6
Se ele tivesse uma sósia, ele tinha certeza de que ela não seria tão atraente agora.
Ela virou-se para a porta com Margo para ir embora e Jake quase gemeu em voz alta, se recuperando rapidamente quando seus olhos se depararam com a bunda mais perfeita em uma saia cinza justa que ele já tinha visto, seu corpo definitivamente reagiu dessa vez. A porta foi fechada rapidamente depois que elas saíram e ele exalou por completo, sem perceber que esteve prendendo a respiração por um momento.
Essa garota seria a sua morte.
Ele sempre foi um cara que gostava de bunda e ela conseguiu a primeira nota dez perfeita que ele já tinha dado. Levantando-se rapidamente para ajustar sua calça, que ficou muito apertada de repente, ele pegou Arrick sorrindo para ele.
“De que porra você está sorrindo?” Ele disse em um tom irritado, sua mente ainda seguindo aquele traseiro, não impressionado com sua própria exibição idiota por sabe-se Deus quanto tempo ela esteve aqui.
“Você! Nunca vi o grande Carrero se desfazer de maneira tão magnífica diante de uma garotinha.” Arrick se levantou e caminhou até ele de maneira casual, o mesmo gingado Carrero que o dele. Ele empurrou o ombro de seu irmão de brincadeira.
“Vá se foder, aquela definitivamente não era uma garotinha ... Aquilo era uma sereia nata, se é que alguma vez vi uma. O trabalho está prestes a ficar muito mais difícil para mim.” Jake afundou de volta na mesa e puxou a bebida dela, sorrindo de maneira idiota para a boca perfeitamente moldada que seu batom tinha impresso na lateral e virou o copo para que pudesse beber do mesmo lugar que ela havia tocado.
Isso é estranho, Jake, muito estranho.
“Não é o meu tipo, mas vejo o apelo. Ela é fofa ... eu diria que é material para casamento, então definitivamente não vale o seu tempo.” Arrick encolheu os ombros com indiferença para ele.
Ele observou seu irmão de maneira crítica e franziu o cenho com força.
Como diabos ele conseguiu tanto sobre ela sem mal olhar na direção dela uma vez, ele nunca saberia. Mas Arrick também tinha suas habilidades em interpretar as pessoas. Talvez a névoa nebulosa de luxúria tivesse nublado temporariamente as suas e Arrick parecia completamente indiferente.
“Porra, não ... Casamento definitivamente não está em jogo.” Jake colocou o copo dela de volta na mesa com um estalo arrogante do pescoço. Afastando todos os pensamentos sobre aquela sedutora minúscula do seu cérebro confuso.
“Preciso dormir um pouco para que possa colocar a cabeça no lugar. Vou trancar a porta, o sofá é meu e vou lutar com você por ele.”
O Efeito Carrero
~ As Férias: Parte 1 ~
Jake entrou em seu apartamento e jogou a bolsa no sofá. Foi uma viagem longa e uma semana ainda mais longa, mas de repente ele se sentia inquieto por estar de volta. Normalmente, chegar em casa lhe trazia todos os tipos de alegria, mas desta vez o apartamento parecia um pouco vazio e ele realmente desejou que eles tivessem ficado naquela maldita boate para que ainda pudesse estar com ela agora. Caminhando até a janela e olhando para o horizonte de Nova York, ele passou a mão pelo cabelo e estalou o pescoço em uma tentativa de liberar um pouco da tensão que se desenvolvia em sua coluna. Flexionando os braços acima da cabeça e esticando o paletó que o abraçava com força. Ele precisava tirar esse uniforme que chamavam de smoking e ficar confortável. Talvez ele só precisasse se sentir menos profissional e relaxar de maneira adequada. Talvez ele precisasse de uma bebida.
Ele precisava parar de se fixar em Emma, não era saudável e o fluxo constante de pensamentos que tinha sobre ela estava ficando mais difícil de controlar. Ela estava muito atraente nesta noite, aquele vestido o enlouqueceu e dançar tão de perto não parecia mais seguro. Ele os fez ir embora pelo bem dela tanto quanto o dele. Estava chegando o momento em que ele não poderia mais confiar em si mesmo para não tentar beijá-la novamente sempre que estivesse bêbado. Ele gostaria de ter uma lembrança de Chicago, da noite que ela disse que eles se beijaram. Ele queria saber como era beijar aquele beicinho sexy. Não apenas um segundo de roçar de lábios, mas um beijo real, profundo e significativo. Ele já sabia que era uma ideia horrível, ela tinha tanto efeito sobre ele agora, um beijo selaria seu destino.
