Capítulo 3: Casando-a com um velho
No momento em que o pescoço de Isabella foi beliscado por Emanuele, ela deu um pulo inconscientemente.
Neste momento, os outros três estavam olhando para eles.
— O que há de errado, Isabella? — Sophia perguntou preocupada.
— Estou bem. Só preciso usar o banheiro. — Ela se levantou e caminhou em direção ao banheiro.
Escapar das garras de Emanuele, mesmo que apenas temporariamente, lhe proporcionou algum alívio.
— Droga — Isabella murmurou para si mesma. Ela se arrependeu de sua decisão mais do que nunca. Ela desejava nunca ter se envolvido com essas pessoas.
Ao sair do banheiro, ela teve que atravessar o corredor do jardim para voltar à sala de jantar. Para sua surpresa, ela viu Emanuele fazendo uma ligação telefônica.
Sua voz soava particularmente fria e cruel, e seu tom estava cheio de malícia:
— Ele não revela onde o chefe está escondido, hein? Então corte os membros dele, jogue em um ninho de ratos e deixe-o assistir enquanto eles o devoram lentamente!
Isabella ficou muito assustada com as palavras de Emanuele. Esse homem, como ela suspeitava, era realmente um demônio!
Naquele momento, Emanuele notou a presença de Isabella. Sua voz baixou enquanto ele dizia mais algumas palavras para a pessoa do outro lado da chamada, depois desligou. Ele se aproximou de Isabella com passos largos.
Sua expressão sedenta de sangue, na escuridão da noite, fazia com que ele parecesse um vampiro.
Isabella quase quis fugir, mas ficou paralisada pelas palavras dele:
— Se der mais um passo, eu arranco suas pernas a tiros.
A ameaça de Emanuele conseguiu manter Isabella congelada no lugar. Logo, ele a alcançou.
Isabella suplicou baixinho:
— Eu não ouvi nada. Por favor, me deixe ir.
Emanuele deu uma risada sombria:
— Você tem tanto medo de mim, irmãzinha?
O corpo de Isabella tremia, mas ela lutou para parecer lamentável, na esperança de obter alguma simpatia de Emanuele.
— Emanuele... Eu sou sua irmã. Por favor, me poupe.
Emanuele soltou uma risada suave, como se tivesse ouvido uma piada. Então ele estendeu a mão e abraçou Isabella. Ele podia sentir o corpo trêmulo dela e o desafio em seus olhos, mesmo que ela tentasse esconder. Mas ele podia ver uma ponta de repulsa em seu olhar.
Ele achou peculiar o fato de que, apesar de seu medo, ela resistiu e não se submeteu. Que interessante!
Quanto a essa sua meia-irmã, ele já havia reunido informações sobre ela muito antes de ela aparecer diante dele. A presença dela havia se tornado um problema espinhoso para ele.
Seu pai havia se casado novamente vinte anos após a morte de sua mãe, e ele não tinha objeções quanto a isso. Entretanto, ele não permitiria que essa enteada se integrasse à família deles. Isso implicava que ela poderia compartilhar o poder e a riqueza da família.
Todos sabiam que a família Lombardi tinha uma presença poderosa na região, e inúmeras mulheres aspiravam a se associar a ela. Mas essa mulher aparentemente insignificante queria ser uma princesa da máfia? Bastante audaciosa!
Emanuele havia feito algumas pesquisas sobre ela. Ela tinha vinte e dois anos, estava prestes a se formar na faculdade e atualmente fazia estágio em um hospital.
O primeiro encontro deles tinha acabado de acontecer, e ele teve de admitir que ela era realmente bonita. Sua pele era clara e macia como o leite, seus cabelos castanhos fluíam como seda, seus traços eram delicados e seus olhos brilhavam com esplendor. Seu mundo parecia limpo e claro, como um lago imaculado.
Além disso, ela exalava uma fragrância floral e frutada cativante, que era incrivelmente sedutora, doce e cheia de vibração juvenil.
Em contraste, Emanuele era a personificação da morte e da escuridão, trabalhando pouco a pouco em um mundo sujo e sangrento para obter o que desejava.
