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7- Emanuelly

Conto a ela exatamente tudo desde o início, desde a falência da empresa do meu pai até a minha ida para casa de Anthony, Kate fica em choque com tudo que aconteceu comigo e ameaçou ir falar com meu pai, mas eu a convenci a não fazer isso, Roger não é mais o meu pai e eu não quero mais nenhum contato com ele e nem quero saber de nada relacionado a ele e a Helena.

— Mas me diz Manu, como é esse Anthony? Ele trata você bem? Ele é bonito ou é velho e feio? — Pergunta curiosa e eu sorrir.

— Você não tem jeito mesmo Kate... Sim, ele me trata bem e é muito bonito também, ele não é velho mas também não é novinho. — Me lembro da sua pose de durão, de homem poderoso.

— Como assim amiga? Explica direito mulher eu quero saber de tudo. — Pede empolgada.

— Aí Kate eu não sei a idade dele mas, a julgar pela aparência ele deve ter entre 35/40 anos, eu não sei direto... Eu só sei que ele é muito rico pois tem uma bela mansão e deu uma alta quantia em dinheiro ao Roger. — Me pego com os meus pensamentos nele.

— E ele já tentou alguma coisa com você? Já tentou te agarrar ou te beijar ou algo do tipo? Vai Manu fala logo. — Pede impaciente e eu coro ao me lembrar do beijo.

— Por Deus Kate! Não tem mais nada para você pergunta além disso? — Digo meio desconcertada e ela percebe, Kate é muito esperta para esse tipo de coisa, ela parece um detetive.

— Tá legal, a julgar pelo seu nervosismo eu sei que aconteceu ou está acontecendo alguma coisa, você mas você não quer me contar, mas tudo bem, apesar de sermos amigas não confia totalmente em mim, mas deixa pra lá, eu não vou deixar essa questão afetar a nossa amizade eu não... — A interrompo.

— Ele me beijou! Está satisfeita? — Digo de uma vez para ela parar com o seu discurso de que eu não confio nela.

— Ele te beijou e você não ia me contar? E como foi o beijo? Foi bom? Você gostou? Você vai ficar com ele? — Pergunta empolgada e eu me levanto abruptamente.

— Você ficou maluca Kate? Eu não vou ficar com um homem que me comprou como se eu fosse uma mercadoria, não é isso que eu quero pra mim. — Digo nervosa e ela gargalha. — Eu posso saber do que você está rindo sua doida? — Pergunto ainda irritada me sentando novamente, ela tenta controlar as suas gargalhadas.

— Você está gostando dele Manu, olha só pra você? Nenhum outro homem te deixou assim tão nervosa com você está com esse Anthony. — Diz ainda rindo e eu à repreendo.

— Kate! De onde você tirou essa maluquice garota? Eu não gosto dele eu o odeio com todas as minhas forças por ele ter me comprado. — Retruco indignada com a sua teoria, eu não estou gostando desse homem, eu não posso gostar dele.

— E se ele não tivesse te comprado você daria uma chance a ele? Você ainda o odiaria se ele não tivesse feito isso? Eu não vejo ele como esse monstro que você está dizendo, ele errou sim em aceitar fazer negócios com seu pai, ainda mais envolvendo você sem você saber. — Diz um pouco mais séria me deixando pensativa com as suas palavras. — Mas se você olhar por outro lado mesmo você pertencendo a ele agora, ele não te obrigou a nada e mesmo que ele fizesse isso ele estaria no direito dele, mas ele não fez, o que eu estou tentando dizer é que, pelo visto ele gosta de você Emanuelly, mas quer fazer da maneira certa, com o seu consentimento... Ele poderia ter te obrigado a fazer coisas que você não quer, poderia ter te maltratado mas não o fez, ele se importa com você amiga... Se fosse outro no lugar dele já teria tirado a sua virgindade a força só pelo fato de ter comprado você. — Diz encarando fixamente os meus olhos me deixando confusa com as suas palavras.

— Eu não sei o que pensar e nem o que fazer em relação a isso Kate, eu não o conheço e não sei do que ele é capaz, se é uma pessoa boa ou ruim, o que pretende ou não comigo depois de ter me comprado... Ainda é cedo para ter uma opinião formada sobre ele, eu não sei o porque ele me beijou e nem porque ele mexe tanto comigo... Eu estou muito confusa, eu preciso de um tempo para pensar sobre tudo isso. — Digo pensativa e ela pega a minha mão me passando uma sensação de tranquilidade.

— Não fique assim amiga, pense o tempo que for necessário e saiba que eu vou estar aqui sempre que você precisar, e tente não guardar essa mágoa toda no seu coração, eu não quero que você se torne uma pessoa fria e amarga por isso. — Ela me abraça e eu retribuo apertando-a em meus braços.