Pegando o controle remoto da mesa de centro, ele acionou o controle do estéreo e sua playlist do iTunes ganhou vida e ele aumentou o volume para consumir todo o apartamento antes de se dirigir ao banho, tirando a gravata borboleta e o paletó enquanto entrava no quarto. Sorrindo enquanto a letra de uma música que Emma lhe enviou terminava e ele não pôde deixar de pensar naqueles olhos azuis, já sentindo uma pontada de desejo de tê-la aqui agora.
Deus, ele já estava sentindo saudades dela.
O pensamento o atingiu no estômago e ele tentou ignorá-lo. Eles haviam se separado literalmente há menos de uma hora para vir para casa e ele estava sendo incrivelmente patético. Ele sabia que estava ficando muito apegado a ela de maneiras que tornariam o trabalho impossível, sempre desejando que ela estivesse por perto e isso o incomodava porque ele podia dizer que ela não se sentia da mesma maneira. Ele havia tentado se convencer um milhão de vezes de que era porque eles eram mais do que colegas de trabalho, eram amigos. Amigos de verdade, talvez até melhores amigos. Ele tinha certeza de que contou mais para ela do que para qualquer pessoa que conhecia e isso contava para alguma coisa. Ele precisava perceber que o que eles já tinham era especial. Ela era muito especial para ele para estragar tudo com sexo ou emoções unilaterais.
Aquele primeiro beijo no hotel o abalou e começou tudo isso. Ele não entendeu totalmente todos os sentimentos relacionados a isso na época, mas com certeza sabia que não era tão platônico quanto tentava dizer a si mesmo.
Emma tinha ficado chocada, não responsiva e até mesmo assustada, e por pior que isso o fizesse se sentir, ele não conseguia tirar a sensação da sua boca da cabeça. Por um momento, ele a beijou e não pareceu com nada que ele já tinha conhecido antes. Seu estômago formigou, sua frequência cardíaca acelerou e ele simplesmente se concentrou em tudo sobre ela como se o tempo tivesse parado. Ele havia gravado cada detalhe daquela noite na memória. Seu cheiro, seu cabelo, a maneira como ela se sentia, aquela maldita camisola que o atormentou e como se agarrava a seu corpo perfeito. Por baixo de todos os seus terninhos sob medida e roupas precisas havia um corpo feito para a sedução e ela o tinha com um olhar.
Desde então, as coisas só pioraram. Cada toque, cada olhar, cada sorriso somente servia para torturá-lo. Há muito tempo era mais do que sexo, até ele podia admitir isso para si mesmo. Nesse momento, apenas ter a chance de outra noite abraçados juntos em uma cama seria o suficiente. Ele jamais queria esquecer como dormir ao lado dela o fez se sentir. Ele tinha feito algo que nunca fez com uma mulher. Ele a envolveu em seus braços e a manteve perto a noite toda, incapaz de libertá-la mesmo se ela quisesse. Ele achou que aquele filho da puta do Vanquis tinha sido a causa, mas era uma mentira. Ele sempre a abraçaria assim se tivesse a oportunidade. Ela extraia algo dele que ele não conseguia explicar, uma necessidade de protegê-la e mantê-la por perto.
Ele tentou afastá-la da cabeça; algo em que ele estava ficando bom desde que a contratou, mas nesta noite ela não arredaria o pé. Ele estava se apaixonando com força e não tinha como impedir. Emma era tudo que ele precisava e ele nem tinha previsto isso. Aquele rosto angelical perfeito e voz suave, o corpo minúsculo e perfeito que fazia com que ele quisesse protegê-la sempre. Tudo que ele descobriu sobre ela com o passar do tempo o tornou ainda mais ferozmente protetor com ela. Ela não era a garota que exibia ao mundo, ela era muito mais. Uma perfeição vulnerável e bela que os homens tentaram destruir, homens que ele mataria com as próprias mãos se tivesse meia chance e não se arrependeria de fazê-lo. Ela era forte de uma maneira tranquila e gentil, mas também era vulnerável e o fazia se sentir com trinta metros de altura.
Ele ainda podia sentir o cheiro do perfume dela em sua camisa por dançar com ela nesta noite e ainda sentir a maneira como o corpo dela se moldava ao dele sem esforço. Ao olhar para baixo, ele percebeu que ainda não tinha tirado nenhuma das suas roupas, apesar de ligar o chuveiro. De repente relutante em se separar do cheiro dela.
Controle-se, cara, você precisa parar com essa merda.