Capitulo VII- Diana Fontenelle
Dias passaram no mesmo processo eu fiz dezoito anos sem nem mesmo perceber, não teve bolo, tão pouco parabéns, até que enquanto eu arrancava pedaços de parede na unha, escutei uma voz feminina. — Oi você esta aí? — Corri pra porta, era voz de mulher. — Estou quem é tu? — Ouvi risos e vozes, era mais que uma. — Lawiskia e você? — Suspirei, procurando por ar, o quarto fedia, ali eu estava fazendo minhas necessidades naquele banheiro que não limpava, comendo e dormindo não sei por quantos dias. — Diana Fontenelle. — Escutei risos. — Igual a princesa? — Desta vez quem bufou com os lábios fui eu. — Não, eu tenho dezoito anos, fui sequestrada, e sou morena de olhos castanhos esverdeados e a princesa é loira, não sou bonita como ela, porque vocês estão aqui? — Perguntei curiosa para saber tudo sobre quem eram aquelas mulheres.
— Eu sou Lawiskia, eu Andreza. — Era outra voz, a da primeira era mais doce, mas bonita. — Quem é você? — Perguntei curiosa, era mais mulheres do que eu pensava, havia mais que oitos pés ali na porta olhei por baixo. — Eu sou Cíntia. — Sorri era bom saber que não estou sozinha nessa desgraça toda. — Eu vim pra cantar, o que não deu certo, acabei me endividando nas drogas, sou usuária, eu acabei escutando de John que seu padrasto te apostou na mesa de jogo, por isso estou comovida com você viemos pra cá por algo motivo, eu por vicio, mas viemos e você não, você veio contra vontade, onde esta sua mãe?
Suspirei em lágrimas, já não me bastava a culpa por ela ter morrido, agora isso? — Morreu há dois meses eu moro com meu padastro. — O lamento veio em uníssono. — Minha mãe morreu de aneurisma cerebral, e as últimas palavras que eu disse a ela foi que eu lhe odiava. —Terminei a frase em lágrimas. — ok, não se culpe menina, acho que hoje eles vão te tirar daqui, seu quarto esta fedendo muito. — Olhei em volta, havia quatro ou cinco dias ali, não tinha como lavar o banheiro — Ué não tem material para lavar banheiro.
Riram com o meu comentário. E foi assim que eu passei a imaginar como seria elas, e não como estava Thales do lado de fora, será que ele viria me salvar? Ou estaria morto. Adormeci encostada na porta que ao ser aberta bateu em cheio na minha cabeça. Olhei pra cima zonza. — Que sorte filha da puta você tem! — O homem grande que disse em deboche ao parar a porta, eu ainda estava com a mão na cabeça, zonza com a pancada que eu tomei. Me olhou para ver se estava machucada, olhei em seus olhos pretos.
— Meu chefe não quer te ver, o que é uma pena! Saia tenho que lhe passar as ordens. — Levantei segurando a dor da pancada pela porta em minha cabeça, me coloquei de pé, descalça, com a calça da blusa rasgada, a blusa sem uma alça, os cabelos não imaginava como estava, definitivamente um trapo. Ao colocar o pé pra fora daquele quarto, vi uma mulher loira os olhos verdes, alta, de lábios grossos vermelhos, o nariz fino arrebitado, magríssima, acho que poucas modelos eram bonita como ela. De pé me olhando de boca aberta. — Oi! — Falei timidamente me encolhendo, eram algumas mulheres me olhando surpresas, de boca aberta, eu com certeza estava um trampo.
Olhando em volta, quando a loira cutucou a ruiva com o pé. — Lawiskia, Lawi acorda olha a garota. — A ruiva apenas ergueu a cabeça deitada no colchão, mas ao me ver sentou-se na cama. — Oi Laswiskia! — Acenei imaginando o quão terrível eu estava, além de fedorenta, meus seios saltavam praticamente para fora da blusa de apenas uma alça, os olhos verdes me olhavam atenta, os lábios finos, os nariz também mas bem arrebitado, as bochechas meio altas, com um resíduo de maquiagem na cara, a aparência de barbie americana.
Outra mulher cacheada com parte do cabelo na touca rosa e apenas uma mecha pra fora, estava de pé, me olhando, apenas acenei fraco a medida que andei. — Liz! — Sorri ao escutar seu nome, ela era muito bonito, mas nem tanto quanto a primeira, tinha seios fartos, talvez silicone, a cintura finíssima, os quadris largos, fui andando devagar e me vi com dez mulheres todas muito bonitas, lindas apenas a ultima pareceu não gostar de mim, foi a única que não me respondeu, era mais gorda, loira, mas bonita de rosto. — Pra onde você vai levar ela? — Lawiskia perguntou de onde estava.
