8. Da dor á vingança
A madrugada já estava no seu fim o cheiro do orvalho já dançava pelo ar ao redor de Julio Cesar e Miranda que voltavam satisfeitos ao castelo. Só que estes não contavam com a surpresa que havia no quarto deles.
Na cama, nus, abraçados e com um sorriso de satisfação encontravam-se Raquel e Marcus. E quando os olhos de Julio Cesar recaíram naqueles dois o brilho do diabo mostrou-se mais vivo do que fogo quando este rosnou:
–Raquel, sua maldita!
Ela não estava dormindo, pois antes mesmo de abrir os olhos já havia abrido um sorriso de vingança cumprida. Não muito diferente do sorriso que também brotou nos olhos e lábios de Marcus que ergueu-se bem satisfeito da cama. De Julio Cesar.
–O que você pensa que fez?!
Raquel gargalhou -eu me vinguei. Julio Cesar não tentou e, nem quis, controlar sua raiva ao pular sobre Raquel, que transformou-se, mas antes de ser atingida pelas garras deste, Marcus já transformado se lançou sobre Julio Cesar que ate fora lançado ao chão ,mas rosnando pegou Marcus e o lançou contra a parede que tombou aos pedaços om ele sobre um tapete felpudo.
–Você não perde por esperar - e mais uma vez Julio Cesar pulou sobre ela e desta vez os dois se agrediram entre guinchos e rosnados ferozes a cada golpe.
Marcus se levantava rosnando de raiva, mencionei que tanto ele quanto Raquel estavam e, ainda estão nus, e voou até eles mas fora detido por um golpe que o lançou contra a porta do banheiro que fora arrancada com o baque.
Miranda pôs-se de pé, pose predadora, garras e presas expostas prontas para atacarem Marcus que já estava de pé também rodeando a frente dela para achar uma fuga para ir ao encontro de Raquel e Julio Cesar que, no momento prensava ela contra a parede que ia se afundando com a força exercida, para o outro lado com Raquel com as garras afundadas nos ombros dele a sangrar.
De repente Marcus desviou os olhos daqueles dois e quando Miranda também o fez ele partira para o tudo ou nada, pois sabia que se atingisse ela atingira Julio Cesar. Ela voou contra ele mas Marcus dera um mortal por cima de sua cabeça, ela virou-se rapidamente e ai fora atingida om um chute no rosto, gritara, e fora lançada de costas contra o espelho oval de moldura ornada com joias, mas tudo caíra sobre si espatifandose em milhares de caquinhos.
Julio Cesar ouviu o grito da amada, sim, ele não podia negar que amava Miranda e ao ouvi-la gritar não pensara duas veze em largar Raquel e correr até seu encontro, rapidamente a erguendo em seus braços ,meio grogue, afinal era novata na arte da luta entre sugadores. Raquel massageava o pescoço quando Julio Cesar lhe encarou e proferiu sua ameaça-ouça bem minhas palavras,
Raquel - Marcus se posicionou á frente desta pronto para defendê-la -ao anoitecer eu te mato. Ou você me mata-e saiu do quarto com Miranda.
Durante todo o dia não se viu ou ouviu um único comentário á respeito do anoitecer que prometia ser sangrento. Mas um fato era sabido, se Raquel iria lutar com Julio Cesar, os seus sugadores estavam proibidos de interferirem por ou contra ela e o mesmo valia para Brenda e o seu senhor.
O anoitecer caiu com muita chuva, ventos fortíssimos e raios rasgando o céu negro para rivalizarem com a luta já iniciada como nos tempos dos gladiadores de Roma, na praia pedregosa ao lado do castelo entre Raquel e Julio Cesar com a plateia sobre as pedras. Sem mais delongas Raquel se ‘armou’ com seus poderes e pulou sobre Julio Cear que já esperava o ataque, então pegou-a pelos pulsos, rosnou enfurecida, e rodoua numa pirueta antes de joga-la contra as pedras. E sem lhe dar muito tempo para defesa ,se lançou sobre seu corpo que começava a erguer-se, empurro-a e lasquinhas das pedras lhe atingiram o rosto - você me paga! - e ele afundou as presas no seu pescoço e as garras em seus ombros e arrancou com fúria não só sangue como filetes de sua carne.
–Maldito!-urrou ao usar de uma artimanha feminina, mas bem eficaz, afinal Julio Cesar era homem e como tal tinha a mesma fraqueza compartilhada pelos demais. Ela lhe eu uma joelhada certeira entre as pernas, ele gritou, e ai foi ela quem o lançou contra outra pedra e esperou este cair deslizando por esta encharcada pela chuvarada e quando o fez lhe deu um chute no peito arremessando-o contra outra pedra ,e lançou-se sobre ele -agora eu é que vou te retalhar -e fez cravando suas garras no coração dele e indo fundo á ponto de sentir o órgão bater nas pontas de seus dedos.
O grito de dor dele era o prazer dela e ela praticamente gozou com a boca diante de seu feito.
Marcus havia escolhido a pedra mais alta e distante da areia, mas não podia negar sorrir diante da dor do rival.
Brenda olhava o espetáculo grotesco do alto da janela de seu quarto, suas mãos chegavam a formigar na ânsia de ir ajudar o seu senhor, mas ele a proibira terminantemente de fazê-lo.
