Capítulo 4
Por kevin Lacerda.
Minha cabeça estava, por isso passei meu final de semana trancado em meu apartamento, curtindo toda sorte de bebidas. As lembranças do meu passado me consumiam, me maltratavam, me jogando mais uma vez ao chão. Saber que Lilian estava voltando ao Brasil mexeu muito comigo. Já é final de tarde de domingo, e eu mal consigo ficar de pé, sobre as minhas próprias pernas.
_ Por que você tem que voltar, sua maldita? Por que não fica bem longe de mim? _ rosno baixinho, sentindo minha língua enrolar, por conta da bebida. Tinha esperança de que a bebida me fizesse apagar e esquecer toda essa merda, e puto da vida, por ser vencido mais uma vez, jogo a garrafa de uísque vazia contra uma parede e os vidros se espalham pelo chão. Choro por um tempo, me amaldiçoou por isso, e adormeço com as minhas lamentações e decepções.
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A segunda-feira já começa péssima! Vou para empresa com uma puta dor de cabeça, meu estômago revirando e um mau-humor de cão.
_ Onde você foi parar esse fim de semana, cara? Achei termos combinado um encontro duplo na noite passada. _ Ricardo entra em minha sala reclamando. Tínhamos combinado de ir para sua casa de praia, ele ia levar duas garotas, amigas dele para um final de semana relaxante. _ Kevin, eu fiquei com a maior cara de puta, fazendo sala para as meninas e você nem deu as caras!
_ Ela está vindo para o Brasil, Ricardo! _ falo de uma vez, ignorando seus lamentos e Ricardo me olha sem entender. _ Lilian Alcântara está voltando ao Brasil _ explico. Ele me lança um olhar espantado e sua boca está aberta. Imaginei que ficaria sem ação, exatamente como eu fiquei.
_ Cacete, Kevin! Como você está, cara? _ Procura saber, demostrando sua preocupação comigo.
_ Estou péssimo, cara! Como você acha que eu estaria? _ Levanto-me da cadeira e vou para uma das enormes janelas de vidro do meu escritório. Olho para nada em especial e solto uma respiração profunda. _ Fiquei tão angustiado, que passei o final de semana inteiro remoendo isso. Bebi quase todo o meu estoque do bar. _ Olho para o meu amigo. _ Estou acabado, Ricardo _ confesso, engolindo em seco.
_ O que pretende fazer? _ Dou de ombros, levando as mãos aos bolsos da calça.
_ O que você acha que eu deveria fazer? Vou levar minha vida, como tenho feito todo esse tempo todo. Fingir que ela não existe, como se ainda estivesse longe daqui, longe de mim. Do outro lado do mundo, como sempre foi.
_ E se...
_ Não tem "e se," Ricardo. Ela não se atreveria a me procurar, não depois do que fez. E eu vou evitar o máximo que puder encontra-la. _ Ele se dá por vencido e assente.
_ Está certo! Você pode contar comigo, cara, sempre. Você sabe. _ Assinto com a cabeça, olho para o relógio e vejo que falta pouco para minha videoconferência.
_ Tenho que ir, Ricardo, tenho uma reunião daqui a alguns minutos _ aviso e ele me dá um tapinha no ombro, e saímos juntos da minha. Preciso ser o profissional que sempre fui, e não deixarei que ela me destrua outra vez.
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A videoconferência com o México foi um tanto estressante, não sei se eles são ruins de negócios, ou se eu que não estava com muita paciência para negociar
A videoconferência com o México foi um tanto estressante, não sei se eles são ruins de negócios, ou se eu que não estava com muita paciência para negociar. O fato é que meu corpo reclama uma noite mal-dormida, estou com uma ressaca que não acaba nunca, o que só aumenta o meu nível de estresse e de mau-humor. Confesso que não tenho cabeça para o trabalho hoje, então peço minha secretária que desmarque qualquer compromisso agendado pelo resto do dia.
Pego meu carro e dirijo por algum tempo sem destino, e quando dou por mim, estou estacionando em frente a uma praia. Olhar para o mar vai me ajudar a pôr minhas ideias no lugar, a me acalma também... assim espero! Fico horas sentado na areia, olhando o vai e vem das ondas e chego a conclusão que não sei porque estou remoendo tanto essa história em minha cabeça. É passado, já era, acabou! Talvez ela até já tenha se casado, tido filhos e esteja gorda... sei lá, não tenho porque ter medo de reencontra-la. Vou ficar aqui na minha, levando minha vida como sempre levei. É isso aí, cara, está na hora de apagar esse passado da sua vida, chega de sofrer por ela. Está na hora de dá a volta por cima, Kevin Lacerda! E, foi pensando assim que eu me levantei da areia. Limpo minhas mãos e a roupa, tirando os vestígios de areia e volto para o meu carro, me sentindo mais leve e de bem comigo mesmo. Dirijo de volta para o meu apartamento e encontro o meu quarto limpo e arrumado. O serviço de quarto do hotel deixou tudo como antes, apagando os sinais das noites terríveis que passei aqui dentro.
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No dia seguinte, resolvo não perder tempo com o meu passado. Estou decidido a esquecer de tudo e passo o dia mergulhado no trabalho. Planilhas, contratos, e-mails e reuniões preencheram a minha mente. No final da tarde, Ricardo resolve aparecer e me convida para irmos a um barzinho. Durante o tempo em que passamos no balcão, pedimos três bebidas. Penso que ele é o cara, e sabe sempre como fico quando se trata de Lilian Alcântara, por isso tenta me distrair da melhor maneira possível.
_ Oi, o lugar está ocupado?_ Uma morena pergunta, parando ao meu lado. Ricardo logo abre um sorriso malicioso.
_ Não, fique a vontade _ digo e beberico minha bebida.
_ Obrigada! Paga uma para mim? _ pede.
_ Kevin, vou dá uma voltinha por aí, te deixo em boa companhia _ diz, apontando para morena com a cabeça, e sai com o seu copo na mão.
_ O que você quer beber, linda? _ pergunto, lançando o meu olhar lascivo para garota e ela sorri, cruzando as pernas de maneira sensual, mostrando o tamanho do decote lateral da saia, e deixando boa parte de sua coxa a mostra.
_ Um Martine, por favor! _ Faço sinal para o garçom e ele atende o pedido da garota. Não demora muito e ela já está enfiando a mão dentro da minha camisa e a língua no meu ouvido. Minutos depois a levo para o meu carro e nós vamos para um motel de beira de estrada.
"Viver a vida, é isso que eu tenho que faz