Capítulo 10 Confronto sutil
Depois de acertar todos os detalhes com Murilo, Rafaela deixou da sede do Grupo Emperor sozinha.
Os funcionários do Grupo Emperor ficaram surpreendidos ao ver uma garota bonita de cabelo longo e aparência impressionante saindo do elevador exclusivo para CEO. Sussurros curiosos começaram a se espalhar pelo escritório.
- Quem é ela? Uma nova funcionária? De qual departamento? - Uma funcionário sussurrou, tentando disfarçar sua curiosidade atrás do monitor.
- Não sei. Ela saiu do elevador do Sr. Murilo. Qual é a relação dela com ele? - Respondeu outra, inclinando-se sobre a divisória para espiar melhor.
Ignorando os sussurros, Rafaela caminhou até uma loja de bebidas na beira da rua e comprou uma limonada. Ela se sentou em uma espreguiçadeira próxima, observando o céu azul da Maravia.
O azul do céu lhe lembrava de sua terra natal, um lugar onde o ar sempre tinha um toque de frieza. Suspirando, Rafaela permitiu que suas memórias a envolvessem. Lá estavam seus familiares, amigos e tudo o que ela considerava digno de proteger com a própria vida. Quando ela estava doente e não podia sair ao vento, costumava ficar na estufa de vidro olhando para o céu azul como fazia agora. Às vezes podia ver águias vigorosas voando.
“Um dia ela retornaria à minha terra natal. E levarei de volta para casa os heróis que morreram em vão e os enterraria pessoalmente no Monumento aos Heróis.”, pensou ela, seus olhos fixos no horizonte distante.
Rafaela tomou um gole de limonada gelada, suprimiu as saudades turbulentos em seu coração e fez um sorriso caloroso para o céu, apreciando o calor do sol em seu rosto.
O celular vibrou na bolsa naquele momento. Rafaela deu uma olhada e viu “querido” brilhar na tela. Ela estava surpresa com esse título, além de achar engraçado.
Rafaela tinha perdido o celular antigo. Para evitar ser incomodada pelas família Oliveira e Rodrigues, ela não se preocupou em procurar.
Esse celular foi entregue a ela por Leopoldo naquela manhã.
“Querido...”, pensou Rafaela, rindo da novidade do título.
Que forma de chamar inédita...
Rafaela fixou o olhar nesse nome na tela por alguns segundos antes de pressionar o botão de atender.
...
No Grupo Emperor.
Na frente da janela panorâmica, Murilo observava a figura de Rafaela se afastando, com um olhar intrigado.
Ele se virou e pegou o controle remoto na mesa, pressionando um botão. A grande tela na parede mostrou um homem vestido de preto. O homem estava sentado no sofá. Com os olhos escuros profundos e penetrantes, com uma expressão séria em seu rosto bonito. Suas mãos descansavam nos joelhos, parecendo esculpidas em jade, emanando uma aura de nobreza.
Exercendo uma força no copo com os dedos longos, Murilo mostrou a curiosidade sobre Rafaela.
- Sua querida... Não é nada simples. - Comentou ele com interesse.
O Grupo Emperor era uma empresa tão grande que podia garantir uma vida confortável por gerações, mas ela simplesmente abriu mãos. Uma decisão assim exigia coragem e caráter excepcionais.
Leopoldo lhe prestou uma olhada fria, com uma escuridão congelada nos olhos.
- Tornarei você em pedaços se ela sofrer a menor perda no Grupo Emperor. - Suas palavras eram como uma lâmina afiada, cortando qualquer dúvida sobre sua seriedade.
Murilo sentiu um aperto na mandíbula e percebeu que o humor de Leopoldo estava ruim. Acaso era porque sua esposa não aceitou seu dote? Mesmo estando casados, o dote ainda era tão importante? Internamente reclamando, mas ciente da autoridade de Leopoldo, Murilo cedeu.
- Como é possível? Ela é sua querida esposa. Quem ousa intimidá-la na Maravia? - Suas palavras, embora submissas, carregavam um tom de admiração pela coragem de Rafaela.
A resposta foi apenas o som de uma porta se fechando.
No jardim do castelo, duas fileiras de homens vestidos de preto estavam parados, com uma aura poderosa e séria.
Leopoldo, em sua indumentária preta, entrou em um carro e partiu. O motor rugiu enquanto ele deixava o local, sua expressão ainda séria.
