Capítulo 7 Um tapa para a ladrã
Lara caiu no chão devido ao tapa, suas mãos tremendo enquanto segurava o rosto avermelhado e inchado. As lágrimas de dor escorriam pelo rosto, enquanto seus olhos estavam cheios de um misto de choque e fúria.
- Lara! - Maria gritou, seu tom de voz agudo e carregado de preocupação. Ela correu até a filha, seguida de perto por Davi, que estava com uma expressão de pura raiva.
Com a raiva culminada, Davi levantou a mão para bater em Rafaela, mas seu punho parou a poucos centímetros do rosto dela. Ele congelou, perplexo com a determinação implacável nos olhos dela. Os olhos de Rafaela tinham um escuridão chocante, disparando uma frieza densa, que ele quase podia sentir o ar ao seu redor congelar.
Davi de repente se viu pingando sangue nos olhos frios e claros dela, como se o sangue de todo o corpo tivesse sido drenado. Um arrepio correu pela sua espinha, seus músculos se contraindo involuntariamente.
Lara, caída nos braços de Maria, estava lutando contra a dor intensa que fazia seu corpo tremer.. Ela esperava ver uma Rafaela mais miserável quando foi intimidada, mas não recebeu o retorno esperado. A dor em seu rosto fazia os músculos se contraírem, e antes mesmo de abrir a boca para atuar, seu queixo foi levantado à força por uma mão fria.
Lara levantou a cabeça e se deparou com os olhos escuros de Rafaela, que brilhavam com uma intensidade ameaçadora.
- Lara, você tomou meu pai, minha família e meu noivo. Tudo bem se você quiser esses lixos, não me importo. Mas... - A voz de Rafaela era gélida, cada palavra um corte afiado. - Há sempre algumas coisas no mundo que os outros não têm como roubar! Meu roteiro pode trazer honra para você mas também pode quebrar você em pedaços! Já que você ousou roubá-lo, deve se preparar para pagar um preço alto. Espere. Você se tornará infame e se arrependerá do que fez!
Lara, assustada pelo tom frio de Rafaela, não conseguiu controlar o tremor que percorreu seu corpo. Ela tentou manter a compostura, mas a dor nos músculos faciais dificultava. Ela disse com indiferença:
- Rafaela, suas bobagens devem ter um limite. Seu roteiro desapareceu e você imediatamente atribuiu a culpa a mim. Você tem provas?
Rafaela a afastou com desgosto e tirou um lenço para limpar a mão. Seus olhos estavam cheios de orgulho e frieza, sua voz soando como um veredicto final.
- Não preciso de provas. Lara, lembre-se: um dia farei você se ajoelher no chão, segurando meu roteiro e suplicando para devolvê-lo em prantos. Que canalha desavergonhada é você!
Com isso, Rafaela jogou o lenço no rosto dela e foi embora, deixando a sala com um movimento de puro desprezo.
De frente para o sol nascente, suas costas estavam bem endireitadas, cada passo ecoando a confiança e a determinação. O vestido azul quase chegava ao chão, conferindo-lhe uma aura fria e nobre.
Com o rosto distorcido pela raiva e humilhação, Lara pregou os olhos nas costas de Rafaela, tremendo de frustração.
Rafaela só exalou quando saiu de casa, o ar fresco enchendo seus pulmões como um bálsamo. Embora não fosse a verdadeira Rafaela, ela sentiu uma profunda simpatia por aquela jovem simpática e frágil.
Ela abaixou a cabeça e murmurou com ternura ao seu próprio coração:
- Há três coisas neste mundo que os outros não podem roubar: a comida na barriga, os conhecimentos na cabeça e o sonho no coração... Não importa o quanto tentem roubar, é impossível tirar essas três coisas. Ambos seu pai e seu noivo são canalhas e são indignos de ser sua família. Mas garanto que restaurarei seu sonho por completo.
