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9- Carolina

Eu passei um mês evitando Christian e essa foi uma das coisas mais difíceis que eu já fiz na minha vida, depois de ter que suportar a morte dos meus pais, mas não sei até quando vou conseguir evitá-lo, eu estou morrendo de vontade de me jogar em seus braços e sentir seus lábios nos meus, eu não devia estar pensando nisso mas eu não consigo deixar de pensar com ele me cercando em todo canto dessa mansão, seus olhares sobre mim me desconcerta e isso me deixa tensa, eu nunca me senti tão vulnerável e indefesa na presença de alguém como me sinto diante de Christian Colliman, é inexplicável o que estou sentindo porque nem eu mesma sei o que está acontecendo comigo, se antes eu estava confusa agora estou ainda mais com esse turbilhão de emoções e sentimentos que se aplacou dentro mim, quando Clarinha está aqui fica mais fácil me ocupar e evitá-lo, mas quando ela não está me sinto perdida sem ter para onde correr das suas aproximações, mas graças a Deus amanhã Clarinha estará de volta para me ajudar a suportar tudo isso.

Me vejo imersa em meus pensamentos quando me assusto com alguém parada na minha frente me encarando com uma cara de quem comeu e não gostou.

— Esthela? Se veio falar com o Sr. Christian ele não está, ainda não chegou do trabalho. — Me levanto encarando a loira aguada a minha frente.

— Eu não vim falar com Christian queridinha, o meu assunto de hoje é com você mesma. — — Diz me encarando com ódio e eu não entendo nada, não fiz nada contra esse macarrão sem molho.

— Pode falar queridinha, eu estou ouvindo. — Uso o mesmo tom de deboche que ela e cruzo os braços vendo ela fecha ainda mais a cara para mim.

— Você é uma empregadinha muito petulante sabia? Eu no lugar de Christian já teria colocado você no olho da rua sua pirralha... Você acha mesmo que eu não percebi o seu interesse para cima do meu marido? Se está achando que vai conseguir se dar bem com ele você se enganou sua golpista interesseira! — Diz autoritária se sentindo a tal mas ela conseguiu me irritar, essa mal amada.

— Em primeiro lugar, Christian não é mais seu marido queridinha, em segundo lugar eu não estou tentando me dar bem em cima de ninguém, porque ao contrário de você eu trabalho para ter o meu próprio dinheiro ao invés de ficar vivendo as custa de uma pensão que não é sua e sim da sua filha, por esse motivo acho que a interesseira e golpista aqui é você, e não eu, eu no seu lugar teria vergonha de aparecer por aqui para fazer um papelão desses, e se está achando que pode fazer o Christian me colocar na rua você pode tentar, eu quero ver você conseguir isso... O mundo não gira ao seu redor minha filha, vê se te enxerga tá bom! — Despejo irritada e dois dos seguranças que estavam na porta se aproximam de nós.

— Eu não vou permitir que você fale assim comigo sua desclassificada! Você vai sair dessa casa sim ou eu não me chamo Esthela Muniz! — Diz avançando na minha direção e um dos seguranças entra na sua frente me deixando frustrada porque eu estou louca para enfiar a mão na cara dessa cretina.

— Deixem ela passar, não segurem ela não, eu quero ver se ela tem coragem de encostar essas mãos nojentas dela em mim, eu vou fazer picadinho dessa loira aguada. — Esbravejo ainda mais irritada e tento me aproximar dela mas o outro segurança também entra na minha frente.

— Eu vou te mostrar quem é a loira aguada sua vagabunda de quinta! Você vai me implorar para ir embora dessa casa sua ordinária! — Esbraveja também se alterando e tento em vão se soltar do segurança que a impede de se aproximar.

— Eu posso saber o que está acontecendo aqui? Você pode me explicar que palhaçada é essa dentro da minha casa Esthela...? Vamos eu estou esperando! — Me assusto ao ouvir a voz alterada de Christian entrando na sala chateado com a situação, e ao mesmo tempo surpreso. Eu não acredito que entrei nessa confusão por causa dele, a que ponto eu cheguei meu Deus!

