Resumo
Bia e André vivem um amor atribulado, ambos se gostam e enquanto ela dedica seus dias a relação ele vive cometendo deslizes. Envolto a crimes, André se envolve em uma grande confusão e é assassinado, Bia que está grávida é obrigada a seguir firme com seus filhos. As coisas não são fáceis, a família de André ainda dificulta tudo com ideias insanas, uma delas é como casá-la com o cunhado ou com o sogro, alegando proteção e garantia aos filhos. Será mesmo a morte é capaz de destruir o amor de Bia por André?? Até quando ela será capaz de esperar?
Capítulo 01
Prólogo,
Saio do serviço apressada pois é dia de comprar as coisas da "jumbada" de André. O jeito será levar um macarrão e um frango frito, infelizmente ainda não recebi e os pais dele também não tem dinheiro para comprar as carnes que ele gosta.
Meu telefone vibra, é uma mensagem do André, só de ver a notificação já fico nervosa.
André - 18:03
Oi Bia, estou mandando mensagem apenas para dizer que não precisa vir para a visita.
Releio a mensagem inúmeras vezes para ter certeza de que estou lendo certo, André está louco?
Começo a digitar uma mensagem perguntando o que está acontecendo, mas estou tão nervosa que resolvo ligar, o telefone chama até ir para a caixa postal.
Impaciente ligo para o meu sogro, telefone toca inúmeras vezes e nada, minhas mãos estão trêmulas e eu não sei o que faço.
— A senhora está bem? — Uma atendente perguntou.
— Sim, obrigada! Foi apenas um mal estar, mas já passou. — Respondo e devolvo as coisas que já tinha pego na prateleira.
Sou casada há cinco anos com André, nesse tempo já passei por cima de muita coisa para manter nossa relação viva e estabilizar nossa família.
Quando fomos morar juntos, eu já tinha o Joaquim com 2 anos, a família dele achou o fim, colocou todo tipo de obstáculo possível, no entanto ele sempre nos defendeu e não media esforços para estar conosco.
Com dois anos juntos, André que é envolvido com crimes vai com amigos fazer um assalto e acaba preso, óbvio que não desisti dele, reuni toda força que há dentro de mim e o visitei todos os finais de semana, tirei dinheiro de onde não tinha para ajudá-lo lá dentro.
Só depois de começar a visitá-lo é que a família dele me "engoliu", ainda assim sempre colocaram mal gosto na nossa união, contudo já não falam sobre isso na minha frente como no início.
Lágrimas correm em meu rosto, me pergunto o que pode ter acontecido para que André cancele uma visita assim, ansiosa como sou começo a pensar em mil e uma besteiras, já penso logo nas possibilidades ruins.
Só quem já passou pela porta de uma cadeia sabe quão covarde um homem pode ser com a esposa que está lado a lado com eles, são poucos os que valorizam suas companheiras.
Pego um Uber e vou para casa, deixo minha bolsa em casa e caminho atrás do meu sogro para ver se ele sabe o que houve.
— Seu João, o senhor sabe o porquê de André não querer que eu vá visitá-lo?
— Ele ligou aqui e falou mesmo, disse que cansou de você e que não é para você aparecer na porta, que se for vai ter viagem perdida pois a carteirinha estará cancelada— Ele fala me olhando e eu vejo um sorriso em seus lábios, pura satisfação, enfim suas preces foram atendidas.
Ouço cada uma das palavras e desabo em choro, não é possível que André seria capaz de fazer isso comigo depois de quase três anos batendo ponto todo final de semana, nossa filha ainda de colo, isso não pode ser real.
Viro as costas e saio em prantos para dentro de casa, ligo para minha mãe que ri e me manda parar de ser besta, fico sem entender e ela me manda ligar para André.
Pego o telefone e disco novamente, chama duas vezes e a chamada é atendida.
— André? — Falo com a voz chorosa.
— Oi! Ele responde frio.
— André, por que você não quer que eu vá esse final de semana? Você arrumou outra? Você está terminando comigo? — Pergunto alterada.
— Minha surtada! Respira fundo, você não vem pois eu vou… eu tô saindo meu amor, até a noite eu tô na rua! — Ele fala sorrindo e com a voz doce de sempre.
— Mentira! Obrigada meu Deus! Nunca mais faça isso… você quase me infartou! — agradeço e brigo ao mesmo tempo.
— Preciso ir agora, até a noite minha rainha. Te amo! — Ele fala tranquilo.
— Também te amo, seu bobo! — Respondo com a voz dengosa.