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Capítulo 7

Desvio o olhar pela enésima vez, esperando que a terceira música termine imediatamente.

Dançar com Mizuki não é tão divertido quanto eu me lembro.

E eu era viciado nessa mulher.

Felizmente o Switch está finalizado e se bem me lembro faltam mais duas músicas e o Joyce também está finalizado.

Solto a cintura de Mizuki, que se aproxima, deixando um beijo na minha bochecha - Talvez seja verdade que você mudou, Rui. - ele sorri, arrastando Drake pela mão e desaparecendo na multidão.

Foi estranho ouvir meu nome ser chamado.

É a primeira vez que ele faz isso.

Balanço a cabeça e me preparo para encarar aqueles olhos grandes.

E aí estava.

Virado por trás com os braços cruzados.

Só chego perto quando ouço a penúltima música começando a deixar fluir as primeiras notas.

Estou praticamente atrás dela e não entendo por que demoro tanto para tocá-la com apenas um dedo.

Do que tenho medo?

Balanço a cabeça e coloco a mão em seu ombro exposto.

Reprimo um sorriso ao notar alguns arrepios naquele momento, mas o choque me atinge quando ele se vira e me congela com seus grandes olhos.

Merda.

Seu olhar é sério, duro e me sinto pressionado.

- Você está me olhando assim porque sem querer tirei sua diversão? - Deixei escapar essa frase de merda.

Diferente do que eu esperava, ele estreita mais os olhos e me dá as costas novamente.

Se você decidir ir embora agora, você pode dizer adeus à sua chance de... ah, porra.

Ele não estava indo embora.

Ela pega minhas mãos e as leva até suas coxas, empurrando sua bunda contra a braguilha da minha calça.

-Alícia. - Rosno seu nome e fecho os olhos quando ele começa a se mover em cima de mim, deslizando minhas mãos entrelaçadas nas dele e me levando a sentir cada curva do seu maldito corpo.

Preto.

Uma fúria.

Quando ele tocou meu ombro, quase cedi ao seu toque novamente.

Mas assim que ele disse aquela maldita coisa, quase estragou tudo.

Tirar minha diversão?

Diversão?

-Alícia. - ouço ele suspirar pesadamente enquanto me esfrego nele.

Recupero a mesma determinação que tive com Drake e começo a dançar como há algum tempo.

Mas dane-se.

Ele não é Drake.

As mãos, o aperto, o cheiro e as sensações não são os mesmos.

Sinto que algum tipo de desafio está apenas começando.

Eu posso ver isso em seus olhos.

Ele prevê cada uma das minhas iniciativas, tornando-as suas.

A maneira como ele me agarra, a maneira como ele me segura com força e seus olhos parecem cheios de raiva e... desejo.

Estamos tão concentrados que não percebemos que as pessoas se reuniram em círculo ao nosso redor.

Eles gritam, aplaudem e nos incentivam a fazer cada vez mais.

Porém, a única coisa em que preciso ser bom é não baixar o olhar.

Não consigo olhar para os lábios dele.

Não neste momento.

E ele é um maldito bastardo porque está me encarando há muito tempo, lambendo os seus próprios olhos de acordo.

Soltei um grito quando ele agarrou minhas coxas, me levantando e começando a girar.

Assim como antes.

Mas por que algo parece ter mudado?

Parece... tudo mais intenso.

Droga, estou percebendo que estou bem em seus braços.

Quando eu sorrio para ele, ele também sorri.

E agora, enquanto olho para seus dentes brancos e perfeitos, me pergunto por que ela sempre fica tão alternada entre nós.

Por que deixamos de nos odiar e nos sentimos felizes e muito atraídos um pelo outro?

Não posso me fazer certas perguntas.

E com certeza, como se tivesse acabado de ler minha mente, ele para de girar e começa a me abaixar lentamente.

Muito devagar.

A música está terminando e com ela, essa coisa estranha que estamos compartilhando.

Como se aqui, nesta pista improvisada e sob o olhar destes psicopatas, eu percebesse que gostava disto.

Mas está prestes a acabar.

E assim, antes de colocar os pés no chão, entrelaço as pernas em volta da pélvis dele.

Interrompo e prolongo esse tempo que logo terminará, porque quero ser um pouco egoísta.

- A música acabou. - ele sussurra sem fôlego, olhando para meus lábios.

- Eu sei. - respondo olhando para os dele, encontrando-os já meio abertos.

- Então por que você não desce? - -

- Fique quieto. - Agarro suas bochechas e pressiono urgentemente meus lábios contra os dele.