— Eu que pergunto que palhaçada é essa Christian? Porque você contratou essa fedelha para cuidar da nossa filha? Eu não quero essa garota perto de Ana Clara você está me ouvindo? Eu quero essa garota fora daqui imediatamente! — Diz alterada encarando Christian que força uma gargalhada.

— Você está se esquecendo de um pequeno detalhe Esthela! Essa casa é minha e quem manda aqui sou eu e não você! E minha filha vai ser cuidada por quem eu achar melhor, isso não é você quem decide, já que quem paga pelos cuidados dela sou eu e não você! — Diz ainda mais alterado que antes e ela o encara assustada. — A partir de hoje você está proibida de entrar nessa casa, a menos que seja convidada a entrar. — Diz furioso se aproximando dela que aos poucos recua se afastando dele e eu estou adorando vê-la com o rabinho entre as pernas.

— Você não pode me proibir de entrar aqui por causa dessazinha Christian, eu sou a mãe da sua filha você não pode fazer isso comigo...! Você vai preferir essa vigarista aproveitadora a mim, que sou mãe da sua filha? — Grita fingindo um choro que nem ela mesma vê, Christian tenta se pronunciar mas eu me adianto.

— Eu vou te mostrar quem é a vigarista sua loira falsificada de uma figa! Eu vou rasgar essa sua cara mal esculpida sua desmilinguida dos infernos! — Grito me enfurecendo ainda mais com essa mulher e tento passar pelo segurança mas o mesmo me segura firme em seus braços me impedindo de ir a diante.

— Solta ela Kenay! Não ouse encostar as mãos nela outra vez, você ouviu bem? — Ordena Christian alterado encarando sério o segurança e ele me solta, não entendi essa reação dele com o segurança, o cara só estava fazendo o que foi pago para fazer, que é me defender. — E você! Se acalma por favor, deixa que eu resolvo isso do meu jeito, está bem? — Diz agora me encarando fixamente e eu sustento o seu olhar como há um mês não conseguia fazer.

— Que bonitinho, você está transando com a babá da nossa filha, não é Christian? Bem que eu imaginei por ela estar tão à vontade nessa casa para uma simples babá. — Diz Esthela mais uma vez me insultando essa vaca.

— Se você não tirar essa mulher da minha frente agora, eu juro que arranco a cabeça dela Christian! Eu vou estrangular essa girafa branquela! — Esbravejo me irritando novamente mas me controlo para não voar no pescoço dessa lombriga desidratada.

— Você ouviu Esthela, se você não sair ela vai arrancar a sua cabeça, o que você prefere? Sair por bem ou ter a cabeça arrancada do seu pescoço? — Pergunta Christian em um tom de ironia cruzando os braços deixando a lombriga furiosa e eu não me contenho e deixo escapar um sorriso de vitória.

— Você vai me pagar por isso Christian, eu juro que vocês vão me pagar por isso! — Diz furiosa e sai sendo seguida pelos seguranças.

Não vou negar que me senti muito bem vendo aquela lambisgoia saindo daqui com o rabo entre as pernas, meu sorriso de vitória ainda está em meu rosto até eu perceber que Christian me encara com um pequeno sorriso no rosto, aquele sorriso que me desconcerta completamente. Me viro para sair da sua presença e vou em direção a escada mas antes mesmo que eu chegue nela, sinto sua mão segurar o meu braço.

— Espera Carolina...! Eu preciso conversar com você. — Pede se aproximando mais de mim, tento me afastar mas ele não deixa.

— Eu não tenho nada para conversar com você Christian, aliás, acho melhor você ficar bem longe de mim para essa maluca não inventar de querer me insultar outra vez, ouviu bem...? Com licença, senhor. — Me solto dele irritada e vou na direção da escada começando a subir.