— Obrigada pelo seu apoio Kate, eu não sei o que seria de mim sem você sabia? — Esboço um sorriso sincero pelo seu carinho.

— Tudo bem vamos esquecer tudo isso um pouco, vamos comer alguma coisa porque eu estou morrendo de fome. — Diz se levantando e eu encaro o relógio no meu pulso me assustando com a hora.

— Minha nossa nós ficamos esse tempo todo conversando? Já passou da hora do almoço, vamos procurar um lugar para comermos alguma coisa. — Me levanto e saio arrastando-a comigo.

Chegamos perto do carro e Marcelo está encostado no mesmo, mexendo no celular, assim que nos aproximamos ele nos encara surpreso, ou melhor, grudou os olhos na Kate e a Kate nele.

— Amiga esse é o Marcelo, um dos seguranças do Anthony, e Marcelo essa é a Kate minha melhor amiga. — Os apresento e eles praticamente se comem com os olhos, e na hora de se cumprimentarem quase sai faísca entre os dois.

Marcelo abre a porta do carro para nós sem tirar os olhos da Kate, eu gargalho por isso.

— Do que você está rindo eu posso saber? — Pergunta Kate me encarando confusa e Marcelo entra no carro dando a partida.

— Estou rindo de vocês. — Apontando para os dois. — Vocês acabaram de se conhecer e já estão querendo se pegar por aí. — Digo ainda gargalhando e Kate me lança um olhar furioso me fazendo gargalhar ainda mais.

— Pelo menos eu não escondo o que eu quero ao contrário de você. — Diz debochando de mim e o meu sorriso some na mesma hora.

— Eu não estou escondendo nada, é você quem está vendo coisa aonde não tem. — Digo emburrada e nos duas nos calamos.

Peço ao Marcelo que nos leve a algum lugar para almoçarmos e assim ele faz, em poucos minutos já estávamos em um restaurante rústico e bem acolhedor, nos sentamos e eu peço ao Marcelo que se junte a nós, mas ele fica com receio que seu patrão não aprove a sua atitude mas ganhamos na insistência. Fizemos os nossos pedidos e iniciamos uma conversa animada enquanto aguardávamos a comida, mas de repente escuto aquela voz que me faz estremecer.

— Olá! Posso me juntar a vocês? — Pergunta parado ao meu lado, olho para kate e os seus olhos parecem querer pular do seu rosto.

— Mas é claro senhor, sente-se por favor. — Diz Marcelo meio sem jeito apontando para a cadeira ao meu lado, Anthony se senta me encarando por um tempo.

— Não vai me apresentar a sua amiga Emanuelly? — Pergunta ainda me encarando fixamente e o encaro de volta.

— Claro Sr. Anthony. — Digo debochando e o infeliz sorrir. — Essa é a minha amiga Kate, e Kate esse é o Sr. Anthony. — Digo com desdém e todos sorriem, era só o que faltava, virar motivo de piada.

Anthony conversa brevemente com Kate e parece que ela não se importa por ele ter me comprado porque estão se dando muito bem, eu não conversei muito com eles e mal toquei na comida, a presença desse homem me fez perder o apetite. Depois de alguns minutos eu peço licença e vou até o banheiro, mas na verdade eu só queria ficar longe dele, eu estou me sentindo sufocada com ele ali ao meu lado, passo um bom tempo ali no banheiro mas depois volto para mesa, chego lá e tanto ele quanto Kate me encaram preocupados.

— Você está bem amiga? Aconteceu alguma coisa? — Pergunta Kate me analisando e paro ao seu lado.

— Não aconteceu nada eu estou bem, só estou com um pouco de dor de cabeça e se vocês não se importarem em terminar o almoço sem mim, eu vou pra casa. — Pego a minha bolsa na mesa.

— Eu levo você. — Diz Anthony já se levantando da mesa.

— Não precisa se incomodar, pode terminar o seu almoço, eu sei que você ainda vai voltar para sua empresa então eu volto de táxi sem problema, e Marcelo pode levar Kate em casa. — Digo meio afobada e acho que ele percebeu que eu não quero a sua companhia.

— Eu ainda tenho um tempo livre até voltar para empresa, vou levar você em casa primeiro. — Me confronta naquele seu tom firme e autoritário. — Vou pagar a conta e já volto. — Ele sai em direção ao caixa e eu reviro os olhos. Aff!

Depois dele pagar a conta eu me despeço de Kate e Anthony pede ao Marcelo para leva-la em casa, ele me guia até o seu carro já parado na entrada do restaurante e abre a porta para que eu entre, e assim eu o faço, ele entra em seguida e dá a partida no carro.

— Não precisava você ter pago toda a conta da mesa, você não consumiu tudo aquilo sozinho. — Quebro o silêncio entre nós e também porque eu não gostei dele ter feito isso, não é porque ele me comprou que eu vou aceitar o dinheiro dele.

