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Capítulo 01

Bruna Reis 

Quando finalmente estava perto de dona Ivete como sempre me olhava de cima a baixo, pelo menos parecia satisfeita por eu estar vestida adequadamente como ela gosta, a cumprimentei, como sempre faço de maneira cordial e com bons modos.

— Olá mãe, como vai? Fez uma boa viagem? — ela sorriu de maneira cínica e comentou passando a mão em sua bolsa.

— Infelizmente não, você sabe que odeio vir nesse lugar! Não que eu tenha  algum preconceito com a casa de Deus ou algo do tipo, acontece que é um lugar muito longe de tudo, mas como sempre, só sobra para mim, resolver as coisas. Pois, seu pai só vive ocupado naquela maldita empresa…

— Entendo! Muito bem, como é odiar esse lugar. Afinal vivi os últimos 20 anos da minha vida nesse maldito inferno, agora me fale o que deseja dessa vez? — ela suspira me olhando com desdém e comentou observando o grande salão a nossa volta.

— Bem Bruna, como sabe o seu pai arrumou um casamento entre as famílias, então na próxima semana, você sairá desse convento comigo! Mas como sei que só pode usar esse tipo de roupa aqui, ainda vou providenciar algumas coisas na cidade, e provavelmente você ficará essa semana aqui, é bom começar a se acostumar, pois seu casamento com Theodore é muito sério e importante para o seu pai também…

— Ah, então finalmente meu casamento foi marcado com o grande galinha de Nova York? Nossa que emocionante sair daqui para virar a nova corna da cidade, tudo bem já entendi que esse casamento é importante para vocês, afinal só sirvo para isso né? Não adianta vocês tentarem me dizer que não, porque acabaram com a minha vida a muito tempo quando me colocaram dentro desse maldito convento, eu não tenho nada contra Deus, porém vocês me tiraram a minha liberdade… — minha mãe me encarou seriamente e comentou com desgosto pelas minhas palavras.

— Você faz tempestade em copo d'água Bruna, te falta alguma coisa nesse tempo que esteve aqui? Você passou fome ou frio? Pare de reclamar à toa, talvez se você tivesse um destino bem pior do que esse convento, e acredite tenho certeza que iria preferir esse lugar do que está em outro se é que você me entende!

— Não vou discutir com você, o seu problema é que você sempre pensa que está com a razão, não sou um cachorro para viver preso a vida toda e muito menos alguma mercadoria para ser vendida a um homem que mal conheço! Entretanto, vou deixar uma coisa bem clara assim que eu puder irei me divorciar desse homem, não quero ficar presa a uma pessoa que eu não amo…

— Acontece que isso não é você que decide! Já te expliquei que na nossa família as coisas são diferentes, nós somos uma família rica e temos que manter o nosso status e você não vai arruinar o nome da nossa família se eu souber que você pretende algo vou te colocar em um lugar pior do que esse convento e acredite não vai gostar nem um pouco.

— Quer saber de uma coisa não preciso ficar aturando uma coisa dessas, vai embora daqui Ivete é melhor que saia da minha frente, porque eu não preciso de uma mãe como você, aliás nunca tive uma presente na minha vida e você não irá fazer falta agora, até porque não te considero  minha mãe e sim uma bruxa e o meu pai um demônio essa que é verdade odeio vocês aliás odeio tudo que é relacionado a vocês, agora se me dá licença vou para o meu quarto e não se dei ao trabalho de me dizer para ficar, pois eu não quero mais olhar para sua cara hoje, tchau adeus…

— Eu ainda não terminei de conversar com você Bruna… volte imediatamente aqui e me respeite, mesmo você não querendo ainda sou sua mãe e você deve me respeitar! — olhei para ela ainda da escada e comentei novamente enquanto me virava para subir e ir embora.

— Minha conversa com você acabou por hoje! Agora vai embora daqui, apesar de ser minha mãe... Não passa de uma víbora uma verdadeira megera que eu quero distância, assim que me casar com esse homem irei proibir a entrada de todos vocês na minha casa, eu não sou obrigada a conviver com pessoas que nunca quiseram minha presença…

Ela não me respondeu mais nada talvez tenha entendido que quem não quer aproximação com ela, sou eu... minha família passou a metade da minha vida toda me ignorando vivi vários Natal nesse maldito convento, vários anos novos, sozinha às vezes algumas meninas voltavam para casa e ficavam com seus pais, mas eu permanecia aqui sozinha a única que não ia para lugar algum, todo Natal que passava era junto com as freiras, não sei qual é o problema deles, comigo? Mas minha mãe é uma mulher muito fria.