O homem grande apenas olhou em volta. — Não se apeguem a esta garota, ela não vai ficar muito tempo com vocês! — Abri meus olhos sem saber o que o futuro me revelava, restava futuro? Subimos uma escada parecendo um castelo antigo. E ao chegar ao topo de fato de era como um, mas somente um prédio alto. — Te trouxe aqui, por que é melhor pra a gente conversar, já foi na beirada? — Neguei tenho pavor a altura, apenas ao subir as escadas tremi como vara fina numa ventania.
Me puxou pela mão, eu me apoiei nas colunas a minha frente. — Olhe pra baixo. — Suspirei sentindo o ar frio no meu rosto que ficava quente de medo, eu já estava suando com ele atrás de mim. — Hoje vou te colocar na pista, não com clientes importantes, quero que sirva bebidas, drogas, observe as garotas fazerem o que faz, se souber dançar, dance, faça o que seja, menos arrumar confusão no estabelecimento, estou colocando meu pescoço a risca por você garota, seu padrasto poderia estar morto agora. — Olhei pra ele, careca, alto, forte, atrás de mim num terno preto, a cara nada amigável, piorava ao mostrar os dentes prateados na boca.
— Servir bebidas é meu maior talento senhor.... — Disse entre dentes, me tremendo por inteira. Assentiu me empurrando para mais perto. — Em hipótese nenhuma olhe, o encare, dirija a palavra ou faça qualquer coisa perto dele. — Assenti, como eu ia saber quem era este homem? — Olhe pra o chão. — Neguei sentindo seu corpo no meu que tremia — Vamos olhe, você sabe voar? — Sua mão mais uma vez veio em meu cabelo me forçando olhar para baixo, fechei meus olhos. — Não senhor, por favor eu não sei. — Supliquei lhe dizendo em sussuro assustada. — Tem medo de altura garota? — Assenti sentindo as lágrimas descer, o aperto de sua mão em meu cabelo doía, machucava, ele queria me forçar a olhar para baixo.
— Que maravilha, apronte algo aqui dentro terei o maior prazer em ti atirar daqui de cima, assim e só vou sair de perto de você quando der o ultimo suspiro. — Senti sua mão em minhas costas ameaçando empurrar, me agarrei a coluna com o coração a mil e uma velocidades. Apenas sorriu ao me ver em desespero, guiou com a cabeça para baixo. — desça, limpe a bagunça que fez lá embaixo, a partir de hoje você servirá, limpará, arrumará, se eu mandar você dançar, dance, eu quero dinheiro e isso você terá mil maneiras de conseguir.
Me empurrou para a sua frente, estremeci, a escada é enorme, mas me apoiei na parede ele descia atrás de mim, me olhando, talvez fosse mais fácil se ele me empurrasse dali de uma vez. — me empurra! — pedi ao parar na sua frente, senti sua mão me empurrar eu mereço morrer, eu quero isso agora. Mas a mesma mão que me empurrou segurou-me pelos cabelos. — Seria fácil demais! — Sua vez veio num sussurro fazendo com que as lágrimas descesse mais e mais.
Desci as escadas presa pelos cabelos em sua mão forte, grande e grossa me doendo o couro cabeludo que era puxado junto aos fios, eu me jogaria se estivesse livre dele, até chegarmos ao lugar em que as meninas estavam novamente. Engoli em seco, aquilo não era realidade para ninguém, era um apartamento grande que elas compatilhavam, nada luxuoso, mas também nada simples, era algo de médio padrão. Até que cai no chão pela tremedeira, e duas delas veio em minha direção querendo me dá apoio. — A deixem-na apresente-a os materiais de limpeza, ela vai limpar o chiqueiro que fez lá dentro.
As meninas me abraçaram, limpando meu rosto, tirando os fios junto as lágrimas, até que me ergui não era o fim. — Onde eu encontro a vassoura e os materiais de limpeza? — perguntei o odor era terrível, uma delas apenas apontou, limpei todo o lugar, joguei água lavei até que duas delas vieram para me ajudar a enxugar. Tomei um banho, Lawiskia me emprestou seus shampoo produtos de higiene para cabelos or ser morena, outra sabonete, produtos de higiene intimo foram compartilhados, cada uma deu o que poderiam.
— Garota como você pode ser tão bonita? —Olhei para Andreza de pé a meu lado me observando me enxungar, ao terminar coloquei um vestido emprestado, ficou apertado em meu corpo, elas são magras, eu não sou gorda, mas meu corpo tem algumas partes largas, como quadris, nadegas e seios. Ri, elas eram lindas, como bonecas, modelos e ela me diz isso?