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Capítulo 2

Por outro lado, a vários quilômetros de distância da residência de Enzo, havia uma cabana isolada na floresta perto do lago. Uma jovem morava lá com seu padrasto, um viúvo que havia se refugiado no álcool após a morte de sua esposa há dez anos. Durante esse tempo, a jovem suportou os abusos do padrasto, tornando-se sua vítima sem poder fazer nada a respeito. Ela estava presa em uma vida miserável e escravizada.

Como se isso não bastasse, o padrasto tinha muitas dívidas a pagar e decidiu oferecer Celine como esposa a um dos filhos de seus agiotas, independentemente do fato de ele ser vinte anos mais velho que ela.

-Por favor, não faça isso comigo! -Celine implorou em lágrimas. Encontrarei o dinheiro e pagarei cada centavo que você deve, mas não deixe aquele homem me levar com ele.

Celine se virou para o padrasto quando o viu entrar na sala, depois de dispensar o penhorista que estava ali há alguns minutos para fechar o negócio.

-Não comece... Já decidimos, não pense em estragar nada, sua garota ingrata.... -ela gaguejou enquanto tentava se levantar, mas mal conseguia controlar o próprio corpo.

-Por que está fazendo isso comigo? Não quero me casar com esse homem, não o conheço", começou a dizer a jovem, com medo de como seria sua vida. Por favor, Malcom, não faça isso....

Ela tentou agarrar o braço do padrasto, mas ele se afastou enquanto se segurava na mesa para se equilibrar. Seus olhos vermelhos indicavam que ele estava bêbado e que falar com ele seria uma perda de tempo.

Ele não a ouvia. A frieza em seu olhar a paralisou.

-Você pagará cada centavo? -Você se acha melhor do que eu, que sou inútil e não posso pagar a dívida?

-Não, não. Eu só quero ajudar. Deve haver outra solução para pagar a dívida...

-Não há... T-tempo. Você não ouviu o que aqueles... bastardos disseram? -Eles me matarão se eu não lhes der o dinheiro em duas semanas! Como você conseguirá o dinheiro em tão pouco tempo, hein?

Celine engoliu o nó na garganta e começou a contar o plano que tinha em mente. Mas não haveria tempo suficiente para executá-lo.

-Eu vou buscá-lo. Irei à cidade e voltarei com o dinheiro. Encontrarei uma casa e nos mudaremos daqui....

Ao ouvir isso, seu padrasto se lançou contra ela com raiva. Ele apertou o antebraço dela com força, provocando um gemido de dor.

-Você só quer fugir de mim! -Mas eu nunca deixarei você ir.... O que eu disser será feito, está me entendendo? -Ele murmurou, afrouxando o aperto de mão: "Então, pare com essa besteira e vá preparar o jantar!

Ele se afastou dela e foi para o quarto, onde se trancou, afogando suas mágoas no álcool.

Um soluço escapou de Celine, mas ela abafou o choro com as mãos para não fazer barulho. Se o padrasto a ouvisse chorando, ele não hesitaria em sair e bater nela. Ela mordeu o lábio inferior para abafar as lágrimas e começou a preparar o jantar. Quando ficou pronto, ele serviu a melhor porção de carne ao padrasto e ela só tinha metade de um pãozinho no armário, mas mal deu uma mordida na comida. Ela havia perdido o apetite.

Depois de algum tempo, seu padrasto estava dormindo, após ter tomado toda a garrafa de álcool. Ele estava deitado de costas na cama enquanto a brisa fria inundava o quarto sombrio. Celine se arrastou pelo quarto para fechar as cortinas, mas o som de um carro ao longe chamou sua atenção. Era raro alguém dirigir por aquele atalho; na verdade, a maioria preferia a estrada principal.

Intrigada, ela saiu do quarto e, com cuidado para não fazer barulho, abriu a porta da cabine, que felizmente não estava trancada. Seu padrasto havia se esquecido de trancar a porta. Naquele momento, uma ideia começou a se agitar em sua cabeça. Ela tinha que sair dali antes que acabasse como prisioneira dele e nunca mais saísse da cabana.

Essa era a sua chance de escapar! pensou Celine, enquanto corria em direção à estrada deserta.

Ela mal teve tempo de pegar um casaco surrado que cobria um pouco de seu corpo. Ela andava apressadamente e virava a cabeça para todos os lados, olhando com medo na direção da cabana, imaginando que a qualquer momento seu padrasto poderia acordar e perceber sua ausência. Ela precisava chegar ao carro antes que fosse tarde demais para fugir de casa.

Eu não sabia o que estava fazendo, mas qualquer coisa era melhor do que ficar naquele lugar.

Enquanto isso, Enzo não havia notado o enorme buraco que não havia conseguido evitar e agora o pneu de seu carro estava completamente enterrado. Ele decidiu pedir ajuda a um de seus funcionários mais leais, seu motorista e também seu melhor amigo, que o protegia o tempo todo de seu pai. Mas, naquela noite, infelizmente, George não atendeu suas ligações.

-Atenda, George, por favor! - ele murmurou para si mesmo, à beira do desespero.

Ele se arrependeu de ter pego o atalho que economizava tempo no caminho para a residência, mas não tinha escolha. Seu pai havia instalado um rastreador no carro de Enzo para acompanhar os lugares que ele visitava. No entanto, Enzo descobriu rapidamente o rastreador e o descartou. Ele não permitiria que o pai o monitorasse em tudo o que ele fazia. Ele era um adulto e tinha o direito de tomar suas próprias decisões. Foi por isso que ele foi para essa residência longe da cidade. Era um bom lugar para pensar e ter um pouco de paz em meio ao caos que era sua vida ultimamente.

Apoiando a cabeça no volante, ele exalou profundamente, sem saber o que fazer naquele momento. De repente, uma figura emergiu da escuridão, assustando Enzo. Era uma jovem de pele branca como a neve, com longos cabelos avermelhados. À primeira vista, ela parecia mais jovem do que ele.

Enzo se perguntou por que ela estava ali - o que uma garota estava fazendo sozinha no meio do nada?

Por outro lado, sua altura imponente intimidou um pouco a jovem Celine, mas essa sensação logo desapareceu quando seus olhares se encontraram. Embora a escuridão tornasse difícil distinguir claramente as feições masculinas de Enzo, Celine podia ver os cativantes olhos cinzentos profundos que a observavam com uma intrigante mistura de curiosidade e desconfiança.

-Ei, senhor...", sussurrou Celine com a voz trêmula. -Celine sussurrou com a voz trêmula: "Você poderia me levar para a cidade, por favor?

Franzindo a testa, Enzo olhou com cautela para a ruiva. Ele sentiu medo em seu olhar e algo lhe dizia que ela estava em perigo. Todo o corpo dela parecia tenso.

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