5 - Contra e a Favor
- Sua vida parece agitada... Elsie Davis. - Sua voz rouca realmente causa calafrios em toda parte do meu corpo, ainda mais quando é bem ao pé do meu ouvido. Virei para encarar seu rosto de frente e pela primeira vez o vejo de perto. - Sou Jae.
- Você já sabe quem eu sou. – Dispensei as apresentações e ele confirmou.
- E o que esconde debaixo dessas roupas... - ele me olhou dos pés a cabeça - tão longas.
- O que você quer? – Fui direta.
- Nada. - Ele sorriu, e que sorriso maravilhoso, arrumou o cabelo para trás jogando charme para todos os lados que podia. - Você e Mattie namoram?
- Não.
- Mas já namoraram? Isso é notório.
- Você gosta de observar as pessoas pelo visto - Jae se encosta na parede me olhando outra vez dos pés a cabeça. – Isso é loucura, não acha? Meio obsceno e safado.
- Você conhece bem o significado dessa palavra. – Me provocou. E apesar de eu querer rebater, eu não estou em condições de fazer nada, me sinto exposta e seja lá qualquer argumento que eu disser, ele vai rebater com a noite passada.
- Você é doente por acaso?
- Não. Mas eu não vou virar a cara quando vejo pela janela uma garota nua vestindo uma calcinha sexy e escondendo os seios tão belos. Nem vou embora quando escuto gemidos do meu quarto, desço e vejo uma mulher gozando no sofá da minha mãe.
- Eu... - Abaixei a cabeça, estava tão vermelha, já nem sei o que pensar de mim e dos meus atos. - Eu não sabia que tinha… que estava... Que já tinha voltado... Eu…
- Entendi. Você não sabia que tinha alguém na casa que seu amante noturno te levou, eu entendo, compreendo. - Ergui a cabeça - Se você não tiver nada com ele mesmo... Podemos sair? - Arregalei meus olhos sem entender metade do que estava rolando - Ou você sente alguma coisa por ele? Quer ficar com ele de novo? – Corei mais ainda – então você sente alguma coisa por ele ainda?
- Não sinto nada. - Claro que não sinto, Mattie é passado... De ontem à noite.
- Ontem você sentiu, e sentiu muito até gritou, disse que ele era gosto-
- Ontem... Foi ontem, - O interrompi - e não sei se quero sair com você, mal te conheço. - Dei as costas, não posso sair com esse cara, puta merda.
- Então vamos assistir um filme juntos, no sofá onde você gozou.
Parei de andar assim que sua fala parou. Poucas pessoas estavam passando e talvez tenham ouvido. Respirei fundo me virando na direção daquele ser humano e vi se aproximar com as mãos no bolso e um sorriso safado.
- Que tal?
- O que você quer?
- É melhor você nem saber. - ele olhava para meus peitos e subiu o olhar apenas quando terminou de falar - não estou te chantageando não, está bom? Você sai comigo se quiser, mas te garanto uma coisa... - ele me sorriu chegando os lábios ao meu ouvido - Você gritaria meu nome mais alto quando gozasse sujando não apenas o meu lençol, como a minha cama inteira depois de eu te foder por trás sabendo explicitamente que estou entrando e saindo com uma mocinha do bem que logo, logo se tornará do mal... Isso se já não for o suficiente para aceitar uma foda sem compromisso e com certeza uma das melhores da sua vida. - Ele passou por mim de uma vez ainda me escorando.
Ouvi o sinal bater, mas as minhas pernas não saíram do lugar.
Estou em choque e excitada, o tom da sua voz me deixa plena. Não acredito que estou pensando na possibilidade de pensar e analisar seu convite.
Que merda!
Mil vezes merda.