— Eu paguei porque eu quis, e também porque agora você é minha e não tem o porque ficar gastando o seu dinheiro. — Diz sério sem tirar os olhos da estrada. — Pegue! Isso é pra você, era para te entregar mais cedo mas você saiu praticamente correndo de mim, como sempre faz. — Me entrega um pequeno envelope e eu pego-o da sua mão.

Abro o envelope e dentro tem um cartão de crédito, o encaro confusa não entendendo o porque dele me dar um dos seus cartões.

— Esse cartão é pra você usar sempre que precisar comprar qualquer coisa, e não se preocupe com valores esse cartão e sem limites. — Diz calmamente me deixando de boca aberta, eu não acredito que ele esteja mesmo fazendo isso.

— Porque está fazendo isso? Eu não quero o seu dinheiro, não quero ser chamada de interesseira porque é isso que você vai fazer quando perceber que não vai conseguir o que você quer comigo. — Sem perceber me altero o encarando séria e ele para o carro no acostamento.

— Eu não preciso chamar você de interesseira porque isso eu sei que você não é, eu conheço pessoas interesseiras a quilômetros de distância, e sim, eu vou conseguir o que eu quero porque eu sei que você quer tanto quanto eu. — Anthony tira o seu cinto de segurança e se aproxima rapidamente me puxando pela nuca, atacando a minha boca com vontade.

Tentei empurra-lo e afasta-lo de mim mas foi em vão, eu não tenho forças para isso diante das reações do meu corpo, e acabo cedendo ao beijo quando a sua língua pede passagem para entrar na minha boca, mergulho uma de minhas mãos em seus cabelos e os puxo de leve o trazendo mais para mim, intensificando mais o nosso beijo, sua mão sai da minha nuca e pousa na minha perna deslizando lentamente até entrar no meu vestido, ele aperta de leve a minha coxa me fazendo gemer na sua boca, ele tenta subir um pouco mais a sua mão mas eu o impeço ainda embriagada pelo desejo que estou sentindo.

— Para... Por favor... Não faz isso. — Peço o empurrando abruptamente e ele me encara frustrado.

— Tudo bem me desculpe... Eu não vou te obrigar a fazer nada que você não queira... Jamais faria isso. — Diz também ofegante colocando novamente o sinto de segurança e volta a ligar o carro, eu estou completamente desconcertada pelo que acabou de acontecer.

O restante do caminho foi feito em silêncio e poucos minutos depois o carro já estava parado na entrada principal da mansão, ele desce do carro dando a volta no mesmo, abrindo a porta para mim, saí rapidamente e fui em direção a casa entrando sem esperar por ele, subo correndo para o meu quarto não acredito que eu cedi de novo as investidas dele, se continuar assim ele realmente vai conseguir o que quer e depois vai me deixar de lado como já deve ter feito com tantas outras mulheres, isso não é justo meu Deus, eu não posso gostar dele, eu não quero gostar dele eu quero odiá-lo para sempre com todas as minhas forças.

Vou para o banheiro e me despi, tomo um banho caprichado e visto o meu hobby rosa bebê, volto para o quarto e me susto com Anthony para no meio do quarto.

— O que você quer aqui? Acho que você errou de quarto. — Cruzo os braços e ele se aproxima com algo na mão, eu não entendo o porque eu sempre fico tensa quando ele se aproxima de mim.

— Não, eu não errei de quarto, era nesse mesmo que eu tinha que entrar. — Me encara tão intensamente que minhas pernas amolecem. — Eu vim trazer o cartão que você esqueceu no carro, não quero que você se recuse a usá-lo por achar que vou te ver como uma interesseira, até porque se você fosse uma você não estaria aqui... Pra falar a verdade... Até hoje você foi a única mulher que eu já trouxe para essa casa. — Diz fitando a minha boca enquanto se aproxima um pouco mais. — Você nem imagina o quanto eu te desejo criança. — Ele se aproxima para me beijar mas antes que ele o fizesse, eu me deixo mover pela raiva e lhe dou uma joelhada.

— FILHA DA MÃE VOCÊ FICOU MALUCA! PORQUE VOCÊ FEZ ISSO GAROTA? QUER ME DEIXAR IMPOTENTE PARA RESTO DA VIDA? — Grita se contorcendo caído no chão e eu começo a achar que peguei pesado com ele, mas esse cara precisa parar de ficar me beijando, isso está me confundindo e me tirando foco das coisas.

— Isso é para você parar de me chamar de criança porque eu não sou mais uma, e você precisa parar de ficar me beijando a hora que quer... Você está me confundindo droga! — Esbravejo irritada e o desgraçado sorri mesmo se contorcendo de dor.

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