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Capítulo 4

Jones

Diante dos meus olhos a mulher estava segurando um pergaminho e com um olhar duvidoso sobre mim.

— Eu me lembro muito bem de você! Então você é filha do Marcus? O que está fazendo aqui?

— Meu foi morto pelo Ulisses, mas antes de o fato pudesse acontecer ele pediu para que eu te procurasse e aqui estou eu. E de onde você o conhece?

— Seu pai me salvou quando eu estava à beira da morte. Devo isso a ele pelo resto da minha vida.

— Hum… ele deve ter tido bons motivos para ter feito isso. — Tava na cara dela que ela queria perguntar alguma coisa e não sabia como. Eu nunca me engano quando o assunto é dúvidas.

— Ele tinha! Então, você deve está aqui atrás da minha ajuda e eu vou te ajudar, mas antes preciso que me explique como foi…

Maya explicou todos os detalhes mas eu sentia que ela ainda estava me escondendo algo, a mochila que ela estava carregando, ela não a soltava nem mesmo por um instante.

— Então, Jones, já que o meu pai salvou a sua vida o mínimo que você poderia fazer para retribuir isso era casando comigo, assim eu não iria correr mais perigo e… — A risada que saiu da minha garganta foi algo que eu não consegui conter. Essa mulher só pode estar ficando louca!

Maya

A cara que Jones fez foi decepcionante. Ele ria de mim como se eu estivesse contando alguma piada.

— Eu estou falando sério. Meu pai salvou a sua vida e você não vai mesmo me ajudar? — Perguntei já aborrecida.

— Claro que eu vou, mas não irei me casar com você. Nós acabamos de nos conhecer e confesso que estou surpreso por você confiar em mim tão depressa assim. Eu prometo que irei proteger você e sua irmã, mas sem casamento!

— Tudo bem! — Concordei descontente, mas com o meu plano em mente. Eu só preciso de banho e estarei renovada, desse jeito nem eu mesma iria querer.

Jones me deu abrigo em sua casa e durante o trajeto ele foi me contando como conheceu meu pai e que foram grandes amigos. As pinturas e objetos que ele tem em sua mansão, entregam que ele também é membro do Caveira Negra, uma gangue que meu pai tinha o apelido de Aranha Prata, por ser traficante de cocaína e um dos mais procurados pelo policial e pelos rivais, sua vida valia bastante.

Após sair do banho, quando estava descendo as escadas vi Jones sem camisa bisbilhotando minha mochila e olhando meus documentos.

— Ei, quem te deu permissão para pôr suas mãos em minhas coisas? — Desci rápido e puxei tudo que estava em suas mãos.

— Eu não tinha como adivinhar que você não fosse uma inimiga.

— Tá de sacanagem comigo? Eu estava sem saída quando fui falar com você, mas se não quiser me ajudar, tudo bem. Eu saio daqui agora mesmo.

— Não, não foi minha intenção desconfiar de você, mas creio que você saiba como funciona tudo isso e confiar em alguém que não conhecemos é difícil.

— Eu sei… Eu tenho uma proposta para te fazer. — Sem pensar duas vezes eu abri a mochila e tirei de dentro o mapa do Gira, estava com alguns borrões, mas ainda estava dando para ver perfeitamente cada local que o mapa indicava. — Está vendo isso aqui?

— Não é possível! Onde você conseguiu isso? — Seus olhos brilharam e então eu percebi que ele tinha tanto interesse nesse mapa quanto eu.

Eu sempre soube que o Gura era muito rico, mas meu pai antes de morrer disse coisas que eu jamais pensei. Além de ter muitas joias enterradas, havia também drogas e muitas coisas que eram desconhecidas de muita gente, inclusive minha também.

— Gostou né? — Sorri e finalmente as coisas estavam começando a melhorar pra mim, quem sabe a sua ambição me ajuda a conseguir o que eu quero: a vingança pela morte do meu pai.

— Acho melhor você guardar isso em um local seguro. Tem muita gente atrás desse mapa e se ele cair em mãos erradas, você sabe o que acontece.

— Ele não vai cair em mãos erradas, sabe por quê? — Ele maneou a cabeça em negação e foi então que eu percebi que ele quer tanto esse tesouro quando eu quero vingança, juntar o útil ao agradável será uma ótima escolha.

— O que você está querendo insinuar com isso?

— Que se você casar comigo eu divido todo o tesouro com você…

Seu olhar me cercou de uma forma de dar medo. Ele parecia me avaliar de cima abaixo e confesso que fiquei com vergonha em alguns momentos.

