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Capítulo 6

- O quê? Ah, não, você está errado - eu digo, enxugando o suor da minha testa e depois me abanando com as mãos e pergunto - Está quente, não está? -

- Tem certeza de que está bem? -

Aceno com a cabeça e digo: - Podemos parar por um momento para ir ao banheiro? É urgente.

- Claro, vou parar no primeiro posto de gasolina", ele diz, acelerando.

- Você estava sonhando comigo? - insiste Bilel.

- Não me lembro", interrompo-me, afundando-me no assento.

Olho para as mãos dele no volante e fico ainda mais vermelha... e, no entanto, parecia tão real.

Bilel, como prometido, para no primeiro posto de gasolina que encontra e eu lhe digo, abrindo a porta - Estou indo e já volto -.

- Espere, eu lhe dou uma carona - ele diz, saindo do carro.

- Não confio em deixá-la sozinha - ele murmura, olhando em volta com ceticismo.

- E o banheiro das meninas? - pergunto, abrindo a porta.

- Você pode encontrar alguém que possa me impedir? -

Balancei a cabeça.

- Entre então, estarei observando.

Dou risada e entro, vou ao banheiro fazer xixi... Saio para lavar as mãos, mas também aproveito para enxaguar o rosto e acordar do sonho quente.

- Oh, meu Deus, me ajude", murmuro, olhando para o teto rachado.

Eu me seco com lenços de papel e saio, encontrando Bilel com os braços cruzados, super alerta.

- Booo - tento assustá-lo por trás, mas ele se vira atordoado e pergunta - O que foi isso? -

Eu bufo e, descendo as escadas, murmuro: - Você está com medo ou não sente essa emoção? -

Ele agarra meu pulso e, pegando minha mão, diz: - Eu tenho uma; tenho medo de perder você. Acho que é a única...

Eu sorrio para ele, fico na ponta dos pés e o beijo nos lábios.

- Você nunca me perderá", murmuro contra eles.

Bilel me abraça e deixa um beijo em meu cabelo e pergunta: - Vamos? -

Eu aceno com a cabeça e nos viramos para ir até o carro, mas noto uma loja de conveniência um pouco mais distante do posto de gasolina.

- Você quer alguma coisa? - pergunta Bilel, seguindo o caminho do meu olhar.

- Hum... Qual é a distância até nosso destino? -

- Uma hora.

- Então, sim, se você não se importar, eu gostaria de alguns petiscos, podemos? - pergunto, temendo que ele fique irritado.

- Claro, vamos - estou satisfeito.

Levanto-me alegremente e, chegando à lojinha, vou em busca de algo saboroso para comer.

- Mmm... esses muffins com gotas de chocolate parecem deliciosos", digo, lambendo os lábios.

- Leve-os embora, eles parecem ótimos", concorda Bilel.

Feliz, fico na ponta dos pés para pegar os muffins na primeira prateleira, mas, por trás, Bilel me dá uma mão, levantando-me dos quadris e facilitando o acesso ao pacote.

- Ops - começo quando ele me coloca de volta no chão.

- Vamos tomar um drinque? - ele sugere.

Eu aceno com a cabeça e vamos comprar água para ele e chá de pêssego para mim. Também compramos dois pacotes de batatas fritas com páprica e alguns chicletes, para não perdermos nada.

Pagamos no caixa e o dono do lugar, um homem mais velho com um frasco no cinto, olha para nós com malícia e pergunta: - Precisam de mais alguma coisa? -

- Não, tudo bem", diz Bilel, entregando-lhe uma nota de cinquenta euros.

- Fique com o resto - acrescenta ele, pegando a sacola com as coisas, exceto os doces, que eu começo a mordiscar.

- Espere um pouco, espere um pouco... temos alguns presentes para você - diz o velho, acrescentando à sacola camisetas extragrandes com a inscrição - No começo o florero é arrubbata, na sicunna é arrigalata. -

- O primeiro beijo é roubado, o segundo é dado. - Ele explica, dobrando a camiseta rosa.

Nós dois olhamos um para o outro e nos lembramos de nosso primeiro beijo.... Ainda me lembro do meu medo, do meu coração batendo descontroladamente, da minha cabeça girando com a euforia do momento...

- Nuddu fica mais frio se não melhorar - lemos na outra camiseta branca.

- Pessoas parecidas se reúnem - desta vez eu digo, conheço bem esse ditado.

- É melhor irmos agora... está começando a chover lá fora", disse Bilel, pegando a bolsa e a minha mão.

- Obrigado pelos presentes - murmurei antes de deixar o local.

- Volte e nos visite! - grita a mulher, abrindo a porta para nós.

Aceno com a cabeça, sorrio para ela e vamos para fora... o céu escureceu e está prevendo uma boa chuva.

- Vamos lá, talvez possamos evitar a chuva -

Atravessamos a rua correndo até o posto de gasolina para pegar o carro, mas quando chegamos lá não encontramos nada.

- Não o deixamos aqui? - pergunto com a testa franzida.

- De fato... - ele murmura, remexendo nos bolsos do casaco antes de fechar os olhos e perceber - Deixei meu telefone lá dentro? -

Tiro o celular do bolso e o coloco na bolsa - Vamos chamar a polícia? -

- E então me pergunto como viemos parar aqui juntos? Não parece ser o caso... se ao menos eu conseguisse lembrar o número do Adil...

