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01

Capítulo 01

Manhattan - New York.

Seis dias depois...

PIETRO SALVATORE

Acabei por vim somente hoje para New York. Alguns assuntos surgiram de última hora em Milão, tendo assim atrasado a minha vinda. Além dos cassinos e casas de luxos, temos vários restaurantes espalhados por todo mundo, inclusive as três maiores filiais ficam aqui em New York.

Assim que cheguei ao aeroporto, meu motorista, Alonso, já estava nos aguardando. Olhando pelo vidro da Limusine, observo o grande fluxo de veículos. Nego dispor de paciência com o trânsito, as ruas daqui são um inferno em comparado com a Sicília.

Durante os minutos seguintes, passei revisando alguns contratos, enquanto Lucca fazia algumas ligações para se certificar de que tudo já estava em perfeita ordem para a reunião com alguns membros da máfia. Uma das coisas que não suporto e não admito, é serviço mal feito. Organização, responsabilidade e competência são essenciais no mundo em que vivemos.

Esse foi o motivo de nomear Lucca como meu Consigliere, além de sua competência e lealdade, suas obrigações com a máfia estão sempre em primeiro lugar. Ele jamais me desapontou e espero que continue assim.

Minutos depois, já estávamos estacionados em frente à sede do Carmine's Company. Tanto na Itália, como em New York, ser um Salvatore é algo avassalador, esses últimos anos batalhei muito para tornar a rede Carmine's a melhor na área da gastronômica italiana. Quando finalizar a reunião, jantarei na filial que fica em Manhattan, assim aproveito e vejo como está o funcionamento do ambiente.

GIOVANA VITALLE

Acordo de um pesadelo aos gritos como acontece todos os dias desde que meus pais faleceram. Minha rotina agora se resume entre acordar, estudar um pouco, pois pretendo daqui a uns meses, ingressar em uma faculdade, por último, ir do apartamento para o restaurante que comecei a trabalhar há dois dias. Por mais cansada que a rotina me deixe, os muitos afazeres são uma maneira de escape que encontrei para fugir das minhas lembranças sobre o passado.

Antes de deixar o orfanato, a dona Clarissa, uma das benfeitoras do Angel Guardian Home, comentou que tinha um pequeno imóvel já mobiliado para alugar e de imediato a tia Cecília, me informou e após resolver todos os trâmites, mudei imediatamente. Dois dias após ter me instalado no imóvel, encontrei no elevado, a Sarah, uma mulher bonita e muito elegante, por volta de uns 35 anos, que trabalha em um restaurante localizado a quatro quarteirões daqui, acabamos por ficar amigas e ela mencionou que no restaurante havia uma vaga em aberto para auxiliar de cozinha, fiquei eufórica, pois durante esses dez anos, eu aprendi muito no orfanato ao ver a irmã Anna, cozinhando, e, diga-se de passagem, ela tem mãos de fada.

No mesmo dia, fui até o local, o qual, eu achei muito luxuoso. Após falar com o gerente, um senhor muito gentil e fazer alguns testes na cozinha, acabei por preencher a vaga que estava disponível.

Fecho imediatamente à porta dos meus pensamentos. Preciso começar a estudar, não posso chegar atrasada no meu terceiro dia de serviço.

Estudei um pouco e preparei um pequeno-almoço, organizei tudo na cozinha e fui tomar um banho. Meu horário de trabalho começa das 16h00min., e vai até 00h00min., sempre retorno caminhando com a Sarah, já que o restaurante não fica tão longe.

(...)

Tive que vir hoje sem a companhia da Sarah, assim que estava pronta, passei em seu apartamento, eu havia me esquecido que hoje era seu dia de folga. Ao adentrar o restaurante pelo acesso dos funcionários, coloquei logo meu uniforme, notei uma movimentação fora do normal, pois ainda não tinha dado o horário das portas serem abertas, acabei por saber que hoje estaria presente, o empresário que é dono das redes Carmine's. A maioria dos funcionários estava em pânico, pelo pouco que ouvi do tal homem, não deve ser uma boa pessoa. Todos demonstram medo em falar dele.

As horas seguintes, mesmo com tanta movimentação, correu tudo na mais perfeita harmonia. Algumas funcionárias, toda vez que adentravam a cozinha, pareciam estar flutuando, o assunto da vez foi de como o dono do restaurante era um homem, que segundo os comentários, levantava suspiros de admiração por sua beleza. Confesso que no fundo fiquei curiosa por saber como era sua aparência.

Após horas intermináveis, enfim acabou o expediente, estava meio apreensiva, nunca andei sozinha durante a noite e nas duas vezes que voltei para casa, tinha Sarah por companhia. Deixei o medo e a preocupação de lado e comecei a caminhar, o vento frio adormentou o meu rosto assim que comecei a andar. Faltavam somente três quarteirões para chegar a minha casa, quando ouvi passos se aproximando, olhei para trás e dois homens vinham atrás de mim. Assustada, comecei a correr o mais rápido que as minhas pernas poderiam aguentar, parei no pequeno trecho em que a rua estava mal iluminada. Olhei para trás e notei que não tinha mais ninguém, quando me virei, três homens apareceram à minha frente, tentei me afastar, mas, foi em vão. Eles se aproximaram, eu estava em pânico, o medo me dominava. Desesperada, começo a gritar, mas a mão de um deles me cala, senti o bafo forte de álcool através da sua respiração e o cheiro de cigarro impregnado em sua pele, me causando náuseas. Debato-me em seus braços e em um movimento rápido, acerto uma joelhada em seu órgão sexual, ele me solta, se contorcendo em meio a dor, mal tenho tempo de assimilar as coisas e o outro se aproxima, desferido um soco em meu rosto, me fazendo ir de encontro ao chão, sinto minha bochecha começar a arder como se tivesse levado uma queimadura. Meu coração bate tão forte, que parece que vai sair pela boca.

