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DOIS

"Conheci o Eduardo no meu primeiro dia no novo colégio. Sabe amor à primeira vista? Foi assim que eu me senti.

Eu me apaixonei e, magicamente, ele também. Me senti a garota mais sortuda do mundo. Nós ficamos um pouco, até que eu pedi que fosse algo mais sério.

Eduardo colocou seus limites. Ele sempre foi focado nos seus estudos e tinha como objetivo se formar em Yale.

Com uma promessa de que passaríamos o resto de nossas vidas juntos, eu aceitei dar seu tempo e espaço. Mas, sempre que nos víamos, traçávamos nossos planos.

Era lindo!

Alguns anos depois, a apagada Maria Eduarda sai de seu esconderijo e beija o Eduardo, meu Edu, na frente da escola inteira.

Sair do banheiro e dar de cara com seu quase-futuro-namorado beijando alguém foi sufocante pra mim. Eu fui tirar satisfações e ela me bateu, no rosto.

Eduardo conversou comigo e nada entre nós mudou. Ele me amava, como sempre amou.

Mas o tempo foi passando e ele se distanciando. Uma amizade entre os dois me pegou de surpresa, mas ele continuou afirmando que nossos planos ainda eram primordiais. Sendo assim, resolvi ignorar.

Mas eu fui perdendo o sono, perdendo o apetite, perdendo o desempenho escolar. Mamãe me levou a um médico que me receitou antidepressivos. Comecei a tomar e o Edu jamais soube.

Tudo estava calmo, desde que eu e ele continuássemos como éramos. Mas, mais uma vez, peguei ingressos na primeira fila para o super beijo que ele deu nela.

Corri o mais rápido possível. Precisava tirar aquela dor. O ar já não era suficiente. Mas Eduardo veio até mim, ele ainda se importava, ainda me amava.

Mas ele também a amava.

Quando foi que meu sonho se tornou um pesadelo?

Eduardo escorreu pelos meus dedos como areia. E eu não pude fazer nada. Apenas observar o quanto eles estavam felizes. Mesmo depois da Maria Eduarda me garantir que nada existia entre eles.

Eu sabia que não era verdade.

Algum tempo depois, sem muitos amigos, sem Eduardo, sem planos futuros e com um receituário de tarja preta, eu me sentia uma zumbi. Não há razão para viver assim, há?

Mas o Edu colocou uma cereja no topo de toda minha infelicidade. Ele tinha mesmo que dividir comigo seus pensamentos de amor sobre outra?

Onde estava seu amor por mim?

Era tudo que eu me perguntava enquanto ele contava sobre como pensava em pedi-la em namoro. E eu sorria, porque eu era uma ótima amiga. Uma irmã, como uma vez ele me disse.

Como eu passei de "mulher da minha vida" para "irmã"?

Mas, ao ver o olhar desapontado da Dudinha olhando uma cena que poderia ser a de um clichê de filmes românticos, eu soube que tinha alguma chance.

Meu pesadelo tinha nome duplo e olhos azuis. Eu só precisava descarta-la.

E ela se foi, sem muito esforço, Maria Eduarda se foi e o caminho estava livre. Eduardo e eu retomaríamos de onde paramos.

Mas, aparentemente, a menina levou a alma do meu amor com ela. Ele já não era o mesmo, nem nossa amizade sobreviveu a sua fuga.

Foram meses tentando trazer de volta alguma vida para meu Eduardo. Mas o máximo que consegui foi sua aceitação para me acompanhar ao baile.

Estava tudo perfeito naquela noite. Planejei cada detalhe. Do meu vestido ao fim da noite. Eu devolveria a vida a ele ao entregar-lhe minha virtude.

Porém, Maria Eduarda, meu terrível pesadelo, apareceu novamente. E ele não ignorou. Pareceu que ele finalmente tinha acordado de seus devaneios e estava ali novamente.

