

— Espero que você ganhe e fique logo em paz.

Na estalagem dos rapazes...

— Cabra é hoje. — Fala Dito esfregando uma não na outra, empolgado.

— Hoje o quê? — Pergunta Benê vestindo uma camiseta e colocando o chapéu.

— Vou ao bar dos Primos.

— Já falei que tu não entra cabra. Você tem cara de pivete.

— Pintei meu cabelo de preto e vou por um bigode.

— Kkk, fala sério...

— Você vai ver. Só preciso de uma carona. 

Benê olha para a tevê e pergunta:

— Porque, pintou o cabelo de preto?

— Para parecer ser mais velho uai.

— Ai caramba, fala sério truta.

— Hoje a porca torce o rabo.

Daniel nem presta atenção neles, fica assistindo à tevê.

— Oh cabra?

— Tá falando comigo? — Fala Daniel.

— Será que o Alexandre vai ver a Mariza? — Dito pergunta.

— Hoje é domingo com certeza vai atrás dela no começo da noite.

— Então tô atrasado, vou me arrumar para ir esperar ele passar.

Dito fica sentado na porteira esperando Alexandre passar. Quando vê o carro dele sai da porteira. Alexandre todo sorridente para o carro e pergunta para o Dito:

— Onde você vai essa hora? — Dito entra no carro.

— Vou ao Bar dos Primos.

— Entendi porque está disfarçado. Não vai colar. Depois vai ter que esperar eu voltar da Mariza.

— Vai dar certo!

Alexandre leva o Dito rindo:

— Só te trouxe para você deixar de ser teimoso.

— Fica de boa cabra, vou me dar bem com as gatinhas.

Alexandre balança a cabeça sorrindo e vai ver seu amor.

Para o carro na porteira e as luzes da casa estão apagadas, pega o celular e liga para ela. Caixa postal.

Liga para o tio, caixa postal, para a tia, caixa postal.

— Que estranho...

Dito entra no Bar dos Primos, vai direto para o balcão e pede uma cerveja, desconfiado o dono do Bar pede o documento.

— Sua identidade moleque. — Fala o Primo.

— Tá doido. Sou de maior cabra.

— Ah é? Então mostra a identidade.

— Não trouxe.

— Então sai logo daqui, antes que te dê um chute na bunda moleque.

Alexandre ainda está aguardando:

— Muito estranho.

Fica um tempo do lado de fora esperando. Meia-noite e ninguém aparece, continua esperando e sempre ligando.

Está preocupado. Será que aconteceu algo?

Três horas da manhã, agoniado ninguém sabe de Mariza. Volta para casa, Alexandre colocou na cabeça que talvez alguém conhecido dos tios precisou de ajuda e viajaram de última hora.

Esse pensamento o deixa mais relaxado, volta direto pelo Bar dos Primos, vê se acha o Dito.

Dito está voltando a pé, já tinha tirado o bigode falso.

— Poxa vida, o cabra vai dormir na casa da Mariza... vou chegar em casa de manhã cedo. 

Alexandre para do lado dele, e Dito fala reclamando:

— Poxa fiquei um tempão te esperando. Já era para eu estar em casa cabra.

— Desculpa, não achei a Mariza.

— E para onde ela foi?

— Sei lá, vou tentar descobrir amanhã. E você, conseguiu o que queria?

— Que nada, fui praticamente expulso.

— Te avisei.

Alexandre deixa Dito e vai para casa, não consegue dormir o restante da noite preocupado.

Logo de manhã fica aguardando os rapazes, estacionado no portão do Lírio do Vale.

— Caiu da cama, foi? — Pergunta Benê.

— Eu tô numa lezera só. — Fala Dito meio dormindo.

— Tô de boa. — Fala Daniel.

— Não consegui dormir pensando na Mariza.

— Nós descobrimos na escola o que aconteceu com certeza.

Na escola todos aguardam para entrar na sala e aparece o sobrinho da dona Dilce, um moleque muito chato.

— E aí Alexandre, tô sabendo que tua mina foi embora. — Fala o sobrinho da Dilce.

— O que você sabe? Desembucha logo peste. — Dito o pressiona.

— Fica na tua, maluco. — Fala o garoto. — Minha tia, disse que ela já ia voltar para São Paulo e que tinha um namorado da idade dela esperando por lá. Kkk… perdeu a mina, já tem outro amassando ela no seu lugar, trouxa.

Alexandre range os dentes:

— Agora entendo porque é ruim ser maior de idade. Se eu pudesse acabava com a tua raça garoto.

— Continua sonhando então, kkk... — O garoto vai embora.

— Poxa cara, sinto muito. — Fala Dito.

— É cara, nós pensamos que ela te amava. — Fala Benê.

— Nunca pensei que ela fosse esse tipo de garota. — Fala Daniel.

Assim como Rodrigo, Alexandre também vira um homem amargurado. Vai todo dia para o Bar dos Primos beber e dormir com as garotas.

Mesmo ocupando o seu tempo ao máximo chora por ela todas as noites. Sua aliança de namoro jogou fora voltando da cidade, pela janela do carro.

Vira e mexe, encontra o Cássio no Bar dos Primos também. Os meses se passam, Alexandre, Rodrigo e Dito terminam a escola. 

Falta Daniel e Benê.

No Lírio do Vale, Cássio conversa com o filho:

— Vou sentir sua falta amor, mais tenho certeza que será melhor para você. Parte meu coração.

— Papai, venho sempre nas férias.

— Vou te buscar. — Cássio fala sem conseguir conter as lágrimas.

— Quando eu vou?

— Estamos em janeiro de 2009, mês que vem um dia antes das aulas eu te levo. Quero ficar o máximo com você.

E se passa janeiro e o começo de fevereiro. Um dia antes de começar as aulas ele leva o filho para São Paulo, morar com os avós paternos.

Ele fica com eles, quer levar o filho no primeiro dia de aula, na porta da escola abraça o filho apertado. E emocionado se despede.

— Fica com Deus, filho.

— Amém, papai.

Lucas entra e corre perto do alambrado da escola olhando o pai e acaba se chocando com uma menina os dois caem.

Lucas se levanta, pede desculpas para a menina e se apresenta.

— Me desculpa eu não te vi. Sou Lucas Durant e você?

Uma linda garota loira de olhos verdes sorri para Lucas e diz:

— Tudo bem. Eu sou Érica dos Santos, prazer. 

Lucas aponta o pai do outro lado do alambrado os olhando.

— Aquele é meu pai.

— Nossa que legal, ele é cowboy?

— Sim, difícil ele andar sem chapéu, RS.

— Vamos entrar. Temos que ir para a aula.

E assim surge uma grande e linda amizade, de muitos anos. Cássio os vê entrar e vai embora, volta para casa na fazenda Lírio do Vale.

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