— Calma princesa, você é tão linda.

Um deles sussurra, me deixando enjoada com seu hálito fétido.

— Vamos começar a aproveitar, enquanto os dois idiotas não chegam.

Assusto-me quando vejo o homem que acabou de falar abrindo a calça e me olhando como se fosse um prato de comida. O medo gela minha espinha, o pânico corre por todo o meu corpo e eu começo a me debater.

— Relaxa, docinho! Você vai gostar, sentirá tanto prazer que logo vai implorar por mais — o outro fala se aproximando.

— Socorro! Socorro! Alguém me ajude — as lágrimas inundam meus olhos.

— Cala boca, vadia! Será mais fácil aproveitar se ela estiver desacordada — diz me assustando ainda mais.

Tendo me levantar o mais rápido possível, um dos homens se aproxima e dá um chute cruel nas minhas costelas, me levando a bater a cabeça no concreto provocando um estrondo com o impacto. A dor explode em minha cabeça e meus olhos se enchem de lágrimas, os deixando turvos com o choque da batida. A escuridão chega... E meu último pensamento é: Este será o meu fim.

Minutos antes...

PIETRO SALVATORE

Não esperava passar tanto tempo na filial do Carmine's, em Manhattan. Aproveitei que já estava no ambiente com Lucca e averiguei algumas informações sobre a contabilidade e o quadro de funcionários. Cristóvão me informou sobre a contratação de uma nova funcionária, que embora tenha somente 19 anos, é muito responsável. As horas passaram sem que tivesse notado, quando saímos, o atendimento já havia sido encerrado. Alonso, meu motorista e alguns seguranças que estavam fazendo nossa escolta, já estavam em suas posições. Após adentrar o carro, passamos próximo à entrada de acesso dos funcionários, acabei por ver algo que me chamou a atenção. Deveria ser uma das funcionárias do restaurante. Mesmo não vendo seu rosto com clareza, as curvas da desconhecida, me deixaram fascinado.

Ordenei para Alonso diminuir a velocidade do veículo, a mulher caminhava com certa urgência pelas ruas desertas de Manhattan, o que me deixou intrigado, tudo indicava que era uma das empregadas do Carmine's. Sempre fiz questão de que todos os meus funcionários fossem bem renumerados e todos recebem um auxílio para sua locomoção, pois, no mundo empresarial, as redes Carmine's, são conhecidas pelo ótimo tratamento que dá aos membros da sua equipe.

Meus pensamentos foram interrompidos assim que Lucca mencionou que dois homens estavam a correr atrás da mulher. Quando ouvi suas palavras, meu coração começou a disparar, senti uma vontade de protegê-la e isso era um sentimento novo. A única por quem um dia senti algo em especial, foi a Ângela, mas após sua morte, comecei a ver as mulheres como objetos que só servem para uma coisa: me dar prazer e quando não conseguem isso, logo dou um jeito de enviá-las ao inferno.

Um dos carros da minha escolta estava à frente, ordenei que meus seguranças desse um jeito nos dois infelizes. Quando recebi a confirmação de que tudo já tinha sido resolvido, pedi que Alonso pisasse fundo no acelerador, não queria perder a mulher de vista. Ela seria minha de qualquer jeito.

Minutos depois, chegamos próximo a um ponto escuro devido à falta de iluminação pública naquele setor, não se tinha uma visão nítida, logo ouvi gritos, o qual, eu deduzi ser da desconhecida pedindo socorro. A raiva percorria por todo o meu corpo, um sentimento de posse se fez presente. Ninguém tocará no que será meu. Assim que avistei um dos mal feitores que estava despido, se aproximando dela, puxei minha Glock, dando um tiro certeiro em seu órgão sexual. O homem imediatamente caiu ao chão, enquanto os outros dois vieram em minha direção. Se, tem uma coisa que amo, é infringir dor, isso me fascina e acalma meus demônios.

Saio dos meus devaneios ao sentir o gosto metálico em minha boca, o infeliz teve a ousadia de me bater. Agora sim, isso começou a ficar bom. Fiz sinal para nenhum dos meus homens se aproximarem, eu mesmo cuidarei dessa situação.

Enquanto o outro tentava acertar mais um golpe, me desvio pegando em sua mão, logo desfiro um soco, o fazendo cambalear sem direção, viro para o homem que teve a ousadia em me tocar, o pegando pelo pescoço. Aperto com tanta força, ao ponto de ele se debater, o encosto na parede próximo onde a mulher está jogada ao chão, desmaiada. Começo a bater sua cabeça de encontro ao concreto da parede, assim que vejo o sangue jorrar por sua face e o homem desfalecendo, puxo minha arma e disparo contra os três malditos. Me aproximo da mulher, a pegando em meus braços, mesmo na penumbra, posso observar o quanto a bambina é bonita.

— Mas que merda de reação é essa! — exclamo.

Nunca fui de senti uma resposta tão rápida a uma mulher, fazendo meu pau se contrair vigorosamente dentro das minhas calças. Contudo, essa mexeu comigo de uma forma que não sei explicar, ela ficará a minha disposição, enquanto estive em New York.

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