Só que as coisas não saíram como eu imaginei que seriam entre eles. Edu voltou bravo. Mas pelo menos era alguma emoção. E eu sabia o que tinha que fazer. Ele tinha que partir o coração dela, por vontade própria. Assim, ambos se odiariam e eu retomaria meu sonho.

Tudo foi conforme o combinado e Duda saiu de lá aos prantos. Eu só vi de relance, pois, no exato momento de sua segunda fuga, eu estava dançando com o par dela: Bruno!

— Você parece um anjinho, sabia? - Bruno sussurrou no meu ouvido aquela noite.

— É porque eu sou um. Mas é um segredo. - Brinquei.

— Tudo bem, anjinha. Eu sei guardar segredo, mas isso tem um custo.

Ele me puxou para um canto mais escuro e me beijou. Tudo passou em câmera lenta para mim. Minhas pernas bambearam e, quando abri meus olhos, os dele ainda estavam fechados. Aproveitei e corri dali, me sentindo uma adúltera. Como eu pude trair o Eduardo, meu futuro marido, assim?

O baile acabou pra mim, acabou pra Maria Eduarda e acabou para o Edu. A noite não foi como nenhum de nós planejou, mas, no final, eu tive algum resultado positivo.

Apesar disso, Eduardo não me deu muitas chances de reconquista-lo. Aliás, não me deu nenhuma. E, em pouco tempo, se foi para os Estados Unidos.

Eu não consegui seguir em frente, mesmo tendo passado para UCL (University College London), em Londres.

Eu queria ir para onde Eduardo estava. Meus planos não faziam sentido sem ele. Então manipulei uma situação toda para morar com o Eduardo. Era questão de pouco tempo, mas o suficiente para que ele entendesse que seu futuro era ao meu lado. Sem Maria Eduarda e em outro país, apenas comigo como sua única opção, nada nos impediria de continuarmos de onde paramos.

Mas eu a vi, Maria Eduarda também estava em Yale. Só que não era mais a mesma. Ela era uma bêbada, que dava trabalho aos amigos e isso sobrou pra mim também.

Eu imaginava que o Eduardo jamais a olharia de novo depois que ela praticamente vomitou nele, mas não. Isso o atraiu ainda mais.

Só que ele era meu. Ele sempre foi meu. Nós morávamos juntos. E eu não permitiria que outra pessoa viesse estragar meu "casamento".

Então eu assustei a menina. Fiz brincadeirinhas e, ao mesmo tempo, tentei abrir os olhos do Eduardo para ver quem ela era de verdade. E eu consegui. Eu tirei a garota de uma vez por todas.

Mas eu percebi que não era o suficiente. Eu precisava mostrar pra ele que estava ao seu lado cem por cento, e de corpo e alma. Só que ele entendeu errado.

Porém eu não desisti. Continuei tentando, até que ele me internou aqui, com aprovação dos meus pais."

Agatha ouviu toda a história e por fim me disse:

— Em que momento você deixou de tomar sua medicação?

— Como sabe que eu fiz isso? - Ela era alguma vidente por acaso?!

— Garota, você não é louca, psicopata e muito menos depressiva. Você passou por uma desilusão amorosa e sofreu isso intensamente. Um diagnóstico errado desencadeou uma série de problemas na sua vida.

— Explica isso para o Eduardo. Ele vai entender, se sentir culpado e nunca mais me deixar.

Era um raciocínio perfeito, a desculpa perfeita. Tudo que eu precisava pra sair dali e fisgar o Eduardo novamente. Só que eu precisava da ajuda da Agatha, minha amiga.

— Não, querida. Não se trata mais do Eduardo ou da Maria Eduarda. Agora você vai viver a sua própria história.

Agora você vai viver a sua própria história

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Oi gente,

Pedido de uma autora que ama seus personagens: Deem uma chance a Júlia. Vocês vão se apaixonar.

Adicionem as suas listas de leitura e deixem as estrelinhas. Vai rolar muita coisa por aqui.

Amo vocês.

Beijos, S. ?

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