Há uma década, ele assumiu os negócios da família. Levou dez anos, pisando em inúmeros corpos, para expandir o território deles para o dobro do tamanho original. Depois disso, eles se estabeleceram em uma grande propriedade em Chicago.
Ele havia matado tantas pessoas que nem conseguia mais contar. Sua inerente sede de sangue havia transformado o assassinato em uma indulgência prazerosa.
Ao olhar para a aparência frágil de Isabella, por alguma razão inexplicável, o impulso sanguinário de Emanuele voltou a se manifestar. Ele teve pensamentos cruéis de esmagá-la, vendo-a se ajoelhar no chão, chorando e implorando por misericórdia.
“Destruir a beleza deve ser uma experiência extremamente prazerosa”, ele pensou.
— Você não deveria estar aqui — disse Emanuele com um toque de diversão, seus dedos segurando o queixo de Isabella enquanto ele acariciava sua bochecha com a outra mão. Seu sorriso permaneceu cruel.
— Diga-me, como devo lidar com você?
Lidar com ela?
Ouvir essas palavras de Emanuele, que acabara de empregar métodos impiedosos contra seus inimigos, causou um arrepio na espinha de Isabella. Esse demônio imprevisível certamente estava planejando algo sinistro.
— Por favor, esta noite, depois disso, eu prometo que cortarei todos os laços com você. Vou desaparecer de seu mundo. — Isabella disse rapidamente com a voz trêmula enquanto implorava.
Lágrimas brotaram em seus olhos, e sua voz era doce e melodiosa. Especialmente quando ela implorava assim, o sangue de Emanuele começava a ferver, e ele até pensava em ouvi-la implorar em um contexto diferente, talvez na cama.
Ele deu um tapinha de leve na bochecha de Isabella.
— Minha garota ingênua, é tarde demais. Desde o momento em que você entrou em nossa família, já era tarde demais.
De repente, Emanuele teve uma ideia e caiu na gargalhada.
— Já sei! — Ele exclamou, seu tom cheio de entusiasmo. No entanto, Isabella não acreditou que ele pretendia poupá-la. Esse demônio caprichoso deve estar pensando em alguma maneira de lidar com ela.
— Que tal você se casar com o capanga de maior confiança de meu pai, George? Ele é cerca de dez anos mais jovem que meu pai e provavelmente não tem muito tempo para viver uma boa vida. Você vai se divertir por lá. Mas, sabe, ouvi dizer que ele tem vários filhos em casa que são bastante cruéis e gostam especialmente de atormentar as mulheres. Toda mulher que vai à casa deles não sobrevive mais do que três dias. Se você se casar com a família deles, isso me pouparia muitos problemas.
Isabella ficou horrorizada e seus olhos se encheram de lágrimas ao falar:
— Não quero me casar. Ainda sou jovem, por favor, Emanuele...
Ela tinha acabado de se formar na faculdade e já tinha um emprego planejado. Ela tinha um futuro promissor pela frente e não queria arruiná-lo dessa forma!
Ao pensar nisso, Isabella sentiu sua garganta se contrair novamente, e aquela sensação de sufocamento voltou. Seu medo de espaços fechados, juntamente com esses momentos de falta de ar, estavam tomando conta dela. Ela temia não apenas espaços pequenos, mas também situações em que se sentia sufocada.
As lágrimas de Isabella pareciam excitar Emanuele ainda mais. Por alguma razão, a ideia de destruir o futuro brilhante dela e quebrá-la completamente o excitava muito.
— O que vocês dois estão fazendo? — Grazia saiu da sala de jantar, com curiosidade em seus olhos enquanto os observava.
Ela achava que Isabella tinha saído por muito tempo e estava ficando preocupada que ela pudesse ter se perdido. Aconteceu que ela viu Emanuele e Isabella enredados.
Isabella viu Grazia como sua salvadora e, quando Emanuele a soltou, ela finalmente conseguiu recuperar o fôlego.
— Agora mesmo, Isabella se assustou com um rato e quase tropeçou. Eu a ajudei — explicou Emanuele com um comportamento totalmente diferente daquele ameaçador que ele havia mostrado antes. Seu sorriso agora parecia de cavalheiro.