O trovão me faz pular e as gotas de chuva me fazem fazer uma careta - Vamos perguntar a alguém se viu alguma coisa? -

Ele acena com a cabeça e voltamos ao minimercado, o único lugar que encontramos no vilarejo, e perguntamos ao velho: - Desculpe, você tem alguma câmera de vigilância? Nosso carro foi roubado.

- Oh meu Deus, era um carro caro? -

- Já chega... - murmuro, coçando a cabeça.

- Há muitos jovens ruins que gostam de roubar os outros para enriquecer e sair daqui... alguns deles são profissionais.

Bilel coloca a mão no quadril em pensamento e eu pergunto: - Você tem um carro ou algo que possa nos transportar? -

Eles balançam a cabeça e Bilel suspira e diz: Estamos presos aqui no momento, há alguma pousada por perto? -

- Mas que pensões! Somos aldeões, não há nuddu - exclama o velho, fazendo-me fazer outra careta.

- Um casal fugiu da aldeia porque engravidou antes do casamento, eles poderiam passar a noite lá. Ninguém põe os pés lá há algumas semanas.

- É longe daqui? - pergunta Bilel.

- Não, não, são alguns quilômetros.

- OK, obrigado", diz Bilel, pegando minha mão para sair da barraca.

Sorrio para todos eles e, assim que saímos, partimos para chegar à famosa casa.

Nesse meio tempo, as gotas de chuva se multiplicam até ficarem cada vez maiores... - Porra - murmuro, tentando me cobrir com o capuz, mas ele voa com o vento forte.

Bilel tira o casaco, puxa-o sobre nossas cabeças e grita: - Vamos, tenho uma visão da casa - meus sapatos estão encharcados!

- Meus sapatos estão encharcados de água! - Eu grito acima do som da chuva e acelero meus passos.

Finalmente, avistamos a casinha no meio de uma colina e corremos em direção a ela. Bilel força a porta a se abrir e entramos, deixando uma poça de água na entrada.

Tentamos acender as luzes, mas elas não acendem, nos atrapalhamos no escuro com minha lanterna quando encontramos uma lareira e Bilel acende o fogo com alguns fósforos que encontramos na lareira.

- Ohhh - suspiro quando a chama se espalha por todos os pedaços de madeira, formando um belo fogo.

Imediatamente olhamos ao redor e vemos uma casinha feita inteiramente de madeira com uma cama no meio encostada na parede, alguns fogões no canto, uma mesa verde-azulada com cadeiras e, em frente à lareira, um sofá bege com um tapete branco e outros. Tapetes persas embaixo.

- Vamos, querida - murmuro com a atmosfera reconfortante que ela transmite.

- Venha, tire a roupa e vamos secar suas roupas molhadas - diz Bilel tirando os sapatos.

Eu me dispo completamente, mantendo o sutiã e a calcinha, e entrego minhas roupas a Bilel, que as pendura em uma corda no canto... Olho para a cueca boxer de Bilel e mordo o lábio.

- Aqui, vista isso. Por sorte, elas não se molharam dentro da bolsa", diz ele, entregando-me a camiseta que o velho nos deu.

Eu a visto imediatamente, enquanto ele fica sem camisa e vasculha o armário no outro canto da casa.

Ele sai com alguns preservativos - foi onde eles os deixaram -.

Rindo.

- Bingo", diz ele logo em seguida, pegando alguns cobertores de lã, um azul com listras e o outro creme.

- Vamos, aqueça-se um pouco", murmura Bilel, fazendo-me sentar em frente à lareira e enrolando o cobertor de cor creme em volta de mim, o que me aquece imediatamente e tem um cheiro agradável... de manteiga derretida.

- Você gosta? - pergunto, percebendo que ele está se levantando.

- Estarei lá", diz ele, desaparecendo de minha vista.

Enquanto isso, procuro um pouco e também encontro um tipo de rádio... ligo-o e ouço algumas músicas de fundo, deixo-o sozinho... é bom ouvir uma música de fundo.

Depois de um tempo, consigo me secar completamente e Bilel se junta a mim com mais lenha nas mãos... ele a joga na lareira, fazendo o fogo crescer e eu babo na boca, que virilidade.

- Então, vamos ficar bem por um tempo", diz ele, sacudindo a lenha com uma pequena tora.

- Venha, seque-se também ou vai pegar um resfriado", faço com que ele se sente ao meu lado.

Ele o faz e, estendendo as mãos, esfrega-as uma na outra... - Me desculpe - ele murmura depois de um tempo com um suspiro.

- Por quê? - pergunto com a testa franzida.

- Não foi assim que imaginei que você passaria seu aniversário", ele murmura sem sequer olhar para o meu rosto, de tão envergonhado.

Pego o cobertor azul e o enrolo em volta dele, colocando-o sobre suas pernas, murmurando: "Você não me conhece para dizer uma coisa dessas..." Bilel acaricia meu cabelo, rindo.

Bilel acaricia meus cabelos encaracolados ainda levemente úmidos e eu acrescento: "Sua presença é suficiente para que eu seja feliz, não preciso de mais nada.

Ele abaixa os dedos para acariciar meus olhos, bochechas, nariz, lábios... ele sorri e pergunta - Você está me dizendo a verdade? -

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