Rafaela esperou um momento depois de dizer isso e finalmente se sentiu melhor. Levantou a cabeça e olhou o céu azul. Quando estava prestes a sair, de repente uma voz respeitosa soou ao lado.
- Senhora, por gentileza, entre no carro!
Rafaela parou e virou a cabeça. Um homem em terno preto, com uma expressão rígida e fria, apareceu em algum momento indeterminado. Ela sorriu ao perceber a presença dele.
- Sabe para onde quero ir? - Perguntou ela.
- O Sr. Leopoldo instruiu que não se esqueça de almoçar por mais ocupada que esteja. - O homem abriu a porta do banco de trás, aguardando com respeito.
Somente então Rafaela se lembrou que, estritamente falando, ela era casada agora. Era ma sensação nova ser administrada pelo seu marido recém-casado. Ela sorriu levemente e entrou no carro.
O carro voltou para o castelo, uma estrutura imponente que se destacava contra o horizonte.
Quando Rafaela voltou, viu Leopoldo à mesa, aparentemente esperando por ela. Apesar da expressão amena de Rafaela, Leopoldo foi sagaz e notou que ela estava de mau humor. Ele esticou a mão e puxou a cadeira para ela.
- Obrigada. - Rafaela disse, tomando o assento e sorrindo para Leopoldo, que estava em frente a ela. - Se eu voltar tarde, não precisa de me aguardar.
Leopoldo lhe lançou um olhar profundo, seus olhos examinando-a com cuidado. Sua esposa havia dito que pegaria uma coisa em casa, mas voltou com as mãos vazias. Embora não mostrasse a decepção, obviamente sofreu uma perda.
Rafaela percebeu seu olhar e sabia o que ele queria perguntar. Ela levantou a cabeça e fez um sorriso leve.
- Houve um inesperado. Tenho que pegar meu pertence daqui a um tempinho. - Explicou, brevemente.
Depois, ela pegou o colher e tomou a sopa com elegância, cada movimento calculado e sereno.
Diante de seu olhar calmo, Leopoldo não perguntou mais.
Após o almoço, Rafaela voltou para seu quarto e tirou uma soneca de meia hora. Quando desceu, Leopoldo estava sentado no sofá com uma aura nobre, folheando algo com seus dedos esbeltos. Rafaela se sentou ao seu lado e perguntou com as sobrancelhas curvadas:
- O Grupo Emperor tem plano de produzir séries recentemente?
Leopoldo deixou de lado o material na mão e olhou para ela. Com o olhar fixo nela, seu tom era tranquilo e enigmático:
- Querida, quer ser estrela?
- Tenho um roteiro, quero dirigir uma série de TV. - Rafaela negou com a cabeça. Ela ponderou um pouco e acrescentou. - É bem escrito. Se produzir uma série atentamente, será muito popular!
A antiga Rafaela foi um verdadeiro talento. Infelizmente, se deparou com um canalha e teve seu talento enterrado.
Leopoldo fixou o olhar nos olhos de Rafaela, seus olhos escuros e intensos.
- Você é presidente do Grupo Emperor agora. Se quiser fazer algo, não precisar de pedir autorização a ninguém.
Rafaela ficou congelada por um momento e logo riu de forma relaxada. Ela esqueceu que tinha recebido o presente de noivado naquela manhã. Quando queria abordar o dote, de repente viu o jornal que Leopoldo deixou na mesa. Era a notícia de que Rafaela foi abandonada no casamento. Ela ponderou um pouco e olhou diretamente nos olhos escuros do homem. Sua voz era desleixada e fofa, sem a menor fraqueza:
- Você tem alguma pergunta para mim?
Com o canto de boca curvado, Leopoldo tocou a bochecha dela com os dedos e disse em um tom poderoso:
- Você é casada agora. Não precisa mais de noivo.
- Me dê 5 dias. - Rafaela sorriu levemente, seus olhos brilhando com determinação. - Em 5 dias, vou romper o noivado pessoalmente no aniversário do Sr. Hermínio.