Me apresso para começar a subir mas antes que eu chegue na metade dela sinto ele me segurar pela cintura me colocando contra a parede, me surpreendo com o seu ato que me deixa tensa e ofegante com a sua aproximação, nossos olhos estão conectados mas quando ele desvia para minha boca tento não fazer o mesmo mas foi impossível, meu Deus o que está acontecendo aqui? E porque estou desejando tão desesperadamente beijá-lo? Ele se aproxima mais colando nossos corpos me deixando ainda mais ofegante e excitada por senti-lo tão perto de mim.

— Oque... O que você está fazendo...? — Questiono surpresa e extremamente ofegante ao sentir o seu corpo colado ao meu enquanto aperto com força os meus braços sentindo os seus músculos rígidos.

Ele se aproxima cada vez mais e por um momento penso que vai me beija, mas sinto o seu hálito no meu ouvido e a sua voz rouca sussurrando fazendo o meu corpo todo reagir ao me estremecer em seus braços. Santo Deus, o que significa isso?

— Não fuja de mim Carolina... Por favor não fuja... — Sussurra ainda com aquela voz rouca e beija o meu pescoço fazendo a minha pele queimar de desejo e se arrepiar com a sanção.

— Christian... Por favor... Não... Não podemos... Ahhhh meu Deus... — Sussurro ainda muito ofegante e deixo escapar um gemido ao sentir sua boca mais uma vez na minha pele e suas mãos segurando firme a minha cintura, me puxando ainda mais para si.

— Eu te quero Carolina... Eu estou te desejando como um louco insano... Eu quero você... — Mais uma vez sussurra no meu ouvido chupando o lóbulo da minha orelha, me fazendo soltar um gemido abafado.

— Christian... Óh meu Deus... Ahhhh... — Gemi de olhos fechados sentindo as sensações que sua boca me causa fazendo o meu corpo amolecer feito uma maria-mole.

Tento o empurrar para afastá-lo de mim mas ele não permite, de repente sinto a sua boca devorando a minha com um beijo urgente e no fundo isso era tudo que eu queria, seu beijo é tão maravilhoso que me tira de órbita me fazendo esquecer que tudo isso é errado, que não podemos cometer uma loucura dessas ou a Clarinha vai me odiar pelo resto da vida se eu quebrar a promessa que fiz a ela. Tendo mais uma vez o empurrar para afastá-lo de mim e mais uma vez ele não permite, minhas forças para afastá-lo são mínimas e eu acabo me rendendo a essas sensações tão prazerosa e o beijo com vontade sentindo o seu gosto delicioso que me excita de uma maneira surreal.

Quando o ar nos falta eu acordo para realidade percebendo a loucura que estamos fazendo, e o empurro o afastando de mim o encarando ofegante por alguns segundos e posso ver a surpresa em seu rosto pela minha atitude de empurrá-lo depois de ter me entregado ao beijo.

— Porque fez isso...? Não podemos Christian... Não podemos... — O questiono nervosa por ter permitido que isso acontecesse e subo as escadas correndo sem acreditar que tudo aqui havia mesmo acontecido. Meu Deus eu o beijei!

— Espera Carolina, por favor? — Ouço a sua voz vindo atrás de mim e eu entro correndo no meu quarto fechando porta atrás de mim.

Eu não esperava que ele fizesse aquilo, sei que ele quer alguma coisa comigo porque vive me cercando pelos cantos dessa casa mas ele sabe que não podemos fazer isso. De repente ele entra no meu quarto me encarando e foi impossível não ficar nervosa por me lembrar dos seus beijos, das suas mãos me tocando. Meu Deus porque estou sentindo tudo isso? Porque ainda quero beijá-lo tão desesperadamente como fizemos agora pouco?

— Não fuja de mim outra vez Carolina... Eu sei que você também me quer. — Diz se aproximando de mim e eu tento me afastar mas ele segura o meu braço me puxando para o seu corpo.

— Me solta Christian... Por favor... Não faz mas isso, não podemos. — Minha voz sai em um sussurro e extremamente ofegante, tento me soltar dele mas foi em vão pois ele insiste em não deixar.

