Capítulo 02.

Eu: Bom dia alunos, hoje iremos falar das fontes históricas ou como eu gosto de dizer a melhor forma de fazer uma fofoca vazar_digo os fazendo rir_certo, alguém quer compartilhar connosco como faz uma boa fofoca circular pelos quatro cantos?_digo e a maior parte levantam as mãos. Eu tenho um jeito de dar aulas diferenciado e peculiar, que inclusive já me meteu em alguns problemas com alguns professores e a própria direção.

Alegando que eu agia mas como o diretor do círculo do que um professor. Eu sempre rebate a esse tipo de convergência com uma simples tese. O objetivo de um professor é ensinar um aluno certo? Geralmente não importa muitos quais meios use, desde que o aluno assimile a matéria e tenha uma conduta disciplinar, certo? Então, se os meios que uso lhes incomoda, eles que ignorem esse fato e se foquem nos resultados.

E dificilmente um aluno meu reprova a minha disciplina. História é vida, e vida tem de ser bem vivida! Enfim, como resultado disso várias vezes a direção veio assistir as minhas aulas, para ver se as notas dos alunos correspondiam ao conhecimento que os mesmos detém_ótimo James Blunt você começa!

Já agora, lembrar que tenho uma péssima memória para guardar nomes das pessoas. Por mais que eu tente e me esforce dificilmente me recordo de um nome. No início quando eu era um adolescente eu achava isso bem divertido porque me deixava mais fora de área, como quem diz "se não lembro é porque não faz falta" mais a medida que ganhava juízo aprendi que isso era em parte símbolo de negligência e arrogância da minha parte, mais como minha memória não colaborava porque eu não sou bom de guardar nomes talvez só reconheça pelos rostos mesmo, então comecei a nomear as pessoas com celebridades que eu conhecia e gostava.

Depois de James Blunt ter falado uma outra garota que parecia a rainha da Inglaterra Elisabeth II se levantou e falou

Elisabeth: quando eu tenho algo para contar uma... notícia bombástica_disse entusiasmada_eu eu falo com a pessoa diretamente, ou mando uma mensagem

:O telefone também serve_disse um garoto que pela sua estrutura óssea eu podia dizer que ele joga basquete_ quando a notícia é quente e não dá para segurar.

Tudo mudou quando eu entrei no ensino médio, com os meus 15 anos eu achava que sabia tudo da vida ao mesmo tempo que ela me deprimia. Eu não sabia explicar ao certo porque a mesma me depremia. Mas pelo que me recordo tudo começou com os questionamentos que comecei a me fazer. Como por exemplo, porque eu existo? Muitos dizem que existimos porque assim Deus quis, dão várias justificação rotuladas que não me convenciam na época e pouco me convecem agora. Se assim Deus quis, porquê eu sou obrigado a querer?

A ciência diz apenas um em 300 milhões de espermatozóides consegue fecundar o óvulo na criação de um novo ser humano.

Parabéns, você é um vencedor. Já nasceu com essa condição. Para ser o que é, ganhou a primeira e a mais importante competição de toda a sua existência, uma disputa mais concorrida do que qualquer vestibular. Você contrariou estatísticas, desafiou regras matemáticas de probabilidade e zombou da sorte. Derrotou outros 300 milhões de concorrentes.

E eu rebato a essa afirmação com um simples questionamento. Quem disse que eu quis? Eu sou preguiçoso, odeio competições, você acha mesmo que eu gastaria meu tempo vencendo uma batalha que me levaria ao matador? Eu venci? Não, não. Isso é o mesmo que afirmar que eu sendo um espermatozóide tinha plena consciência da minha existência, o que não é verdade não? Por que segundo Jean Piaget

Muitos elementos são importantes no processo de construção de um pensamento lógico e matemático: aspecto cognitivo, moral, social, afetivo, a linguagem até que o indivíduo conquiste a autonomia moral e intelectual.

O desenvolvimento das operações mentais no homem é um processo contínuo de trocas entre o sujeito e o meio que amplia simultaneamente seus esquemas mentais de simples para mais complexos. Este desenvolvimento está subordinado a um processo geral de equilíbrio e adaptação (equilibração progressiva), que envolve a assimilação e acomodação que possibilita o sujeito a responder os desafios diários do ambiente.

