03- Sequestrada
Alícia narrando
Eu estava com uma dor de cabeça muito forte, tudo ao meu redor girava e eu ouvia murmúrios.
– Que droga que você usou, idiota? Ela não acordou nas três horas que está aqui, isso está me assustando. Ela quase não se move às vezes - aquela voz... Eu reconheci aquela voz.
– Você está há três horas esperando que ela acordar? Por que você se importaria se ela morresse? Que diabos está errado com você? - Respondeu-lhe uma voz que me causou nojo com as palavras que ele havia dito, não reconheci essa.
Terminei de abrir os olhos e de repente, colocando a mão na cabeça, fiz um esforço para me levantar, gemendo ao sentir o mundo cair em cima de mim.
Finalmente ouvi-o dizer, aproximando-se de mim com pressa. Se não fosse porque eu ainda estava embaçado, eu juraria que nunca tinha visto alguém tão bonito quando acordei. Olhos azuis como o céu me cumprimentaram com seu olhar, barba bem cuidada, cabelos negros desgrenhados para o lado, lábios finos e rosados claros e levemente carnudos e nariz arrebitado, com um aroma que bateu em meu rosto várias vezes.
– Sr. Lombardo?-Perguntei quando percebi quem era.
– O mesmo - Meu coração estava prestes a explodir pela boca.
– Não me lembro de ter aceitado nenhum dos seus convites, o que isso significa? Procurei não demonstrar insegurança ou preocupação. Como eu cheguei aqui? - Tente manter a calma.
Um meio sorriso se formou em seu rosto, mas sem me deixar ver seus dentes.
– Não aja como se não soubesse, senhorita Davis. Eu não poderia permitir que você publicasse um artigo que fosse meu, ou pelo menos um prejudicial. ele respondeu com simplicidade.
– E o que você quer dizer com isso? Você planeja me manter aqui por quanto tempo? Fixei meu olhar nele e então parei para olhar para o homem que estava ao lado da porta da sala. Era o mesmo que esteve na reunião hoje de manhã na empresa.
Olhei ao redor do quarto inteiro, não tinha percebido onde estava, olhei todo o meu corpo e me toquei para verificar se não haviam me tocado. Sentei na cama e deixei meus pés caírem no chão, eu não estava usando salto.
– Deixe-nos em paz, Dario. Lombardo ordenou ao homem, que saiu imediatamente da sala.
Olhei para ele com impaciência. O pânico queria tomar conta do meu corpo, eu estava sozinha com um homem que não conhecia, que tinha me sequestrado e drogado para me impedir de continuar meu trabalho, como devo agir?
– Ninguém tocou em você, você não tem com o que se preocupar, ele me disse.
Sua grande voz me colocou contra uma rocha e um lugar difícil. Eu não deveria ter pensado sobre seus atributos.
– Eu não confio em você. Agora vai me deixar ir. Ficou louco? Você não sabe que o que você acabou de cometer é um crime? Como você ousa me sequestrar? Minha amiga estava me esperando, deve estar muito preocupada
pensei em Lia com muito desespero.
– Já mandei uma mensagem para ela.
Ele tirou meu celular do bolso da calça social. Tornou-se impossível para mim não formar um O com os lábios. Soltei o ar que meus pulmões continham e penteei o cabelo para trás, estava ficando com calor apesar de estar com ar.
– Como você está com meu telefone?
Este homem estava me assustando.
Ele balançou sua cabeça.
– Vejo que você duvida das minhas habilidades, e é por isso que ordenei que você fosse trazido comigo. Você mesma causou isso, mas para responder à sua pergunta, Srta. Davis, quando meus homens a sequestraram, eles trouxeram sua bolsa com eles. Enquanto a colocavam na cama, seu celular tocou e fiquei curioso. Eu estava morrendo de vontade de ver quem estava te ligando, tomei coragem e rejeitei a ligação, mas quando vi na caixa de entrada inúmeras mensagens da sua amiga Lia, escrevi para ela fingindo ser você, você não tem com o que se preocupar, eu disse que você se sente mal e que não tem mais vontade de escrever sobre mim.
– COMO PÔDE!??
– Você não me conhece, não aguenta tanta audácia. O que você acabou de fazer é CRIME! Vou denunciá-lo e isso lhe custará caro! - ameacei-o, levantando-me.
Ele não se encolheu nem um pouco, acabei calçando os saltos e peguei minha bolsa que estava apoiada em um dos sofás da sala. Tentei abrir a porta para sair daquele horror que estava condenado.
Eu me virei para olhar para ele. Seu rosto sério e duro me mostrou que ele não estava brincando.
– Você não vai embora, não delire.
Ele disse colocando as mãos no bolso, com ar grandioso.
– Você vai manchar seu nome cometendo um crime como esse? Eu o questionei.
Ele se aproximou de mim, caminhou furtivamente e olhando para mim com aqueles olhos azuis penetrantes, me congelou por um momento enquanto me sentia encurralada por seu corpo e sua altura.
– Enquanto você estava inconsciente, gostei muito de olhar para você e fiquei totalmente convencido de que você é a mulher mais linda que já vi em toda a minha vida, ou seja, gostaria muito de cometer um crime por você. Você não vai a lugar nenhum, pelo menos não esta noite. Suas palavras me fizeram engolir em seco.
Senti minha respiração acelerar. Que me acontece?
Vejamos, é normal você ficar nervosa, Alícia. Você foi sequestrada pelo empresário Lombardo e além disso, ele está lindo.
– Não acredito. Nenhum empresário como você correria tantos riscos.
Uma risada seguiu meu comentário, o que fez minha pele arrepiar da ponta dos pés até a cabeça.
– Você é uma mulher muito inteligente, inclusive a única que conseguiu perceber que minha empresa não é o que mostra ser, não me faça pensar que você não sabe que eu não jogo. Senhorita Davis, você não está falando com um simples empresário, talvez tenha um mentor de negócios ilícitos no seu comando.
Suas palavras me deixaram sem palavras. O jeito que ele falava me deixava louca, ele usava um vocabulário primoroso e uma calma deliciosa para falar.
Alicia, você pode parar por um momento, o que te ensinaram na escola de literatura é prestar atenção no que falam?
Acaba de dizer?
Espera que...?
– Eu sabia... eu sabia que você não é o que parece. “Onde coloquei o olho, coloquei a bala”, disse eu, sentindo-me orgulhosa dos meus instintos, mas ao mesmo tempo percebendo com quem estava lidando.
Outra risada que ele emitiu com grandeza.
– Se você colocar a bala onde colocou o olho, deixe-me dizer que seríamos um ótimo casal. Eu gosto das mulheres como você, você sabia?
– Você não deveria me contar essas coisas. Você está brincando comigo? Perguntei a ele ainda em estado de choque.
– Não, mas eu gostaria.