*
Estudar para mim nunca foi tão difícil quanto estava sendo para mim nesta manhã. Desde o momento em que esbarrada por várias pessoas no corredor enquanto ainda engolia as palavras de Jae Shimith, eu já não sabia onde estava o meu raciocínio ou a minha razão de viver. Ao invés de estudar como uma condenada para passar de semestre com honra eu estou olhando para meu caderno e decidindo que roupa usaria para sair com Jae. E claro, olhando também a lista dos contras e dos á favor que são mais.
Á favor:
1 - Ele é bonito.
2 - Me propôs sexo bom e sem compromisso.
3 - Ele já me viu nua.
4 - Ele já me viu gozando.
5 - Sua voz faz meu íntimo pulsar.
Parece que tem mais do que achei que tivesse e não estou com vergonha de porra nenhuma. Eu poderia sair tranquilamente com aquele homem e não me preocupar com o amanhã. Já não sei onde estou com a cabeça, até ontem não tinha dormido com ninguém além de Mattie e meu brinquedo especial e agora me aparece um gato charmoso com um sorriso lindo me prometendo prazer depois de me ver nua, me ver gozar e me convida pra fazer mais sexo? Eu até quero mais, ontem foi maravilhoso, ainda sinto aquela formigação, vontade de foder daquele jeito. Tão selvagem e espontâneo, em que quarto agora sem ninguém ao meu redor, de porta trancada e gemidos mais baixos.
E os contras:
1 - Jae e Mattie são amigos.
Puta merda. Mattie pode enlouquecer ou sequer ligar. Nós não temos nada então não tem motivos para falar alguma coisa. Transamos de novo e como ele mesmo disse, seria algo sem compromisso, para lembrar-se dos velhos tempos e foi, passou, já era. Isso não seria nada anormal da minha parte ou seria?
Sai da faculdade com medo de encontrar-me com Jae por isso fui embora rápido. Desci do ônibus na frente de casa e estranhei meu pai ainda está em casa, já passava das duas da tarde e ele sempre vai para o hospital depois de meio dia. Deixei minhas chaves na mesa da cozinha junto à bolsa e sai na varanda chegando à parte de trás e parei no mesmo lugar ao ver aquele homem. Estou cercada de homens bonitos com corpos maravilhosos e que já me viram nua.
Ótimo.
Virei para ir embora antes de ser notada quando ouço meu pai me chamar.
Merda.
- Ah Elsie, venha aqui - Sorri voltando a olhar para os homens. Andei até meu pai recebendo um beijo na testa e virei para Marck. Sem camisa, ele me olhava com um sorriso no rosto enquanto limpava as mãos sujas em um pano amarelo. - Essa é a minha filha, Elsie esse é Marck, nosso novo vizinho, está morando ao lado com o irmão mais novo e seu amigo Mattie, se lembra?
Meu pai não sabe do meu namoro com Mattie. Sorri para Marck.
- Estava saindo para o trabalho quando o carro não quis mais pegar. Marck me ajudou. - Ele virou para pegar a bolsa e uma pasta junto ao casaco - Já estou indo. Já me ligaram várias vezes. Marck eu te pago quando chegar, obrigado mesmo. E filha, se cuida procure por Eleonor ela ainda não chegou, não estava sabendo que chegava tão tarde em casa, me liga se precisar de qualquer coisa e eu aviso se for fazer plantão - avisou antes de entrar no carro e dar partida indo embora.
Revirei os olhos e encarei Marck que ainda olhava para o portão aberto. Minha nossa, Eu não reparei no tamanho daquela bunda, pelo amor de Deus. Estava suado com pequenas gotículas escorrendo pelo abdômen sarado. Minha nossa, que homem lindo, estou começando a ficar quente, isso é normal? Porque para mim seria normal tocar naquele peito largo. E aquele cabelo longo descendo pelos ombros, porra, que homão.
- Sua irmã disse que voltaria depois de correr com um carinha, acho que eles foram fazer outra coisa interessante - Subi os olhos para o rosto dele que largou o pano no chão e veio na minha direção - podemos aproveitar esse tempo para fazer algo divertido também, que tal?