— Eu não vou soltar você Carolina... Eu sei que está me evitando por causa daminha filha, não é? Não é por causa de Ana Clara que você está correndo de mim? — Pergunta alternando seus olhares entre minha boca e meus olhos e foi impossível não fazer o mesmo. Mas como ele sabe que estou o evitando por causa de Clarinha? Como ele descobriu isso?

— Mas... Mas como você sabe disso...? Quem te falou isso Christian? Foi a Clarinha? — Pergunto surpresa por ele saber disso.

— Ninguém me contou nada, eu ouvi você e Ana Clara conversando a um mês atrás, e foi depois dessa conversa que você passou a me evitar... Você sabe que eu quero você Carolina, sabe que eu te desejo de uma maneira que chega a ser insuportável pra mim. — Diz segurando firme a minha cintura colando seu corpo ainda mais ao meu, me deixando ainda mais ofegante e desconcertada.

— Não Christian... Eu não posso... Por mais que eu queria muito eu não posso, eu prometi a Clarinha eu... Eu não posso. — Confesso ainda ofegante e encarando a sua boca sentindo o meu corpo estremecer e sei que mais uma vez ele percebeu isso. Mas que droga! Porque estou passando por tudo isso meu Deus? As coisas poderiam ser mais fáceis para mim, mas não é!

— Então você admite que me quer? Você sente algo por mim Carolina? — Pergunta abraçando a minha cintura e acaricia o meu rosto passando o seu polegar pelos meus lábios fazendo a minha vontade de beijá-lo crescer ainda mais. — Você não pode cumprir com essa promessa Carolina, a minha filha é só uma criança ela vai entender se conversamos com ela, por fav... — O interrompo.

— Não Christian...! Eu não posso voltar atrás na minha palavra, a Clarinha é só uma criança mas eu gosto muito dela e não quero decepcioná-la, por favor me entenda e não insista. — Peço nervosa me soltando dele e o mesmo me encara frustrado. — Eu admito que estou muito atraída por você mas... Eu não quero me machucar por uma atração, eu sei que você me quer para satisfazer os seus desejos mas eu não estou nesse mundo para servir de objeto sexual para ninguém, nem mesmo pra você! Por favor não me perturbe mais, não insista mais com isso. — Digo sem conseguir encará-lo porque não era isso que eu queria dizer, mas também não quero ser apenas um brinquedinho para ele.

— Eu só quero que saiba que eu não vejo você como um objeto sexual Carolina, eu não sei o que estou sentindo por você mas, eu sei que não é apenas atração. — Diz de cabeça baixa sem me encarar me pegando de surpresa com a sua confissão. Se você quer assim eu não vou mais insistir... Eu... Eu... Boa noite Carolina. — Diz me encarando visivelmente magoado e sai do meu quarto me deixando arrasada com essa situação.

Não era isso que eu queria porque eu o desejo como nunca desejei outro homem na minha vida, mas eu não posso me envolver com ele pois eu amo a Clarinha e não quero magoá-la, ela pediu que eu não gostasse do pai dela porque tem medo de que eu não goste mais dela e é muito triste uma criança ser rejeitada até mesmo pela própria mãe, e Clarinha passou por tudo isso, eu também não sei o que realmente sinto por Christian, eu gosto muito dele mas gosto mais de Clarinha e não quero perder o seu amor e o carinho que ela sente por mim por dar a ela tudo que a mãe não deu e não dá, eu simplesmente amei essa menina desde o primeiro momento em que a conheci, e para mim o amor dela é mais importante que tudo, eu estou confusa e não sei ao certo o que sinto por Christian, talvez eu tenha me encantado por ele simplesmente pelo fato de ter um homem como ele me desejando, não sei, mas também pode ser o fato dele ser pai de Clarinha e estar me ajudando a pedido do meu pai, mas também pode ser pelo fato de desejá-lo loucamente. "Mas que droga! O que sinto por esse homem meu Deus? Será que eu estou me apaixonando por ele? Não, claro que não, eu não posso e não devo me apaixonar por ele, definitivamente isso é impossível"

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