–Vamos, Julio Cesar, eu tenho certeza de que podes fazer melhor do que issoprovocava Raquel a todo momento ao se rodearem como dois leões só a espera do outro fraquejar para atacar.
Julio Cesar assim como seu pai não resistia a um bom desafio. E quando o aceitava era para vencer, em especial, vencer no momento a petulância de Raquel que sorria desafiadora.
Julio Cesar voou para cima de Raquel, que rosnou ao também fazê-lo, e no ar o choque da raiva junto a tempestade reverberou como um trovão, mas Julio Cesar sendo mais forte e filho de um guerreiro habilidoso resolveu usar dessas táticas e conseguiu imobilizar a adversária, que chiou enforcada pelo ar preso ao apertar no pescoço ,e a arremessou contra uma das vidraças do castelo que se espatifara enquanto Raquel adentrava o recinto. Tudo era brutalmente gritante com os raios que pareciam adentrar mar á dentro, os trovões que reunidos a forte chuva e ventania pareciam querer arrancar a encosta da montanha e as pedras do seu leito. Mas entre os espectadores da luta tudo se resumia a olhares atentos a qualquer mínimo movimento dos combatentes.
Julio Cesar começava a estranhar a demora de Raquel em sair e entrou no castelo, afinal sua sede em mata-lo lhe revigorava a cada golpe dele, algo que ele admirava tinha de admitir. Então como bom soldado de guerra aproximou-se da vidraça quebrada com passos comedidos e olhos atentos. Então, do nada, estes se arregalaram ao ver-se jogado com as garras de Raquel cravadas mais uma vez em seu coração, o levando de arrastro pela areia encharcada. Seus chiados e gritos se confundiam no ar enquanto Raquel tentava enterrar mais a fundo suas garras no orgão pulsante de Julio Cesar que ,por sua vez, tinha as suas garras travadas nos pulsos dela e ia tirando pouco a pouco de dentro de seu peito.
–Está gostando?-perguntou ela toda sorridente ao ter em seus dedos e no peito de Julio Cesar, que rosnava de raiva e dor, sangue escorrendo em filetes até a areia manchando-a de vermelho.
De repente raios brilharam dentro dos olhos de Julio Cesar que com uma força que Raquel não esperava que ele ainda tivesse, largou uma de suas mãos que ela aproveitou para enterrar fundo no peito dele, que gritou, mas agarrou o tornozelo da maldita e a arremessou com a cabeça contra uma rocha pequena que quebrou em muitos pedaços com o baque tão forte que Raquel estava meio grogue e trôpega para levantar.
Julio Cesar sentiu o prazer espiralar em se peito sangrento enquanto rumava com as presas expostas e salivantes em direção a Raquel, que com tudo de estar - mas pra lá o que pra cá -como dizem ainda rosnava para ele. Mas antes de Julio Cesar enfim saborear sua vitória com o sangue daquela desgraçada este levara um chute na lateral do rosto que cortou-se em pequeninos rasgos ao ir de cara contra uma pedra onde sua cabeça afundou junto de farelinhos desta e água que escorria das outras acima.
Marcus se posicionou em posição de ataque em frente a Raquel só á espera do revide de Julio Cesar que colocava-se de pé com o rosto desfigurado a cicatrizar enquanto seus olhos destilavam vários sentimentos aqueles dois, e asseguro de que nenhum era bom.
–Você vai se arrepender!
–É o que veremos-rebateu Marcus arreganhando suas presas e fazendo as garras despontarem. Cada um correu raivoso ao encontro do outro, mas quem dera o primeiro golpe fora Marcus que acertou em cheio o nariz do adversário que quebrou, ouviu-se o ossos quebrarem, mas Julio Cesar sorriu ,e simples como arrumar o cabelo, recolocou–os no lugar.
Marcus preparou-se para dar outro soco e assim pegar o inimigo pelo pescoço e lança-lo ao chão para rasga-lo, mas infelizmente nem tudo o que se planeja da certo, não é mesmo? Julio Cesar aparou os golpes do rival, que até tentou livrar-se de suas mãos, mas este fora mais rápido e com um potente e bem localizado chute mandara Marcus direto para o penhasco onde não se demorou a ouvir muitos ossos quebrando.
Raquel ficou abismada ao ver seu ‘camponês’ ser lançado daquele jeito animalesco com os risos de Julio Cesar a ecoarem no ar, para o penhasco de rochas, Brenda sentiu o coração chorar como em muito tempo não acontecia. Desde a Grécia e do que ocorrera lá.
A sensação de perder um filho foi o que sentiu ao ouvir o coração de Marcus parar de bater lentamente até não haver mais som algum.
–E então, tem mais algum idiota que queira me desafiar!-ecoou a voz satisfeita e cheia de pompa do vencedor.
Ninguém se manifestou ...por enquanto.
Nas pedras úmidas da ilha rochosa abaixo do penhasco Marcus, depois de muitas horas só a ouvir vozes e ruídos, abriu os olhos para o céu e deixou-se envolver pelas trevas a noite no morcego e sumir.
Estava na hora de explorar o mundo, ainda que doesse abandonar os amigos que ali fizera e o seu grande amor, mas o tempo e ,talvez, um alguém especial o ajudasse a livrar-se do carma de amar que não te ama. E quanto a Brenda, talvez um dia se se encontrassem novamente. Um dia...