— Então, vai ficar aí calado ou eu posso considerar seu silêncio como um não?

— Eu aceito a sua proposta, mas terá muitas regras no nosso contato.

— Por mim tudo bem…

Jones

Dois dias se passaram e meu advogado estava entre mim e Maya.

— Tudo pronto para começar com as exigências? — Maya e eu assentimos e ele prosseguiu com suas falas. — Os dois estão de acordo que neste casamento não será permitido qualquer tipo de toque, seja ele beijar, abraçar e o mais importante, relações forçadas ou sem consentimento de uma das partes.

— Tá de brincadeira, né? Só se eu estivesse ficando louca se quisesse ter algum tipo de relação com esse cara aí, além do mais pegar ele a força? Hum… não sei não hein, mas confesso que quando bebo eu perco a consciência… — Maya sorriu com o seu próprio comentário e o meu advogado continuou sério e a encarando. — Desculpe, pode prosseguir com as exigências do Mr. Jones.

— Acho que ela entendeu tudo como deve funcionar. Não haverá toque, muito menos forçado. Eu sou um homem que jamais forçaria ninguém a nada, a pior coisa que existe é alguém fazer qualquer tipo de intimidade sem que queira. Por mim, Maya pode ficar tranquila que eu jamais a pegarei à força, mas caso você implore eu acho que não sei se resistiria.

— Está louco. Eu nunca vou querer nada com você. Você é de todas e isso não me agrada, além de que eu não estou a procura de um namorado ou…

— Será que podem assinar aqui? Já vi que os dois se entenderam muito bem. — Assinamos as folhas fechando o contrato e em seguida cada um ganhou a sua certidão de casamento, mas que só vale no país onde moramos.

Alguns minutos depois e estávamos a sós de novo. Ela estava usando um vestido de seda curto, que me permitia ter a visão de sua bunda balançando a cada passo que ela dava.

— Já que agora somos um casal, onde eu vou morar? — Segurando um copo de whisky ela virou de uma forma sexy, jogando seus cabelos e sorrindo.

— Aqui! Você é minha esposa e a minha casa também é sua, assim como metade de toda a fortuna que está nesse mapa é minha também.

— Entendi… então será que pode me emprestar um dinheiro? Tô quebrada, sem grana nem mesmo para comprar roupas.

— Amanhã resolveremos isso, mas antes que saia na rua como se nada tivesse acontecido, você precisará de novos documentos.

— Pode me ajudar com isso também? Vi que você é um homem muito conhecido, e como eu não sou nem mesmo deste país, não conheço absolutamente nada.

— Iremos resolver isso amanhã…

Ela agora queria vingança pela morte do seu pai. Marcus era um homem justo, que sempre fazia o que estava ao seu alcance para ajudar o próximo e mesmo assim Ulisses fez tal covardia com ele.

— Jones? — A voz doce e safada de Maya me chamou, virei e a olhei nos olhos antes de subir as escadas.

— Sim?

— Preciso que me ajude também a vingar o meu pai. Ulisses não pode ficar vivo e continuar cometendo esses atos bárbaros por aí.

— Ulisses já teve o que merece! — Respondi com um sorriso nos lábios. — Neste momento ele não deve nem mesmo saber quem ele é, isso é; se ele ainda estiver vivo.

Em seguida vi seu sorriso largo aparecer em seu rosto, isso me fez sentir sensações estranhas, diferentes das quais eu jamais senti quando algumas daquelas mulheres me olhavam ou cavalgavam em cima de mim.

— Obrigada pelo que está fazendo por mim. Quando tudo isso passar eu te dou um beijo de agradecimento. — Sorri com seu comentário e voltei a subir as escadas.

Ulisses

A morte pode até me levar, mas antes que isso aconteça eu preciso viver em segurança. Contei sobre o Mapa e sobre Maya ao meu amigo e meu cunhado, Joseph, que é tão ambicioso quanto eu e sei que ele jamais a deixaria fugir.

— Sua irmã merece uma vida de rainha e com essa fortuna, nós todos seremos ricos e assim ficará mais fácil de exterminar Maya, Mel, Jones e quem quer que seja que entre em nosso caminho. — Seu riso demoníaco me fez ter um fio de esperança. Joseph nunca brincou em serviço e era conhecido por sempre cumprir suas promessas, mesmo que elas pudesse o levar até a morte, jamais voltou atrás de nenhuma promessa.

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