Resumo
Elizabete Carvarelo, programadora de jogos, decide ser mãe solteira devido a problemas familiares, incluindo o casamento de sua irmã. Concilia sua carreira com a gravidez durante dois anos e muda-se para outra cidade quando seu filho, Miguel, completa dois meses. Henrique Brás Kelon, um empresário de tecnologia, busca produtos tecnológicos lucrativos para sua empresa. Elizabete conhece Caleb, sem saber que ele é o pai de Henrique. Após desentendimentos iniciais, eles se unem. Quando Henrique deseja investir no jogo de Elizabete, que é negado devido a problemas de direitos autorais. Caleb, experiente na indústria, desconfia que o jogo pertence a Elizabete e a aborda. Elizabete inicia uma investigação e descobre que seu jogo foi enviado a várias pessoas, colocando em risco seus direitos autorais. Para proteger seu projeto, ela concorda em colaborar com Henrique, impondo condições específicas. À medida que trabalham juntos, sentimentos surgem, mas ambos resistem devido a traumas passados e orgulho. Miguel, filho de Elizabete, torna-se um escudo para ocultar esses sentimentos, enquanto a paternidade do menino é questionada por Henrique. Enfrentando desafios na empresa e pessoais, a história revela o conflito entre trabalho e vida pessoal, enquanto os personagens lutam para aceitar o amor. No final, a verdadeira paternidade de Miguel se torna crucial para que eles aceitem ou neguem seus sentimentos. "Em 'A Programadora e o Empresário', somos envolvidos por uma trama intricada de decisões audaciosas, complexas relações e segredos profundos. Elizabete, decidida a desafiar convenções, opta por se tornar mãe independente através da inseminação artificial. Com seu filho Miguel completando dois meses, ela inicia uma nova jornada ao mudar para outra cidade, dedicando-se ao bebê. No mundo dos negócios e tecnologia, Henrique, um visionário empresário, depara-se com a demo de 'Meu IA', um intrigante jogo. Determinado a adquirir os direitos, entra em conflito com Elizabete, sem perceber que ela é a programadora. A história entrelaça seus destinos e revela conexões surpreendentes. Caleb, pai de Henrique e afastado da presidência por saúde, forma laços com Elizabete e Miguel, vislumbrando oportunidades. Um segredo profundo lança sombras sobre decisões passadas e motivações ocultas. Conforme a trama avança, segredos emergem, incluindo um mistério sobre a paternidade de Miguel. Personagens confrontam crenças e desejos. 'A Programadora e o Empresário' é uma história de desafios, descobertas, amor e verdade que transformam vidas."
Capítulo 01 Elizabete:
Assim que Elizabete pousou, acompanhada de seu filho nos braços, sua primeira tarefa foi localizar sua bagagem. Depois de organizar o carrinho e verificar que tudo estava em ordem, pegou o telefone e discou o número de sua irmã.
"Chegamos bem. Ele dormiu durante todo o voo, não tive nenhum problema", compartilhou com um sorriso de alívio.
A voz de sua irmã soou preocupada do outro lado da linha. "Não hesite em me ligar se precisar de alguma coisa. Ainda não entendo por que precisava se afastar tanto. Eu poderia ter ajudado muito aqui."
"Vai dar tudo certo, você vai ver. Planejei e preparei tudo nos últimos dois anos. Assim que estivermos instalados em casa, falaremos novamente", concluiu Elizabete, desligando o telefone.
Enquanto procurava pela pessoa que contratara para buscá-la no aeroporto, Elizabete avistou um senhor segurando uma placa com seu nome. Ela se aproximou dele e estendeu a mão.
"O senhor é o Pedro? Sou a Elizabete", cumprimentou ela, tentando aliviar a formalidade.
"Bem-vinda, senhora! Ele a cumprimentou formalmente.
"Chame-me apenas de Elizabete. Minha bagagem está pronta, se puder me ajudar, podemos seguir", apressou-se ela, indicando o carrinho com as malas. Pedro assentiu e conduziu as bagagens em direção à saída.
"Não estava ciente da presença da criança, então não trouxe a cadeira de bebê", explicou Pedro, visivelmente desconfortável.
"Não tem problema. Ele está dormindo, vou segurá-lo no colo. Arranjarei tudo o que for necessário posteriormente. Além disso, a casa não fica muito longe", tranquilizou Elizabete, ajeitando seu filho em seu colo e respirando o ar fresco ao sair do aeroporto.
