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Que o Funeral me Inocente

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Aurora Azevedo
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Resumo

O volume de transições bateu o recorde de 1 milhão quando eu vomitei sangue por ter bebido demais. — Ela fingiu vomitar sangue só para aumentar visualizações e vender mais. — Anderson, meu namorado, disse para a câmara no momento em que Miguel, meu irmão mais novo, deu um tapa no meu rosto. Sofri uma enorme violência cibernética por causa disso. Até houve pessoas que vieram à minha casa com a intenção de jogar ácido sulfúrico em mim. Mas ninguém sabia que eu estava na fase terminal do câncer de fígado. Quando eu morri no live mais tarde, o número de espectadores superou 10 milhões. Miguel e Anderson, por sua vez, correram para o hospital a ponto de quebrar suas pernas.

Castigar um ex-companheiro malvado Vingança / Derrotar oponente humilhanteFlor de lótus

Capítulo 1 Traída por todos

Perdi o controle e vomitei sangue na tela, talvez porque estava bebendo com o estômago vazio. O volume de transições no live ultrapassou 1 milhão em um instante.

— Quer morrer para vender seu álcool? Eu compro! Não beba mais! — Gritou um espectador.

Olhe, sempre há boas pessoas no mundo.

Eu estava feliz por conseguir tantos pedidos, pois somente o dinheiro suficiente me garantiria um funeral ideal.

Quando estava prestes a expressar o agradecimento, levei um tapa e caí no chão. Meus ouvidos estavam zumbindo, com meus olhos deslumbrados. Eu pensava que morreria na hora.

— É para vender que ela fingiu vomitar sangue! — Soou a voz de Anderson Santos, meu namorado.

Levantei a cabeça e vi o rosto desdenhoso dele, além de um olhar indiferente e furioso vindo de Miguel, que acabou de me esbofetear.

— Isso mesmo. Não comprem! Ela é golpista. Vão ao live de Luna, cujos produtos são baratos e não falsificados! — disseram eles com um tom implacável.

Eu ri. Enquanto eu estava vomitando sangue aqui, eles correram para fazer propaganda para Luna.

— Não sou golpista! — Soltei uma voz com os dentes cerrados, aguentando a dor aguda no fígado.

Mas a tendência no live já mudou. Vieram os pedidos de reembolso um após outro e as palavras simpáticas foram substituídas pelas maldições. Meu live foi bloqueado devido ao grande número de transações e reembolsos no curto tempo. Meu funeral ideal também se tornou em vão.

“Luna, você conseguiu. Como esperado, qualquer coisa que eu queria não daria certo.” Pensei, observei o que estava acontecendo ao meu redor e não havia nada que eu pudesse fazer a respeito.

— Limpe rápido o sangue falso que vomitou! Sujou a casa. Que nojo! — disse Miguel Azevedo, meu irmão mais novo, cheio de repulsa.

Anderson também não se importava nada com minha vida. No ponto de vista dele, tudo era um drama meu.

— Aurora, o pai de Luna está doente e precisa mais dinheiro do que você. Já que você insiste em disputar com ela, não nos culpe por ficar cruéis! — As palavras de Anderson não continham o menor amor, mas estavam cheias de um senso de justiça ridículo.

Este homem na minha frente, com quem me amava há 5 anos e quase me casei, optou pelo lado da minha amiga, me considerando inimigo. Vomitei mais um bocado de sangue depois que eles foram embora batendo violentamente a porta. Tudo no alcance da minha visão era um vermelho chocante.

— Você não tem família? — Perguntou o médico com as sobrancelhas franzidas quando fui diagnosticada com câncer de fígado há dois meses.

— São todos mortos. — Quebrei um bombom com os dentes e abanei levemente a cabeça.

O médico pensava que eu estava brincando, mas eu sabia que não havia diferença, seja se minha família estivesse viva ou morta. Minha melhor amiga fez sexo com meu irmão mais novo e meu namorado em um só dia. E depois, ela disse a minha mãe com o intuito de se tornar sua filha obediente, porque eu era uma mulher ruim que vendia coisas falsificadas para ganhar dinheiro e ainda queria matá-la.

Como resultado, todos acreditaram nela.

— Sua doença é grave e deve informar sua família. Se houver possibilidade de cirurgia, também é precisa a assinatura de alguém deles. É câncer de fígado, mas se a transplantação der certo, poderá ainda prolongar sua vida — disse atentamente o médico.

Uma mensagem soou. Dei uma olhada no celular, onde minha mãe enviou uma frase:

[Hoje é o aniversário da morte de Luíz, seu irmão mais velho. É melhor você morrer fora de casa e nunca mais voltar!]

O bombom mordido fez um ferimento na minha boca, que era fino mas muito dolorido.

OK, querida mamãe, será como você deseja. Afinal, sou uma mulher maldosa nos olhos de todos. Mesmo que soubessem que estava doente, me olhariam com mais repulsa, pregando o quão nojenta era eu e o quão maravilhosa era Luna. Talvez eles só acreditassem na verdade até que eu morresse.

— Você tem câncer? KKK, você merece! Quer usar o câncer em troca da simpatia de sua família? Vou deixar você saber o que é perder tudo o que quer! — Disse Luna, que apareceu no meu quarto no meu aniversário, abanando meu diagnóstico que tinha sido escondido por mim.