Será que um espermatozóide tem tais capacidades? E antes que me responda deixe-me frisar que  a interação do sujeito com o meio permite a organização dos significados, marcando assim, diferentes estágios de desenvolvimento:

• Sensório motor (de 0 a 2 anos): evoluem de reflexos para ações prazerosas, é o início da linguagem e a criança conquista a percepção de si mesma e do mundo à sua volta;

• Pré-operatório (dos 2 aos 7 anos): grande conquista da linguagem e a construção da representação do mundo pelos símbolos, é egocêntrica e moralmente não se coloca no lugar do outro;

• Operatório concreto (dos 7 aos 11-12 anos): presença da reversibilidade das ações mentais, adquire a lógica nos processos mentais e discrimina objetos por diferenças e similaridades, uso de abstração empírica para a construção da abstração reflexiva;

• Operatório formal (a partir de 12 anos): o cognitivo avança para a vida adulta, pensamento lógico e dedutivo, raciocina sobre hipóteses.

Então não acham um exagero querer me parabenizar por uma batalha na qual eu não fui o promotor ?

A outra questão que não quer calar é. Fui colocado na terra, certo? Agora eu sou literalmente obrigada a dar um sentido a minha vida, certo? Devo viver por tempo indeterminado seguindo dogmas criados pela elite, certo? E o livre arbítrio?

E aí vocês dirão, Ah não Whitney mas é claro que existe o livre arbítrio, cada um um é livre de escolher o que quer da vida.

Eu vos pergunto. Será que é mesmo assim? O que realmente seria o livre arbítrio?

Livre arbítrio é o poder que cada indivíduo tem de escolher suas ações, que caminho quer seguir.

Se você é um espermatozóide vencedor, você antes de nascer deve ter dito uma conversa bem calorosa com o criador sobre, seu querer ou não querer vir a se tornar um humano né? Se lembra da resposta?

Frisar que minha intenção não é destruir nenhuma crença, e vós fazer refletir em torna de determinados assuntos que a sociedade dá como encerrado.

É justo que a partir dos 12 anos como já dizia Piaget, o ser humano raciona sobre hipóteses, que podemos tomar como livre arbítrio. O que não é o que me interessa. Estado na batalha o objetivo do militar é sair vivo, der por onde der. Mas antes de ir ao campo de guerra militar tem a oportunidade de escolher se quer mesmo seguir essa profissão, se quer mesmo ir até ao matador.

Mas a mim, William Whitney Smith, ninguém perguntou se eu queria nascer! Não sei os senhores!

Devido a este pensamento acelerado que eu desenvolvi desde minha criancici, comecei a ter grandes dificuldades de aceitar dogmas, eu me tornei um adolescente sem freios e incompreensível, comecei a não participar em algumas aulas ou simplesmente dormia enquanto o professor falava, porque para mim não fazia sentido "porque meus pais me obrigavam a ir a escola se eu não queria?" E numa das minhas discussões com eles, eles me disseram "é para o teu bem, é para que você tenha um futuro melhor" e para mim aquilo não fazia sentido não bastava.

Existia tanta gente que estava bem da vida e que não havia pisado na escola "você é meu filho e você vai para merda da escola querendo ou não" essa foi a sentença do meu pai.

Se ele queria guerra ele teria uma guerra, me tornei o pior aluno da escola no sentido em que eu ia para escola mais não entrava na sala de aulas, as aulas me davam sono, só entrava em aulas de professores que despertavam meu interesse por isso hoje eu faço de tudo para que minhas aulas não sejam entediantes, sei muito bem como é ser um adolescente e na minha opinião se a maioria dos ditos "adultos" se lembrassem que um dia foram adolescentes poderia se dar bem com esses jovens cheios de hormônios.

No final do meu turno, decidi passar de um  bar antes de ir para casa, afinal ninguém está me esperando mesmo e hoje é sexta-feira por isso posso beber de forma moderada ou encher a cara mesmo para acordar com uma ressaca dos infernos

"É este o problema com a bebida, pensei enquanto me servia de um copo. Se acontece algo mau, bebe-se para esquecer; se acontece algo bom, bebe-se para celebrar e se nada acontece bebe-se para que aconteça."

Charles Bukowski