Julgo que às vezes penso que em vez de um músculo que bombeia sangue no lugar ela tenha um pedaço de pedra, porque nunca vi uma mulher tão fria na minha vida e sem coração.

Passei o restante da minha tarde na biblioteca onde gostava de gastar o meu tempo, pois ocupava  minha cabeça lendo, eu também aproveitava para navegar na internet. Era quase 6 horas da tarde quando resolvi sair da biblioteca, a irmã Maria estava dando as últimas ordens as novas novicias caminhei para dentro do meu quarto, e procurei algo para vestir e seguir até o banheiro, hoje eu só queria que esse dia terminasse mais cedo, preciso começar a me acostumar com minha nova realidade.

1 semana depois…

Uma semana havia se passado, estava arrumando minhas últimas malas para sair dessa prisão e ir para outra não me encontrava tão animada! Afinal o que eu poderia esperar de um casamento como esse?? Boa coisa sei que não seria, não sou o tipo de pessoa que me iludo e muito menos espero que algo bom me aconteça, entretanto acredito que talvez meu futuro marido me trate melhor do que minha própria família, se ele não quiser tem nada comigo, irei respeitar isso. Apenas vou pedir para que ele me trate com respeito!

Quando finalmente o avião pousou nos Estados Unidos, respirei aliviada em está de volta ao meu país e não naquele convento do outro lado do mundo, eu não faço ideia que lugar era aquele, mais imaginava que seja em um local bem distante de tudo onde as pessoas ricas colocam os filhos e se esquecem deles, irei pesquisar com o tempo e denunciar o ambiente nenhum ser humano merece ficar presa por muito tempo em um lugar desses…

Minha mãe segue silenciosamente ao meu lado na limousine não me disse nenhuma palavra nem mesmo na hora em que foi me buscar, está fazendo um tipo de silêncio para que eu me pronuncie, porém ela que morra engasgada com o próprio veneno se assim desejar! Nunca mais vou abaixar a cabeça para ela ou qualquer pessoa da família Reis, depois que esse casamento acontecer tentarei afastá-los de vez da minha vida.

Assim que o carro estacionou minha mãe saiu rapidamente, de perto de mim dei de ombros e fingir nem me importar, sai também do carro olhando a imensa mansão da família Reis, observava o brasão que fazia aquela família ter um grande status, caminhei para dentro enquanto via os empregados trazendo minha bagagem, minha mãe, então se pronunciou na sala.

— Você ficará no quarto à esquerda no andar debaixo, será apenas por algumas semanas! Até organizarmos tudo para o casamento...

— Para mim, está ótimo! Tem alguma coisa a mais para me dizer? — ela me olhar calmamente e comentou enquanto sentava no sofá.

— A noite iremos a casa do seu futuro esposo! Teremos um jantar, a família decidiu organizar tudo, para que vocês se conheçerem melhor...

— Está bem, apenas irei descansar um pouco! Pois, estou exausta da viagem. — antes que eu pudesse me retirar ela comentou novamente.

— Irei mandar uma das empregadas! Levar o vestido que mandei fazer para você ir nesse jantar. Até mais tarde, não se preocupe também que contratei um bom maquiador para te deixar bonita e um cabeleireiro...

Apenas concordei com suas palavras e seguir para o meu quarto e pensei: Então finalmente hoje iria conhecer o cafajeste do Theodore? Não faço ideia como será esse nosso encontro? Só espero que ele seja pelo menos gentil comigo e não me trate como uma de suas vadias, porque se ele vier me tratar mal também esquecerei os bons modos que tenho.

Não pretendo começar uma guerra com ele, poderemos viver em paz, contudo se próprio não aceitar as minhas condições, acredito que ambos iremos fazer um inferno na vida do outro.

Depois que tomei meu banho decidi tirar uma boa soneca estava precisando, afinal não tinha dormido nada no avião, não gostava de voar tinha uma certa paranóia que o avião poderia cair e eu morreria. Coloquei camisola que minha mãe havia comprado recentemente para mim e me deitei desmaiando num sono profundo, pois a cama era tão macia que não foi difícil dormir rapidamente.

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