Sem delicadeza mas com uma vontade impressionante de senti-los pressionados contra os meus.

Egoisticamente.

Com a única vontade de prová-lo.

E quando eu os lambo, agora é ele quem está ansioso para fazer nossas línguas colidirem e não perder tempo nos procurando.

Eu suspiro e sinto que estou pegando fogo assim que ele aperta suas nádegas, mas é quando ouço um uivo ecoando pelo chão que volto à realidade.

Abro minhas pálpebras e ele faz o mesmo, se afastando de mim e me olhando com os olhos arregalados.

Como se estivesse surpreso por ter se deixado levar assim na frente de todos.

Então deixe meus pés pousarem no maldito chão.

E de repente eu congelo.

Todos na sala começaram a uivar.

- Uau, pessoal! Fim do jogo, apresse-se e venha até aqui! - o alfa grita eufórico.

E é quando encontro o olhar do Rui que o percebo.

É quando vejo desaparecer o brilho que tinha até recentemente, é quando realmente percebo que o jogo realmente acabou.

Voltamos à realidade.

Comecei a suar frio.

Estou suando frio.

Ouvir Eva uivar daquele jeito me fez perceber que o que havíamos acabado de fazer, ou melhor, o que ela havia feito, o havia levado ao êxtase.

E talvez eu também tenha chegado perto desse sentimento.

Diga-me para calar a boca e depois me beije.

Tão de repente.

Eu não esperava essa postura e não posso negar que não me intrigou.

Mas eu sei muito bem por que ele fez isso.

Adrenalina.

Foi definitivamente a euforia do momento e como estamos agora a subir as escadas para ouvir o maldito veredicto, é assim que deve continuar a ser.

Isso não pode e não deve acontecer novamente.

Não depois da última vez que estive no quarto.

- Rr pessoal! - exulta o colosso que está à nossa frente, desde a sua posição tão ilustre.

Tampo redondo suspenso no ar com pequeno bar ao centro, poltrona e mesa.

Todo em mármore preto e exclusivamente seu.

- Nesse tempo? - pergunto, indo direto ao assunto.

- Freie, senhor. - ele me avisa - Três desses, Jin. - ordena ele ao garçom, erguendo um copo de rum.

- A que devo toda essa impaciência? – sorri curioso.

- Pura curiosidade. - Encolho os ombros enquanto ele automaticamente levanta as sobrancelhas.

Ele me examina e sei muito bem que está surpreso com meu comportamento, mas a verdade é que estou muito impaciente.

Quero terminar este dia interminável e ir para casa.

- Por favor, senhores. - Jin, um senhor de 40 anos e cabelos marfim, aparece na nossa frente com uma bandeja, nos passando os copos.

- Você não gosta, querido? - Eva parece divertida

A carranca de Alice. Eu também olho para ela com o canto do olho e a vejo cheirando o conteúdo, franzindo o nariz logo em seguida.

- Kanpai! - nós três erguemos os copos e engolimos o líquido.

Eva começa a rir da cara de nojo da garota.

E é verdade, ela está muito engraçada agora, mas prefiro desviar o olhar dela antes que nossos olhos se encontrem.

Já faz duas ou três vezes desde que nos encontramos que a vi corar, mas não havia apenas vergonha em seus olhos, ela parecia estar me repreendendo ou, não sei, desculpe.

Me arrependi?

- Ah, interessante, -

Viro-me para ele e o vejo concentrado em nos observar com o copo apoiado sob o queixo e os olhos semicerrados.

- Que? - pergunta Alice.

- Sua atitude é que vocês duas me deixam muito curioso, você é estranha e você, minha menina, é bastante imprevisível. -

- E é ruim? - ele pergunta com medo.

Ele ri: - Claro que não, adoro curiosidade! Principalmente o que você fez no final, que foi: Uau! - balança a cabeça - Você definitivamente superou todas as minhas expectativas - Aqui, de novo! - grita ele, - Mesmo neste momento você está corando: que espetáculo! -

Eva e discrição não andam de mãos dadas.

As bochechas atuais de Alicia imploram por misericórdia.

Eu a ouço murmurar algo baixinho enquanto ela coloca os fios atrás das orelhas, e vejo o olhar de Eva suavizar.

- Você não deveria ficar envergonhada assim, querida, - ele se aproxima, colocando a mão sob o queixo dela - Ninguém aqui fica chocado com um beijo, - e ele se vira para mim, com uma sobrancelha levantada - Tenho razão, Rui? -

Idiotas.

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