Antes de guardar as malas no porta-malas, Pedro abriu a porta do carro para que Elizabete pudesse esperar dentro.
Enquanto olhava com carinho para seu filho, Elizabete murmurou, "Meu amor, quero que seus primeiros anos sejam vividos em um lugar sereno." O bebê se mexeu em seu sono, indicando que acordaria em breve. Elizabete pegou sua bolsa e preparou a mamadeira.
Pedro entrou no carro e dirigiu seu olhar preocupado para Elizabete. "Talvez seja melhor esperar um pouco antes de partirmos. O movimento do carro pode atrapalhá-lo enquanto se alimenta."
"Está tudo bem, podemos seguir. Ele costuma se mexer um pouco antes de acordar. Só peguei a mamadeira por precaução, pois ele dormiu durante todo o voo", explicou Elizabete. Pedro assentiu e começou a dirigir em direção ao endereço que ela havia fornecido. O trajeto foi curto, e logo eles chegaram à casa.
"Permita-me levar as malas, a senhora pode entrar primeiro", ofereceu Pedro. Elizabete saiu do carro e apreciou a paisagem. A casa ficava próxima à praia e ao parque, e ela ficou encantada com a vista e o local.
Aninhada com carinho à beira-mar, a casa erguia-se com solidez, construída habilmente com pedras da região. Cada pedra encaixada com precisão, como se contasse histórias antigas da terra e do mar. Suas paredes robustas exalavam uma sensação de proteção e durabilidade, resistindo ao tempo e às intempéries com graça inabalável.
As janelas estrategicamente posicionadas eram como quadros naturais, enquadrando a vista panorâmica das águas que se estendiam até o horizonte. A luz suave do sol penetrava através das aberturas, preenchendo o interior com um brilho dourado e uma atmosfera acolhedora.
Um pátio frontal de pedra convidava a um momento de serenidade. Cadeiras rústicas, esculpidas em madeira envelhecida, proporcionavam um assento confortável para apreciar a cena tranquila. O som das ondas acariciando a praia criava uma sinfonia suave, enquanto a brisa salgada envolvia os sentidos em uma carícia suave.
Do outro lado da rua, um parque infantil de madeira despretensioso convidava à diversão. Balanços de corda oscilavam suavemente no ar, um escorregador de madeira deslizava com risos contagiantes e um pequeno campo de areia oferecia um espaço para a imaginação florescer.
A harmonia entre a solidez da casa de pedra e a leveza do parque de madeira era um contraste encantador. Era um lugar onde a natureza e a comunidade se entrelaçavam de maneira harmoniosa. A casa, com sua estrutura robusta, transmitia uma sensação de segurança e enraizamento. O parque, por sua vez, lembrava a todos sobre a alegria simples de brincar e compartilhar momentos. Juntos, eles formavam um quadro de equilíbrio e serenidade, convidando todos a se perder na magia deste santuário à beira-mar, onde a beleza e a simplicidade andavam de mãos dadas.
"Senhora, onde devo colocar a bagagem?" perguntou Pedro, percebendo que Elizabete estava admirando a vista.
"Coloque na sala, depois eu organizo tudo no lugar", respondeu Elizabete, dirigindo-se para a entrada. Pedro esperou pacientemente que ela abrisse a porta antes de levar toda a bagagem para dentro.
"Pedro, você poderia dirigir para mim durante a próxima semana? Ainda não conheço bem a cidade e preciso comprar algumas coisas", solicitou ela.
"Claro, você logo vai se adaptar. A cidade é próspera, embora seja pequena", disse ele, sorrindo.
"Foi exatamente isso que me atraiu para este lugar. Uma cidade pequena, mas progressista", comentou Elizabete, percebendo que seu filho havia acordado. Ela sentou-se para alimentá-lo.
"Me diga o que você precisa, e eu posso planejar um itinerário para nós. Assim, economizamos tempo e não cansamos muito o seu filho", sugeriu Pedro.
"Eu preciso comprar algumas coisas para o Miguel, como um carrinho de bebê e um assento de segurança para o carro. Vou fazer uma lista. Mas hoje eu tenho o que preciso. A viagem foi cansativa. Amanhã, podemos pensar em sair para fazer compras", respondeu Elizabete.
"Está bem, aqui está o meu número de telefone. Se precisar de alguma coisa, é só ligar", ofereceu Pedro.
"Ótimo, obrigada por aceitar o meu pedido", agradeceu Elizabete. Ela terminou de alimentar Miguel e o pegou para fazer arrotar.
