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6

Edynei Guimarães

Fiquei chocado quando Teodora me contou a verdade sobre nossa separação na infância. Era difícil acreditar que minha própria família havia sido a causa disso tudo. As lembranças começaram a inundar minha mente, trazendo à tona a dor e a tristeza que senti naquela época.

O tal Joaquim não me passou confiança. Teodora disse que eles eram apenas amigos e que ele estava morando com ela para ajudá-la. No entanto, algo em suas palavras não fazia sentido para mim. Por que ele escolheria morar com ela, quando tinha uma casa melhor que o apartamento dela? Suspeitas começaram a surgir em minha mente, e eu sabia que precisava descobrir a verdade por trás das intenções daquele cara.

Decidi confrontá-lo. Uma tarde, fui até o apartamento de Teodora. O nervosismo misturava-se com a curiosidade enquanto eu subia as escadas em direção à porta. Bati na porta, esperando que Joaquim atendesse porque naquela tarde sabia que ela não estava em casa, pois tinha marcado uma consulta médica. O som de passos se aproximando fez meu coração acelerar.

A porta se abriu, revelando um homem alto, de aparência tranquila. Seus olhos escuros encontraram os meus, e pude sentir uma certa tensão no ar. Cumprimentei-o, tentando disfarçar minha desconfiança.

— Oi, Joaquim. Quero falar com você, sobre Teodora. Ela me contou que você está morando aqui para ajudá-la. Fiquei curioso para saber mais sobre essa situação. — disse, mantendo meu tom de voz calmo, embora por dentro eu estivesse fervendo de incertezas.

Joaquim sorriu de forma amigável, mas havia algo em seu olhar que me deixava desconfortável. Ele explicou que tinha uma amizade antiga com Teodora e que estava lá para apoiá-la em um momento difícil. Disse que o apartamento era uma opção mais conveniente para ele, por estar perto do trabalho.

Aquelas palavras não me convenciam completamente. Afinal, por que ele estaria disposto a deixar sua casa confortável para morar em um lugar menor? Parecia haver algo mais por trás dessa história, algo que Joaquim não queria revelar.

Decidi pressioná-lo um pouco mais. Perguntei sobre a relação entre ele e Teodora, observando cuidadosamente suas reações. Ele começou a ficar desconfortável, balbuciando algumas desculpas vazias. Era evidente que ele estava escondendo algo.

Foi então que meu instinto me alertou. Aquela sensação de que algo estava errado se intensificou. Percebi que precisava descobrir a verdade e proteger Teodora. Olhando fixamente nos olhos de Joaquim, deixei escapar uma última pergunta de forma firme:

— Joaquim, o que você realmente quer com Teodora? Seja honesto comigo.

Ele hesitou por um momento, antes de finalmente desviar o olhar. Suas palavras saíram em um sussurro tenso.

— Eu... Eu a amo, Edynei. Mas sei que não posso tê-la. Estou aqui para protegê-la, mesmo que isso signifique apenas ser seu amigo.

As palavras ecoaram em meus ouvidos, e eu soube naquele instante que havia mais a ser descoberto. Aquela verdade cruel que havia sido revelada sobre minha família parecia estar interligada com as intenções de Joaquim. Eu precisava investigar mais a fundo, desvendar todos os segredos que envolviam a vida de Teodora e protegê-la das garras do passado e do presente.

— Então, você a ama? Nunca faria nada para feri-la? Não sei com o que você trabalha, mas suas roupas baratas não combinam com um relógio de luxo como esse...

— Jamais machucaria a mulher que amo! Você veio até aqui para me ofender? Sei que não tenho roupas de marca como as suas, porém, não precisa me humilhar assim. Esse relógio é falso, confesso.

Mentira, isso mesmo ele estava mentindo na minha cara. Eu sabia reconhecer um relógio original e aquele custava meio milhão de reais!

— Relógio falso? Quem pensa que sou? Um idiota? Sei reconhecer algo de marca! Pode parar de fingir que é um bom moço? Está claro para mim que você é um falso!

— Melhor você sair daqui agora. Não sou obrigado ouvir suas acusações. Teodora sabe quem sou de verdade e isso basta. Espero que ela se decepcione com você logo e volte sua total atenção apenas para mim, como sempre foi, antes de você ressurgir do nada na vida dela.

Decidi me afastar de Joaquim antes que eu perdesse completamente o controle e descontasse minha raiva socando seu rosto. Respirei fundo, tentando acalmar minha mente turbulenta, e deixei o apartamento. Sentia uma mistura de frustração e preocupação, sabendo que Teodora não estava enxergando a verdade por trás daquele homem.

Assim que saí do prédio, peguei meu telefone e disquei o número de Teodora. Meu coração batia acelerado enquanto esperava que ela atendesse. Quando finalmente a voz dela ressoou do outro lado da linha, minha voz estava trêmula, mas determinada.

— Teodora, por favor, você precisa me ouvir. Joaquim não é quem ele parece ser. Há algo errado acontecendo aqui, e eu estou preocupado com você. — implorei, esperando que minhas palavras alcançassem sua percepção.

No entanto, sua resposta me atingiu como um soco no estômago. Ela parecia não levar minhas preocupações a sério e rejeitou minhas palavras de alerta. Ela afirmou que confiava em Joaquim e que ele era um homem honesto e sincero.

Aquelas palavras me deixaram ainda mais frustrado. Eu sabia que não podia forçá-la a ver a verdade, mas também não podia simplesmente ficar de braços cruzados enquanto ela permanecia em uma situação perigosa. Eu precisava encontrar uma maneira de abrir os olhos dela antes que fosse tarde demais.

Decidi que precisava de provas concretas para sustentar minhas suspeitas. Comecei a pesquisar sobre Joaquim, procurando por informações que pudessem confirmar meus instintos. Queria encontrar qualquer evidência que pudesse ajudar a convencer Teodora da verdade.

Meu objetivo era protegê-la, mesmo que isso significasse enfrentar sua resistência e desafiar a confiança que ela depositava nele. Eu não desistiria até conseguir trazer à tona a verdade que estava escondida nas sombras, pronta para abalar sua confiança e garantir sua segurança.

— Agora serei seu protetor e ninguém mais vai fazê-la de boba. — sussurrei, pensando em Teodora.

Meus sentimentos por Teodora eram profundos e verdadeiros, algo que vinha crescendo dentro de mim desde a infância. Não importava o que minha família havia feito para nos separar, eu não permitiria que ninguém mais a fizesse sofrer. Eu estava determinado a protegê-la, mesmo que isso significasse enfrentar minha própria família.

Enquanto caminhava pelas ruas, a determinação queimava em meu peito. Eu tinha um propósito claro em mente: garantir o bem-estar de Teodora e mostrar a ela que minha lealdade era genuína. Sabia que enfrentaria desafios ao longo do caminho, mas estava disposto a enfrentá-los de frente.

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