...
Rafaela colocou as fones de ouvido e ajustou a borda do vestido de forma graciosa, falando gentilmente com um sorriso suave:
- Oi? O que aconteceu?
A voz aveludada de Leopoldo veio pelo telefone, perguntando com um tom ligeiramente preocupado:
- Onde você está?
Rafaela ficou um pouco surpresa e, em seguida, sentiu um leve calor em seu coração. Murilo era um dos homens de Leopoldo. Ele devia estar preocupado que ela pudesse ser incomodada pelos funcionários da empresa, então ligou no momento certo para saber onde ela estava.
Ela havia deixado o Grupo Emperor a pé, sem levar o carro. Leopoldo estava preocupado com ela, especialmente porque Maravia não era uma cidade amigável para Rafaela.
Rafaela se levantou com a limonada na mão e foi em direção ao Grupo Emperor, sorrindo para si mesma.
- Volto já. - Respondeu ela, sua voz carregada de uma ternura inesperada.
Leopoldo fez um retorno breve, mostrando um ar dominante através do telefone.
- Me ligue se houver necessidade. - Acrescentou ele, com um tom firme.
- OK.
Desligando o telefone, Rafaela tirou as fones de ouvido. Dentro do carro, um casal elegante, com o homem bonito e a mulher delicada, parecia um par perfeito. A visão deles fez Rafaela parar por um momento, seus olhos avaliando a situação.
Rafaela amassou o copo de papel e jogou-o na lixeira próxima.
Lara prestou uma olhada preocupada em Rafaela e perguntou com um tom cheio de falsa piedade e acusação velada:
- Rafa, você está bem? Onde tem ficado esses dias? A mamãe se preocupa muito com você, ligou muitas vezes para você e mas você não atendeu. Davi, vamos levar Rafa para casa.
Enquanto falava, puxou a manga de Davi, seus olhos cheios de névoa fervilhando de súplica.
Davi olhou para Rafaela, com os olhos semicerrados, ocultando seus pensamentos. Na verdade, ele estava pressionando seu pessoal a procurar Rafaela nesses dias. Mesmo que não estivesse preocupado com a situação de Rafaela, era mentira se declarar não interessado nas 20% das ações do Grupo Oliveira que Rafaela possuía. Mas enfim, não a encontrou.
Davi disparou um olhar indiferente para Rafaela. Embora quisesse seguir as palavras de sua mãe e fingir gentil com Rafaela temporariamente, seu hábito desenvolvido há um longo tempo o conduziu a zombar subconscientemente.
- Ela pode não precisar da nossa ajuda. Por que fez coisa desnecessária? - Suas palavras eram como veneno, deixando claro seu desprezo.
Lara mordeu o lábio, respondeu:
- Mas a Rafa está sozinha fora de casa. Mimada desde pequena, ela não sabe fazer nada e definitivamente não tem como arranjar um emprego...
Sua fala foi de repente interrompida por uma risada.
- Quem disse que a Srta. Rafaela não consegue arranjar um emprego? - Questionou uma voz masculina.
Ficando em silêncio há muito tempo, Rafaela levantou a cabeça naquele momento, seus olhos se voltando para o homem que apareceu de repente.
Murilo soltou uma risada sedutora.
- Srta. Rafaela, muita gente no Grupo Emperor está à espera de sua chegada. Por que se esconder aqui? - Ele se aproximou com uma confiança tranquila, cada movimento calculado.
Rafaela sorriu suavemente, sua postura relaxada mas vigilante.
- Estou ferida e não posso assumir o cargo por enquanto. Sr. Murilo, por gentileza, me perdoe.
Lara ficou pálida, seu olhar cheio de incertezas.Na Maravia, todo mundo conhecia Murilo. Sobretudo, ele era o maior inimigo da família Oliveira e Rodrigues no campo de negócios!
Lara falou suavemente, mas com um tom caraterizado por frieza:
- Sr. Murilo, talvez você tenha se enganado. Minha irmã é a segunda filha da família Oliveira. É jovem e não sabe nada. Contratá-la para o Grupo Emperor não lhe trará benefícios. Se for apenas para zombar da família Oliveira, não é necessário.
Embora suas palavras parecessem defender Rafaela, continham uma insinuação maliciosa. Ela estava alertando Murilo que Rafaela que Rafaela era uma Oliveira, rival mortal do Grupo Emperor.