"Por hoje é só isso. Vou acomodar Miguel e amanhã vou precisar dos seus serviços. Só não precisa vir muito cedo. Pode chegar por volta das 10:00 horas", instruiu ela.
"Está certo, estarei aqui, no horário combinado", respondeu Pedro, despedindo-se. Elizabete ficou sozinha com Miguel, trocou a fralda dele e o colocou sobre a cama, cobrindo-o com uma manta. Em seguida, ela foi buscar a bagagem na sala e a levou para arrumar no quarto.
Enquanto organizava as coisas, Elizabete compartilhava suas palavras carinhosas com seu filho. "Mamãe está organizando tudo aqui, e depois vamos tomar um banho refrescante. Poderemos dar um passeio, quem sabe comprar algo gostoso para a mamãe comer, afinal ela precisa se alimentar." Murmurava com doçura, como se Miguel entendesse cada palavra. Com seus tenros 2 meses, Miguel parecia se agitar alegremente ao som da voz reconfortante de sua mãe.
Após cuidadosamente arrumar as roupas, Elizabete separou uma camiseta confortável e um jeans, bem como as roupinhas de Miguel. Depois do banho revigorante, ela saiu de casa com o bebê aconchegado em seus braços, direcionando-se ao encantador parquinho infantil nas proximidades. Observando uma pitoresca opção para refeição, ela seguiu até um acolhedor restaurante e fez um pedido para satisfazer sua fome.
Depois de saborear sua refeição, Elizabete voltou para casa, levando consigo uma sensação de contentamento após o almoço. Com Miguel agora descansando confortavelmente, ela se aconchegou na cama, enviando uma mensagem rápida para sua irmã para tranquilizá-la antes de um descanso merecido. Envolvendo Miguel em seus braços, a mãe exausta logo se entregou ao sono, deixando-se levar pela serenidade enquanto abraçava o calor e a ternura do seu pequeno tesouro.
Em um edifício localizado não muito longe da residência de Elizabete, um homem exibia seu descontentamento aos seguranças presentes em seu escritório. Sua voz ecoava em um tom furioso enquanto expressava sua frustração. "Estou cercado por um bando de incompetentes! Como é possível que meu pai tenha saído e ninguém tenha notado para onde ele foi?" Suas palavras eram quase um rugido de raiva, e ele pressionava os números do telefone do pai com impaciência, apenas para ser recebido pela caixa postal.
Os seguranças compartilhavam olhares repletos de apreensão, conscientes de que estavam diante de Henrique, o presidente da empresa de seu pai. Henrique era conhecido por sua personalidade forte e temperamento intenso, e todos em sua volta, temiam o seu gênio impiedoso. Seu modo frio e agressivo emanava uma aura intimidante, fazendo com que aqueles ao seu redor se sentissem diminuídos.
A tensão já havia sido elevada entre Henrique e seu pai em uma discussão anterior. Caleb, seu pai, saíra furioso e declarara que precisava ir ao banheiro, mas seu sumiço repentino levou o segurança a procurá-lo. Entretanto, após uma busca infrutífera pelo prédio, a confusão se intensificou quando a ausência de Caleb foi comunicada a Henrique.
Desaparecendo sorrateiramente, Caleb havia escapado do alcance de todos os olhares. Ele estava cansado das brigas com o filho. Com o rosto oculto, Caleb saiu discretamente pela entrada destinada aos funcionários e dirigiu-se à praia em busca de um momento de tranquilidade. Henrique era seu único herdeiro, mas a relação entre eles era marcada por complexidades. Caleb ansiava por ver o filho casado e formando uma família, enquanto Henrique resistia, rejeitando qualquer envolvimento emocional.
"Quero que todos investiguem cada canto! Ninguém desaparece assim sem deixar rastros. Alguém deve tê-lo visto saindo", Henrique vociferava, a intensidade de sua voz ecoando ainda mais alta na sala. Com as ordens dadas, todos rapidamente se apressaram para buscar Caleb.
Desconcertado, Henrique dirigiu-se à sala de monitoramento. Após minuciosa análise das imagens, ficou claro que seu pai sequer havia entrado no banheiro. A busca para encontrar o momento de sua saída do edifício permanecia sem sucesso. Nervosamente, Henrique retornou a seu escritório, onde se viu à espera de notícias enquanto persistentemente discava para o número de seu pai, apenas para se deparar com um telefone desligado. A angústia de Henrique crescia com cada segundo de silêncio e incerteza.