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A ex-namorada dele

Lohan passou o restante da aula com uma expressão séria, respondendo curtamente e evitando me olhar.

"Será que fiz algo?" questionei a mim mesma. Ao final da aula, sua voz cortou o silêncio: "Senhorita Cooper, permaneça na sala."

"O que você fez agora?" Rose perguntou, mas eu apenas a encarei, confusa com a situação.

Assim que todos saíram, me aproximei da mesa de Lohan e ele colocou um papel sobre ela.

"Pode me explicar isso, senhorita Cooper?"

Peguei o bilhete e li:

"Obrigada por ontem!" Pela expressão dele, pensei que fosse algo grave, mas era apenas um agradecimento.

“Por que fez isso?” Perguntou sério, enquanto me encarava.

"Desculpe desapontá-lo, mas não fui eu! Sou grata pelo que fez, mas não enviei nenhum bilhete." Respondi, já perdendo a paciência.

"Se não foi você, quem foi?"

"Não sei quem foi, mas sei que não fui eu!"

me aproximei ainda mais dele, olhando em seus olhos, entregando-lhe o bilhete.

"E outra coisa, se está preocupado que eu tenha algum interesse em você, pode ficar tranquilo... você é o último homem por quem me interessaria, não faz o meu tipo!" Disse, olhando-o dos pés à cabeça.

Sem esperar por uma resposta, saí da sala, sentindo um golpe no meu ego. Ele pode ser meu professor, mas ficar ofendido por pensar que sinto algo por ele é frustrante demais para meu orgulho.

Enquanto trabalho como garçonete em mais uma noite no restaurante, tudo o que consigo pensar é na atitude arrogante de Lohan mais cedo.

"Quem ele pensa que é?" Estou tão furiosa que mal consigo me concentrar. Decidida a tomar uma atitude, vou até o hotel onde ele está hospedado para devolver o dinheiro que me deu.

Ao chegar em frente ao hotel, sinto a raiva aumentar só de pensar em vê-lo novamente. Entro e pergunto por ele na recepção.

"O senhor Lohan Martins está aqui?"

A recepcionista me olha e diz:

"Você deve ser a senhorita que ele está esperando... pode subir!"

Decidida a enfrentá-lo e devolver o dinheiro, subo até o quarto em que ele está hospedado. Bato na porta e escuto ele me chamando para entrar, sua surpresa ao me ver é evidente.

"O quê? achou que eu fosse a prostituta que estava esperando?" confronto.

Ele parece confuso e pergunta:

"O que está fazendo aqui? Como conseguiu subir?"

"A recepcionista achou que eu fosse a prostituta que você chamou.” Respondi com sarcasmo.

Não sei por que, mas dizer isso só aumenta minha raiva.

"Que prostituta o quê? Você está louca!" Ele nega.

Sem dar chance para mais discussões, jogo o dinheiro sobre ele e me viro para sair.

“Tá louca, mulher!” Ele gritou. Foi a primeira vez que o vi bravo, e naquele momento exato, me arrependi de ter vindo.

"O que acha que está fazendo?" Perguntou ele segurando o meu braço.

"Eu... eu..."

Droga, fiquei tão nervosa que não conseguia formular uma frase sequer.

"Eu o quê, algum gato comeu sua língua?"

Ele perguntou, apertando meu braço ainda mais.

"Me solta!" Disse, puxando meu braço e correndo em direção ao elevador. Seus pés seguiram em minha direção, mas pararam quando ouviu o telefone do hotel tocar.

Em frente ao elevador apertei todos os botões, mas nenhum fez a porta abrir.

Finalmente, quando abriu, senti Lohan me puxar e me levar para o seu quarto.

"O que está fazendo?" Perguntei ao vê-lo fechar a porta.

"Já disse que não toco em nenhuma mulher sem permissão, especialmente alunas." Ele disse ao notar o medo em meu rosto.

"Agora preciso que você entre aqui e permaneça em silêncio."

Tudo aconteceu tão rápido que só percebi que estava em um banheiro quando ouvi uma voz feminina falando com ele.

"Quem é ela?" Pensei, entendendo por que ele me colocou ali dentro. Aquela mulher devia ser alguém importante, e ele não queria que ela me visse ao seu lado.

“Quanto tempo, Lohan..." disse a mulher, seu perfume agradável exalando até no banheiro. "O que quer?" Ouvi ele dar alguns passos, então abrir um pouco a porta do banheiro, e os vi.

A mulher estava elegantemente vestida, olhando para ele de uma forma diferente.

"Será que ela gosta dele?" Me perguntei ao vê-la olhando para ele daquela maneira.

"Com certeza ele gosta dela!" Pensei, sentindo uma pontada de desconforto ao perceber a forma que ele a olhava.

"Você sabe por que estou aqui", ela se aproximou dele, mas ele se afastou, indicando que algo havia acontecido entre os dois.

"Diga àquele homem que não quero me envolver com ele", disse ele, com uma expressão enigmática.

"Aquele homem é seu pai! Ele está doente e deseja ver o filho antes de morrer", ela explicou.

"Aquele homem é apenas meu progenitor, sempre me desprezou por ser um filho bastardo", retrucou ele.

"Não diga isso, olhe o que ele tem feito por você... veja o luxo em que vive, é porque ele te ama", ela argumentou apontando para o luxuoso quarto em que Lohan vivia.

"Da mesma forma que você me amava?"

"Lohan... isso foi há muito tempo."

"Eu sei! Meu irmão deve estar feliz por saber que ele casou com a namorada do próprio irmão.” havia ironia em sua voz.

Sentir um certo peso sobre o meu peito ao descobrir um pouco sobre a história de Lohan, e agora entendo por que ele é assim. Fui criada em um lar cheio de amor, e minha mente às vezes se perturba; imagine a dele, que além de ter vivido como um bastardo e sido rejeitado pelo próprio pai, ainda foi trocado pela pessoa que amava e, pior ainda, pelo próprio irmão.

A raiva que estava sentindo por ele se dissipou, mas em compensação, minha raiva se acendeu por ela.

Meu coração acelerou ao vê-la se aproximar dele e perceber que ele cederia a qualquer coisa que ela fizesse. Decidi abrir a porta do banheiro e sair.

"Amor, quando me disse que teria uma conversa calorosa, não sabia que era dessa forma…”

Agora, com os dois olhando para mim, percebi que não foi uma boa ideia ter feito isso.

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